Igreja de Santo Antônio Abade, em
Dolceacqua. Foto: Patafisik - Wikipédia/ Fragmento do anúncio de Lidl em
Caporosso, com sinais onde as cruzes foram apagadas.
Roma, 17 Out. 17 / 08:00 am (ACI).- A rede de
supermercados Lidl, de origem alemã, causou controvérsia na Europa por apagar
as cruzes de uma igrejaitaliana
para não ferir a sensibilidade dos habitantes muçulmanos, na localidade de
Camporosso.
A igreja afetada é a de Santo Antônio
Abade, na cidade italiana de Dolceacqua. Em um anúncio usado por Lidl, no qual
aparecia o povoado, o templo católico aparece sem as suas características
cruzes.
De acordo com o jornal britânico ‘The
Telegraph’, “as cruzes aparentemente foram removidas a fim de não ofender a
sensibilidade dos imigrantes muçulmanos que vivem no local”.
Esta não é a primeira vez que a rede
de supermercados elimina digitalmente as cruzes em igrejas cristãs, pois há um
mês publicaram que Lidl apagou a cruz da cúpula de uma igreja na ilha grega de
Santorini, para um pacote de comida grega.
Segundo ‘The Telegraph’, em 11 de
outubro, o prefeito de Dolceacqua, Fulvio Gazzola, apresentou uma queixa formal
à rede alemã, sem receber uma resposta imediata.
“É preciso mostrar fotos de
Dolceacqua que correspondem à realidade. Se não querem mostrar cruzes, então
usem a imagem do nosso castelo”, criticou o prefeito e acrescentou que “Lidl
disse que a remoção de símbolos religiosos faz parte de uma estratégia de
publicidade italiana e europeia”.
“Eles são livres para fazer o que
quiserem, mas não deveriam arruinar fotos. Isso prejudica a imagem do nosso
povo e das nossas tradições cristãs”, assinalou.
Lidl pediu desculpas pelo uso da foto
sem a cruz, em um comunicado enviado ao ‘The Telegraph’, mas justificou dizendo
que o símbolo cristão já havia sido removido da imagem quando eles a adquiriram
para o seu anúncio.
Além disso, a rede de supermercados
prometeu retirar “imediatamente” a fotografia.
Depois de substituir a foto por uma
de um ângulo diferente de Dolceacqua, onde a igreja de Santo Antônio Abade já
não tem um papel principal, embora mantenha a cruz, Lidl pediu desculpas pelo
erro “completamente involuntário” e garantiu que não se tratou de uma
“estratégia de marketing”.
Em um comunicado anterior, por
ocasião da controversa devido à cruz que havia sido apagada da igreja da ilha
de Santorini, Lidl argumentou: “Evitamos o uso de símbolos religiosos nas
nossas embalagens a fim de manter a neutralidade em todas as religiões”.
“Se foi percebido de forma diferente,
pedimos desculpas às pessoas que podem ter sido ofendidas”, assinalou a empresa
alemã.
Entretanto, a polêmica já tomou
contadas redes sociais e da política italiana, onde houve repetidos apelos a
fim de boicotar a rede de supermercados.
Giorgia Meloni, presidente da
organização política Hermanos Irmãos da Itália, disse que a atitude de Lidl é
de “uma escolha ideológica que nos insulta e nos ofende”.
“Esperamos que todos os cristãos
façam sentir a sua indignação e já não entrem em um supermercado Lidl”,
escreveu Meloni em sua página de Facebook.
Fonte: ACI Digital
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