domingo, 26 de novembro de 2017

REFLETINDO SOBRE O EVANGELHO


Mateus 2,31-46

SOLENIDADE DA FESTA DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO REI DO UNIVERSO ANO A

Com a leitura bíblica deste último domingo (Mateus 2,31-46) do ano litúrgico, conclui-se o Sermão escatológico de Jesus. A cena do juízo final, em que Cristo aparece como Rei, pastor e juiz, é o ápice da perspectiva escatológica do Reino de Deus. Cristo Jesus, que nos libertou do pecado e da morte, é a primicia da nova humanidade dos ressuscitado. Ele é o pastor que guia o povo de Deus e faz justiça seguindo o código do amor aos irmãos mais humildes com os quais Ele se identifica.
Nesta parábola, exclusiva de Mateus, confluem todas as demais parábolas deste ciclo no qual foi lido o evangelho de São Mateus. O que quis afinal Jesus ensinar com esta parábola? A parábola nos ensina que o julgamento final será sobre o que fizemos ou deixamos de fazer aos necessitados. O julgamento parece acontecer só no fim da vida. Mas ele vai acontecendo no dia-a-dia sempre que nos solidarizarmos com os sofredores. O critério ou programa de exame para o juízo não será outro do que o amor ao irmão, ao próximo, de modo especial o necessitado de Deus. Cumpre-se aquilo que diz um grande Santo e místico da Igreja – São João da Cruz: “No entardecer da vida seremos julgados pelo amor e pelo ato de fé em Jesus”. As observâncias religiosas são necessárias e importantes para a nossa salvação, mas elas ficam sem sentido, quando esquecemos o essencial – amor ao próximo. O juízo final provocará muitas surpresas. Muitos que não acertaram com a salvação serão salvos por terem vivido o mandamento do amor. Muitos que se tinham como santos, serão condenados, pois no fundo, foram egoístas.
A mensagem que tiramos da solenidade de Cristo Rei poderá ser esta: o Pai, no julgamento final, não nos perguntará de quantas missas participamos, quantas comunhões recebemos, quantas confissões fizemos, quantos rosários rezamos, quantos louvores fizemos, mas quantos necessitados material e espiritual amamos de verdade. Diante do Messias – juiz, revestido de glória e majestade, deverão comparecer todos os povos, independentes de sua origem étnica ou tradição religiosa.
Com esta festa, proclamamos Cristo, Rei e Senhor do Universo, que vence o anti-reino deste mundo, fazendo-se servo, entregando sua vida em defesa dos humildes e reconciliando a humanidade com Deus.


Pe. Raimundo Neto
Pároco de São Vicente

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