Imagem referencial / Pixabay (Domínio
Público)
PENSILVÂNIA, (ACI).- Cientistas
norte-americanos descobriram que os exercícios espirituais (retiros) de Santo
Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus, poderiam gerar “mudanças
significativas” no cérebro, causando melhoras na saúde.
Os pesquisadores do Instituto Marcus
de Saúde Interativa da Universidade Thomas Jefferson analisaram as respostas
cerebrais dos participantes de um retiro e publicaram as suas descobertas no
documento ‘Religion, Brain and Behavior’ (Religião, Cérebro e Comportamento).
O estudo, financiado pelo Instituto
Fetzer, incluiu 14 participantes entre 24 e 76 anos.
O Dr. Andrew Newberg, diretor da
pesquisa, disse que, “como a serotonina e a dopamina fazem parte da recompensa
e dos sistemas emocionais do cérebro, ajudam-nos a entender por que essas práticas
se tornam experiências emocionais poderosas e positivas”.
“Nosso estudo mostrou mudanças
significativas nos transportadores de dopamina e de serotonina logo depois do
retiro de sete dias, o que poderia ajudar os participantes nas experiências
espirituais que descreveram”, indicou.
A dopamina é conhecida como a
“química do prazer”, mas desempenha vários papéis importantes nas funções
cerebrais, do controle de atenção ao movimento.
Por sua parte, a serotonina é chamada
frequentemente de “hormônio da felicidade” e está envolvida na regulação
emocional e do estado de humor.
As observações posteriores ao retiro
revelaram diminuições no transportador de dopamina e na ligação do
transportador de serotonina, o que poderia gerar que mais neurotransmissores estivessem
disponíveis para o cérebro.
Depois da Missa matinal,
no retiro, as pessoas passaram a maior parte do dia em silêncio, rezando e
meditando, além de conversar diariamente com um diretor espiritual.
Ao voltar à vida normal, os
sujeitos do estudo também responderam uma série de pesquisas que mostraram
melhoras significativas na sua percepção da saúde física, na tensão e no cansaço.
Também relataram uma sensação maior
de autotranscedência que se relaciona com a mudança de dopamina vinculante.
O Dr. Newberg expressou que, de
alguma forma, o ”estudo propõe mais perguntas das que responde”.
“A nossa equipe tem a curiosidade de
saber a respeito de quais aspectos do retiro causaram as mudanças nos sistemas
de neurotransmissores e se diferentes retiros causariam resultados diferentes.
Esperemos que os estudos futuros possam responder a estas perguntas”, concluiu
o especialista.
Fonte:ACI Digital
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