Padre Léo / Foto: Comunidade Bethânia
FLORIANÓPOLIS, 26 Set. 17 / 11:36 am
(ACI).- Mais um brasileiro
segue a caminho dos altares, após o Arcebispo de Florianópolis (SC) autorizar o
pedido de abertura do processo de beatificação de Padre Léo, fundador da
Comunidade Bethânia.
O anúncio foi feito nesta terça-feira
pela Comunidade Bethânia, que publicou em seu site e página de Facebook uma
nota sobre o processo de Beatificação do Padre Léo, assinada por Padre Vicente
de Paula Neto, presidente da comunidade.
“Conforme trajeto formal e
necessário, formulado pela Mãe Igreja, foi apresentado ao
Arcebispo de Florianópolis, D. Wilson Tadeu Jönck, por parte da Comunidade
Bethânia o pedido de abertura do processo de Beatificação do Pe. Léo”, informa
a nota.
Segundo o comunicado, o Prelado
“acolheu, autorizou e incentivou o trabalho nesta direção indicando os passos
seguintes”.
A Comunidade informa ainda que “por
estes dias ainda será acordado com um ‘Postulador da Causa de Beatificação’ os
passos para a abertura formal do processo e a continuidade do mesmo” e que os
detalhes serão anunciados em breve..
“Convocamos a todos para que rezem
nesta intenção”, completa a nota.
Quem foi Pe. Léo?
Em uma autodefinição destacada pelo
site da Comunidade Bethânia, Pe. Léo afirmou: “Sou um sujeito que desde criança
quis ser padre; e muito pobre, tentei ir para o seminário, mas não fui aceito.
Então fui trabalhar até conseguir ter roupas suficientes, fazer meu enxoval”.
“Fui para o seminário com 21 anos.
Tinha namorada, fui noivo, e descobri a Congregação dos Padres do Sagrado
Coração de Jesus, que é o que eu tento viver: Quero ser um homem do Coração de
Jesus. Vivo no meio de jovens drogados, prostituídos, aidéticos. Tento ser um
deles e eles me ensinam muito”.
Tarcísio Gonçalves Pereira, que
posteriormente ficou conhecido como Pe. Léo, nasceu em 9 de outubro de 1961, em
uma família humilde de Delfim Moreira (MG), no vilarejo de Biguá, local que
veio a ser muito citado pelo sacerdote em suas pregações.
Era o nono filho Joaquim Mendes
Pereira e Maria Nazaré Guimarães. Como ele mesmo contou, antes de ingressar no
seminário, trabalhou muito, tendo atuado como torneiro mecânico e também em uma
fábrica de armas.
Foi em 1982 que ingressou no
seminário da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, em Lavras
(MG). Fez seu noviciado em Jaraguá do Sul (SC), cursou Filosofia em Brusque
(SC) e concluiu Teologia em Taubaté (SP).
Foi ordenado sacerdote em 1990 e, em
1995, fundou a Comunidade Bethânia, que tem como carisma o acolhimento de
pessoas marginalizadas, dependentes químicos e vítimas da prostituição.
“Por meio desta comunidade, Pe. Léo
nos ensinou a olhar o ser humano integralmente, em suas dimensões física, psico-afetiva
e espiritual”, assinala o site da comunidade.
O sacerdote também teve ampla atuação
na Renovação Carismática Católica (RCC), participante de vários eventos que
atraiam multidões para ouvir suas pregações.
“Com seu jeito alegre e irreverente
de ser, apaixonado pela Sagrada Escritura, utilizava-se de exemplos concretos e
simples do dia a dia para chegar aos corações mais endurecidos. Utilizava
linguagem simples, de fácil compreensão que prendia a atenção do ouvinte e ao
mesmo tempo o convidava a uma experiência íntima com a pessoa de Jesus”,
acrescenta o site.
Pe. Léo também atuou nos meios de
comunicação, tendo publicado 27 livros e conduzido programas de televisão na
Associação do Senhor Jesus e na Comunidade Canção Nova.
Em 4 de janeiro de 2007, partiu para
a Casa do Pai, vítima de um câncer no sistema linfático.
Entretanto, mesmo quando estava
doente, não deixou de lado sua missão evangelizadora. Em 2006 fez a sua última
pregação no Hosana Brasil, da Comunidade Canção Nova, com o tema “Buscai as coisas
do alto”.
Na ocasião, disse: “Quer ser feliz?
Busque as coisas do Alto. Esta é a grande palavra que Deus trouxe ao meu
coração neste tempo. A doença me tirou tudo: não consigo mais andar sozinho,
não enxergo direito. Estou cego do olho direito e vejo apenas cerca de 40% com
o olho esquerdo. Mas veio ao meu coração: ‘Ai de mim se eu não evangelizar’ (1
Coríntios 9,16b)”.
Fonte: ACI Digital
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