Imagem referencial / Foto: Pixabay
(Domínio Público)
MADRI, (ACI).- Almudena Cardona e
Alberto Setién são um casal de Santander (Espanha), que decidiu seguir em
frente com a vida da
sua filha Valeria, apesar de saberem que morreria logo depois do seu
nascimento.
“Disseram-nos que o bebê nasceria com
problemas, que seus rins não funcionavam e que não tinha líquido amniótico, que
seus pulmões não se desenvolveriam e que nasceria e imediatamente iria
falecer”, assinalou Almudena, ao recordar o dia em que estava previsto que lhe
dissessem se era menino ou menina.
“Disseram-nos de forma muito
agressiva. Queríamos falar sobre as possibilidades de sobrevivência, mas o
médico nos disse que nos entregaria um relatório para ir abortar
imediatamente”, recorda Almudena no programa “Firmes na Verdade” da Fundação
EUK Mamie-HM Television.
Segundo explica Alberto, apesar das
dificuldades que eles tiveram, “desde o primeiro momento tinham a certeza” de
que apostariam pela vida da sua filha, mesmo que ela estivesse com ele somente por
alguns minutos.
“Desde o primeiro momento que
soubemos que nasceria com problemas, a amávamos mais, porque era especial e
nunca pensamos em abortá-la”, afirmou Almudena.
A jovem mãe explica a dureza com a
que, tanto ela como a sua filha, foram tratadas durante todos os exames
médicos, nos quais sempre lhe recordavam a gravidade da doença do bebê e que o aborto era
conveniente.
“O médicos me disseram que eu era
muito jovem, que se continuasse com a gravidez, esta me causaria um grande peso
psicológico, que influenciaria na quantidade de filhos que poderia ter depois,
que nos esqueceríamos dela, porque viveria alguns minutos e não haveria nenhuma
possibilidade de vida para o bebê”, recorda.
“Ela nascerá, cortarão o cordão
umbilical e morrerá”, foram as palavras dos médicos, por isso Almudena assegura
que sofreu uma grande pressão para que abortasse.
“Entendo que as pessoas pratiquem o
aborto e especialmente em uma situação como esta. Para nós, foi uma pressão
contínua”, “em cada visita ao médico, a primeira proposta era o aborto, eles
nunca nos ofereciam outra alternativa”, expressou.
De fato, Almudena recordou como uma
enfermeira lhe disse que poderiam falsificar o relatório para que pudesse abortar
de forma legal, apesar de ter ultrapassado o número de semanas permitidas pela
lei.
Quando finalmente os médicos
aceitaram que seguiriam em frente com a vida da sua filha, deixaram de se
preocupar com eles. “Sentimo-nos abandonados, estávamos desprotegidos”,
indicou.
Os pais tentaram encontrar
possibilidades para a cura da sua filha, por isso descobriram que no Hospital
de La Paz, em Madri (Espanha), há uma unidade especializada em nefrologia, que
poderia ajudar no tratamento dos problemas renais da menina.
Em seguida, pediram a transferência
da cidade de Santander a Oviedo para um exame neste hospital especializado.
A ginecologista de Almudena assinou o
informe necessário para esta transferência, mas a responsável pela
ultrassonografia lhes disse que não. “Ela nos disse que era muito claro o
diagnóstico e que não precisava de uma segunda opinião e não colaboraria com
isso”, recordou a mãe.
Almudena e a pequena Valeria não
puderam visitar os médicos em Madri, porque a responsável pela ultrassonografia
recusou a sua ajuda.
Em busca de soluções e apoios,
Almudena e Alberto se comunicaram com a Associação Pró-vida de Santander que os
envio a um ginecologista especializado em gravidez de alto risco, em Madri.
“Este ginecologista nos ajudou a
elaborar um relatório sobre como gostaríamos que fosse o parto, porque se
esperássemos que fosse natural, a criança nasceria morta. Por isso decidimos
que fosse uma cesariana, que o sacerdote estivesse presente desde o início e
estivesse preparado para batizá-la o mais rápido possível”.
Os pais apresentaram os seus desejos
ao encarregado deste andar do hospital de Santander que aceitou fazer tudo como
eles haviam solicitado.
Também se comunicaram com a Rede “El
hueco de mi vientre”, que ajuda a superar a perda de um filho durante a
gravidez ou alguns meses depois do nascimento. Neste local, Almudena conheceu
uma parteira que a atendeu durante o nascimento de Valeria, sabendo que a
menina morreria poucos minutos depois.
Finalmente a pequena nasceu. “Nasceu
chorando e pensamos que havia nascido bem”, assegura, mas não foi assim.
“Permanecemos com ela desde o
primeiro momento, o sacerdote a batizou logo depois do seu nascimento. Não
queríamos que fosse realizada nenhuma medida extraordinária. Colocaram a minha
filha no meu peito. Ficamos quase duas horas com ela e pouco a pouco ela
morreu”, explicou.
“Sim, foi uma pena. Temos muita paz e
não nos arrependemos de jeito nenhum da decisão que tomamos. Nós a sentimos
muito perto. E temos a satisfação de ter feito tudo o que foi possível”,
afirmou.
Fonte:ACI Digital
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