Papa abençoa um peregrino durante a Audiência. Foto: Lucía Ballester /
ACI Prensa
Vaticano, 08 Fev. 17 / 08:35 am (ACI).- A caridade com os
frágeis, os pobres, os marginalizados..., enfim, a caridade com os últimos da
sociedade, é o que sustenta a esperança cristã. Assim o indicou o Papa
Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira, na Sala Paulo VI.
Essa caridade implica perdoar toda
ofensa, responder com o perdão a todo agravo porque, segundo afirmou, “o
cristão nunca deve dizer: Você vai me pagar! Este não é um gesto cristão! A ofensa
é vencida com o perdão”.
O Papa se referiu à Primeira Carta de
São Paulo aos Tessalonicenses, na qual “exorta a permanecerem enraizados na
esperança da ressurreição. No mesmo contexto, o Apóstolo mostra que a esperança
cristã não tem só um respiro pessoal, individual, mas comunitário, eclesial”.
O Pontífice explicou que aqueles,
dentro da comunidade cristã, aos quais encarregaram a responsabilidade e a
direção pastoral, “são os primeiros a serem chamados a alimentar a esperança, e
isso não porque são melhores do que os outros, mas em força de um ministério
divino que vai além de suas forças”.
“Por este motivo, eles têm
necessidade do respeito, da compreensão e do suporte benevolente de todos”.
Em sua carta, continuou o Santo
Padre, São Paulo lança a atenção também sobre “os irmãos que correm maior risco
de perder a esperança, de cair no desespero”. “Refere-se aos desanimados, os
frágeis, os oprimidos pelo peso da vida e das próprias
culpas que estão sem forças para se levantar”.
“Nestes casos, a proximidade
solidária e o calor da Igreja deve fazer-se
ainda mais intenso e amoroso, sob as formas de compaixão, de conforto e de
consolo”.
Nesse sentido, o Santo Padre
ressaltou que “a compaixão não é apenas ‘piedade’. A compaixão é sofrer com o
outro, aproximar-se daqueles que sofrem. Uma palavra, um carinho que vem do
coração”.
“A esperança cristã não deixar de
lado a caridade genuína e concreta”, recordou. Além disso, referiu-se à
obrigação dos cristãos de se oferecer aos mais necessitados para aliviar seus
fardos sem esperar nada em troca.
“O mesmo Apóstolo dos gentios, na
Carta aos Romanos, afirma com o coração na mão: ‘Nós, que somos os fortes – que
temos a fé, a esperança, ou não temos tanta dificuldade – temos o dever de
carregar as enfermidades dos fracos, sem se compadecer de nós mesmo’”.
“Este testemunho, depois, não
permanece fechado dentro dos confins da comunidade cristã, ressoa com toda a
sua força também para fora, no contexto social e civil, como apelo a não criar
muros, mas pontes, a não pagar o mal com o mal, mas vencer o mal com o bem, a
ofensa com o perdão”. “Essa é a Igreja! E é isso que realiza a esperança cristã
quando assume os traços fortes e, ao mesmo tempo, tenros do amor”.
Dessa maneira, o Bispo de Roma
sublinhou que “não se aprende a esperar sozinho. Ninguém aprende a esperar
sozinho. Não é possível. A esperança, para se alimentar, precisa de um corpo,
em que os vários membros se apoiam e se animam reciprocamente”.
“Isto significa que esperamos, porque
muitos irmãos e irmãs nos ensinaram a esperar e mantiveram viva a nossa
esperança. Dentre eles se destacam os pequenos, os pobres, os simples e os
marginalizados. Não conhece a esperança quem se fecha no próprio bem-estar”.
Aqueles que “experimentam a cada dia
a provação, a precariedade e o próprio limite” são os que nos oferecem “o
testemunho mais bonito, mais forte, porque permanecem firmes na confiança em
Deus, sabendo que além da tristeza, da opressão e da inevitabilidade da morte,
a última palavra será a sua, uma palavra de misericórdia, vida e paz”.
Fonte:ACI Digital
Nenhum comentário:
Postar um comentário