Mateus 17,1-9
SEGUNDO DOMINGO DA QUARESMA ANO A
No clima litúrgico da Quaresma,
prevalecem os tons roxos da penitência. Porém, dentro desse contexto
penitencial, resplandece o Evangelho do Segundo Domingo da Quaresma (Mt
17,1-9), o luminoso clarão do quadro jubiloso da Transfiguração do Senhor.
Pedro estava lá presente. E jamais se pôde esquecer da emoção daquele momento
de céu na terra.
Escrevendo sua segunda carta às
comunidades cristãs da Ásia Menor, lhes diz em tom comovente que, sabendo, por
manifestação de Jesus, que está próximo o tempo de “desarmar a tenda” de sua
habitação terrena, sente o dever de insistir com seus fiéis que permaneçam na
fidelidade aos ensinamentos que lhes transmitia. Ele, sem dúvida, estava certo
de que a leitura dessa carta iria ajudar muito na conquista desse grande resultado.
E lhe diz então, expressamente, que, ao
lhes anunciar a glória em que há de vir um dia Jesus Cristo no fim dos tempos,
não estava inventando fábulas artificiosas, mas falava como testemunha ocular,
que tinha sido, de sua majestade lá no alto da montanha. Quando do meio de uma
glória magnífica se fez ouvir a voz do Pai celeste, dizendo: “Este é o meu
Filho muito amado, no qual pus minha complacência. Escutai-o”; essa voz –
confirma ele – a ouvimos todos nós que estávamos com Ele no monte santo.
Certamente tudo isso ficou muito vivo
no coração de Pedro. Era o esplendor de Cristo transfigurado, quando seu rosto
se tornou brilhante como o sol e suas vestes alvas como a neve. A nuvem branca
que envolveu a montanha – a “SHEKINÁ” – era o sinal tradicional na Bíblia para
indicar a presença de Deus. A presença da Lei e dos profetas, na pessoa de
Moisés e Elias, e ao lado do Evangelho da Igreja, muito bem
sintetizada nos três apóstolos que Jesus escolhia ara testemunhar
certos momentos solenes: o próprio Pedro, Tiago e João. Eles mesmos iriam ser
testemunhas da sangrenta agonia de Getsêmani. Pedro certamente se recordava de
como, ao ouvir a voz vinda do céu, os três tinham caído com o rosto na terra,
cheios de medo. Ma s Jesus os chamou e lhes falou com a força encorajadora de
suas palavras: ”Levantai-vos, não tenhais medo”.
Em síntese no evangelho da
transfiguração, encontramos dois momentos importantes: a palavra de Pedro
dizendo: Senhor, é bom ficarmos aqui. A palavra de Jesus para os discípulos e
para nós hoje: levantem e não tenham medo. Uma ótima caminhada para Páscoa,
vivenciando a espiritualidade da Quaresma.
Pe. Raimundo Neto
Pároco de São Vicente
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