No dia
9 de abril deste ano de 20167 a Igreja Católica celebra o “Domingo de Ramos”. É
a festa litúrgica que celebra a entrada triunfal e messiânica de Jesus Cristo
na cidade de Jerusalém, poucos dias antes de sofrer a Paixão, Morte e
Ressurreição. É também o primeiro dia da Semana Santa. Este domingo é chamado
assim porque o povo cortou ramos de oliveiras e folhas de palmeiras para cobrir
o chão onde Jesus passava montado num jumentinho – o símbolo da humildade – e
foi aclamado pela população como o Messias, o Rei de Israel. A multidão o
aclamava “Hosana ao Filho de Davi!” e “Bendito o que vem em nome do Senhor!”.
Assim, Jesus entrou triunfantemente em Jerusalém despertando nos fariseus e
mestres da lei muita inveja, desconfiança e medo de perder o poder. Começa
então uma trama para condenar Jesus à morte e, morte de cruz.
Para entender o texto de hoje cumpre relembrar um trecho do
Profeta Zacarias: “Dance de alegria, cidade de Sião; grite de alegria, cidade
de Jerusalém, pois agora o seu rei está chegando, justo e vitorioso. Ele é
pobre, vem montado num jumento, num jumentinho, filho duma jumenta…Anunciará a
paz a todas as nações, e o seu domínio irá de mar a mar, do rio Eufrates até os
confins da terá” (Zc 9, 9-10). Esse era um trecho muito importante na
espiritualidade do “pobre de Javé”, que esperavam a chegada do Messias
libertador. Nessa esperança situam-se Maria e José e os discípulos de Jesus.
Foi dentro dessa espiritualidade que Jesus foi criado. Um rei jamais entraria
em numa cidade montado em um jumento, o animal do pobre camponês, mas um
carvalho branco de raça! Jesus fazendo sua entrada assim faz uma releitura de
Zacarias, e se identificou com o rei pobre, da paz, da esperança dos pobres e
oprimidos. Viria estabelecer uma sociedade diferente da sociedade opressora do
tempo de Zacarias, e de Jesus, e de nós!
O povo aclamava Jesus cheio de alegria e esperança como o
profeta de Nazaré, o Messias e o Libertador! Certamente para eles, iria
libertá-los da escravidão política e econômica imposta arbitrariamente pelos
romanos naquela época, além de libertá-los de obrigações religiosas que
massacravam a todos devido seus rigores excessivos. Porém, essa mesma multidão,
poucos dias depois, manipulada pelas autoridades religiosas acusaria Jesus de
ser um impostor, de blasfemar, de falso messias. Então os fariseus e mestres da
lei exigiriam de Pôncio Pilatos, governador romano da província da Judéia na
época, que o condenasse à morte.
Na celebração do Domingo de Ramos durante a missa proclamamos
dois evangelhos: o primeiro, que narra à entrada messiânica de Jesus em
Jerusalém e o segundo que proclama a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. A
história da paixão reveste particular solenidade. É aconselhável que seja
cantada ou lida segundo o modo tradicional, isto é, por três pessoas que
representam a parte de Cristo, do cronista e do povo. No Domingo de Ramos há,
na maioria das paróquias, uma procissão antes da missa com o povo carregando
palmeiras em memória da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, e depois se
segue a celebração da Eucaristia. Que esta festa reacender a esperança
dos excluídos, marginalizados, pobres e oprimidos, com a Igreja assumindo cada
vez mais ações concretas na busca da construção do mundo que Deus quer o mundo
de verdadeira “Shalom”.
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