4 /10/ 2017 - 4ª-feira da 26ª Semana do Tempo Comum S. Francisco de Assis
1ª Leitura - Ne 2,1-8 - “ reconstruir com Deus as ruínas da nossa casa”
A tristeza do profeta Neemias diante do rei Artaxerxes se devia ao fato de que a cidade onde jaziam os seus pais estava em ruínas. Assim, o profeta expôs ao rei a tristeza do seu coração e pediu autorização para viajar a fim de que pudesse reconstruí-la. O rei deu-lhe permissão e condições para que executasse o seu propósito. Diante disso, Neemias, então, exclamou: “E o rei concedeu-me tudo, pois a bondosa mão de Deus me protegia!” A mão de Deus também nos protege quando nos dispomos a reconstruir com Ele as ruínas da nossa casa. Assim como o profeta referia-se aos seus pais que jaziam em “túmulos”, muitas vezes também, na nossa família, dentro da nossa casa, nos nossos relacionamentos familiares, existem aquelas pessoas que estão como mortas e jazem dentro da escravidão da discórdia, do ressentimento, enfim, do pecado. Por isso, o nosso coração também se angustia e a tristeza toma conta do nosso ser. Não podemos usufruir sozinhos (as) das bênçãos e graças de Deus. Não somos uma ilha, portanto, o Senhor também deseja reconstruir a cidade dos “nossos pais” e nos autoriza a ir com a Sua ajuda e proteção anunciar na nossa casa que o reino de Deus está próximo de cada um. Para isso, Ele nos concede as condições e nos fornece o material para o bom êxito no nosso empreendimento. O Espírito Santo é quem nos conduz e nos torna capazes de manifestar e testemunhar junto do nosso povo o amor misericordioso do Pai que se expressa em Jesus Cristo, nosso Salvador. - A cidade onde “seus pais” vivem também está em ruínas? - Tem alguém na sua família que se encontra como morto (a), enterrado (a) na discórdia, na malquerença, no pecado? - Você se angustia com essa situação? – Você tem pedido autorização de Deus e a ajuda do Espírito Santo para levar o Seu amor e a Salvação de Jesus Cristo até a sua casa? - Faça isso hoje, apresente ao Senhor a sua tristeza e peça a Ele que o (a) ajude a reconstruir a cidade em ruínas.\
Salmo - Sl 136,1-2. 3. 4-5. 6 (R. 6a)
R. Que se prenda a minha língua ao céu da boca, se de ti Jerusalém, eu me esquecer!
A saudade de Jerusalém é a falta que nós sentimos quando estamos afastados de Deus, quando vivemos no exílio do pecado e da iniquidade. O povo de Israel estava exilado na Babilônia porque era um povo infiel e, como consequência, estava sofrendo o exílio, no cativeiro, longe da terra e do templo. Por isso, ao invés de cantar eles choravam deixando penduradas as suas harpas. Assim acontece conosco quando em consequência dos nossos desatinos, nós nos deixamos desviar e afastamo-nos da graça de Deus. A alegria foge do nosso coração e, já não temos nem ânimo nem coragem. Porém, mesmo assim, Jerusalém, a cidade santa, ainda continua perto do nosso coração. O Senhor quer nos tirar do exílio e Jesus Cristo é quem vem nos libertar.
Evangelho – Lucas 9,57-62 - “que os mortos enterrem os seus mortos”
Jesus abria os olhos dos Seus discípulos e os conscientizava de que, para segui-Lo, eles teriam que abdicar de privilégios, de comodidade e teriam que enfrentar as dificuldades próprias da missão. Àqueles outros que davam desculpas para não segui-Lo, Jesus os advertia com palavras duras: “deixa que os mortos enterrem os seus mortos, mas tu, vai anunciar o reino de Deus.” Com efeito, Jesus nos mostra que o Seu seguimento requer desprendimento da nossa parte em relação a todas as coisas e pessoas a quem humanamente falando estamos ligados e, como consequência, nos afastam da vivência da vontade de Deus. O Senhor nos chama para anunciar a vida nova para a nossa família e não para nos acomodarmos esperando a hora de “enterrar” os nossos queridos. Os mortos, isto é, aqueles que não se sentem chamados, aqueles que não são discípulos, aqueles que nem entendem nem querem seguir a Jesus, esses, sim, podem enterrar os mortos. Despedir-se dos familiares significa também perder tempo, correr riscos de desistir, tirar o foco do que Jesus nos propõe deixando a graça de Deus passar. O Senhor nos dá a graça necessária para que sejamos seus discípulos e discípulas, e precisamos nos apossar desta graça do momento, não deixando para depois. Amanhã, será outro dia... e poderá não haver outro chamado. Segue-me, diz o Senhor! Vamos com Ele sem olhar para trás, sem saudades do que passou, sem lamentações nem murmurações. O reino de Deus é presente, agora, nesse momento e felizes seremos todos nós se compreendermos as palavras desse Evangelho. “Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o reino de Deus!” - Você está apto para o reino de Deus? - Quais são as desculpas que você tem dado para não seguir a Jesus? - Você tem consciência de que para segui-Lo, não deve ter vontade própria nem opiniões formadas? - Você prefere seguir a Jesus ou enterrar os “seus mortos”? - Que tal anunciar a eles que o reino de Deus está próximo? Fazendo isso, você estará seguindo a Jesus.
Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho
Nenhum comentário:
Postar um comentário