REDAÇÃO
CENTRAL, 24 Jun. 17 / 05:00 am (ACI).-
“A Igreja celebra
o nascimento de João como um acontecimento sagrado. Dentre os nossos
antepassados, não há nenhum cujo nascimento seja celebrado solenemente”,
explicou o Bispo Santo Agostinho (354-430) em seus sermões nos primeiros
séculos do cristianismo, sobre a natividade de São João Batista, que é
celebrada neste dia 24 de junho.
“João apareceu, pois, como ponto de encontro entre os dois
Testamentos, o antigo e o novo. O próprio Senhor o chama de limite quando diz:
A lei e os profetas até João Batista”, acrescentou o Santo Doutor da Igreja.
São João Batista nasceu seis meses antes de Jesus Cristo. No
primeiro capítulo de Lucas narra-se que Zacarias era um sacerdote judeu casado com
Santa Isabel e não tinha filhos, porque ela era estéril. Estando já com a idade
muito avançada, o anjo Gabriel apareceu a ele e comunicou que sua esposa teria
um filho que seria o precursor do Messias, a quem daria o nome João. Zacarias
duvidou desta notícia e Gabriel lhe disse que ficaria mudo até que tudo fosse
cumprido.
Meses depois, quando Maria recebeu o anúncio de que seria a Mãe
do Salvador, a Virgem foi ver sua prima Isabel e permaneceu ajudando-a até o
nascimento de São João.
Assim, como o nascimento do Senhor é celebrado todo 25 de
dezembro, perto do solstício de inverno no hemisfério norte (o dia mais curto
do ano), o nascimento de São João é em 24 de junho, próximo do solstício de
verão no hemisfério norte (o dia mais longo). Dessa forma, depois de Jesus, os
dias vão aumentando, e depois de João, os dias vão diminuindo, até que se volte
“a nascer o sol”. A Igreja assinalou essas datas no século IV, com a finalidade de que se
sobrepusessem às duas festas importantes do calendário greco-romano: o “dia do
sol” (25 de dezembro) e o “dia de Diana” no verão, cuja festa comemorava a
fertilidade. O martírio de São João Batista é comemorado em 29 de agosto.
O Profeta do Altíssimo
Em 24 de junho de 2012, por ocasião desta festa, o Papa Bento XVI afirmou que o exemplo de São João
Batista chama os cristãos “converter-nos, a testemunhar Cristo e anunciá-lo
todo o tempo”.
Em suas palavras prévias à oração mariana do Ângelus, recordou a vida de
São João Batista e indicou que “com exceção da Virgem Maria, João Batista é o único santo do
qual a liturgia festeja o nascimento, e isto porque ele está estreitamente
relacionado com o mistério da Encarnação do Filho de Deus”.
“Desde o seio materno João é o precursor de Jesus: a sua
concepção prodigiosa é anunciada pelo Anjo a Maria como sinal de que ‘nada é
impossível a Deus’”.
Bento XVI recordou que o “pai de João, Zacarias
— marido de Isabel, parente de Maria — era sacerdote do culto judaico. Ele não
acreditou imediatamente no anúncio de uma paternidade já inesperada, e por isso
ficou mudo até ao dia da circuncisão do menino, ao qual ele e a esposa deram o
nome indicado por Deus, ou seja, João, que significa ‘o Senhor concede
graças’”.
“Animado pelo Espírito Santo, Zacarias falou assim da missão do
filho: ‘E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque irás adiante
do Senhor a preparar os seus caminhos. Para dar a conhecer ao Seu povo a Sua
salvação pela remissão dos pecados’”.
Ele explicou que “tudo isso se manifestou 30 anos depois, quando
João começou a batizar no rio Jordão, chamando as pessoas para se preparar, com
aquele gesto de penitência, à eminente vinda do Messias, que Deus lhe havia
revelado durante sua permanência no deserto da Judeia”.
“Quando um dia veio de Nazaré o próprio Jesus para se fazer
batizar, João inicialmente recusou-se, mas depois consentiu, e viu o Espírito
Santo pairar sobre Jesus e ouviu a voz do Pai celeste que o proclamava seu
Filho”.
O Santo Padre explicou que a missão de São João Batista ainda
não estava cumprida, porque “pouco tempo mais tarde, foi-lhe pedido que
precedesse Jesus também na morte violenta: João foi decapitado na prisão do rei
Herodes, e assim deu pleno testemunho do Cordeiro de Deus, que ele foi o
primeiro a reconhecer e a indicar publicamente”.
Bento XVI também recordou que “a Virgem Maria ajudou a idosa
prima Isabel a levar até ao fim a gravidez de João”. “Ela ajude todos a seguir
Jesus, o Cristo, o Filho de Deus, que o Batista anunciou com grande humildade e
fervor profético”, disse o então Pontífice.
Fonte:ACI Digital
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