MADRI, 13 Fev. 17 / 08:00 am (ACI).- O treinador do
Sporting de Gijón, Joan Francesc Ferrer, conhecido como “Rubi”, decidiu
recentemente proibir a entrada no vestiário do capelão da equipe, Pe. Fernando
Fueyo, que há mais de duas décadas rezava o Pai Nosso com os jogadores antes de
entrarem no capo para jogar.
Isso ocorreu no dia 5 de fevereiro,
quando, pela primeira vez, Pe. Fueyo não pôde rezar com a equipe que, naquele
dia, enfrentou o Alavés em uma partida que perdeu por 4 a 2.
Atualmente, a equipe se encontra em
uma situação limite para se manter na primeira divisão da liga espanhola. Está
em penúltimo na classificação e faltam 5 pontos para a permanência.
Esta decisão do treinador não agradou
os torcedores da equipe, os quais veem no sacerdote um símbolo do Sporting e
sua presença no campo uma tradição.
O Pe. Fueyo, de 80 anos, capelão do
time e pároco de uma igreja em
Gijón, Asturias (Espanha), é uma figura muito querida e respeitada pelos
jogadores de futebol e torcedores. De fato, casou vários jogadores da equipe e
também batizou os filhos deles.
A tradição interrompida era simples.
O Pe. Fueyo entrava no vestiário momentos antes do início da partida; os
jogadores que desejavam se abraçavam, rezavam o Pai Nosso e concluíam gritando
“Ya!”. O sacerdote não lhes dizia mais nada.
O treinador do Sporting de Gijón
compareceu em uma coletiva de imprensa no dia 10 de fevereiro e declarou que a
decisão de não permitir a entrada de Pe. Fueyo no vestiário para rezar não é
somente sua, “mas geral”, já que “a ideia é isolar os jogadores antes das
partidas”. Rubi indicou que falará com o sacerdote para explicar a decisão.
O Grupo ACI entrou em contato com o Pe.
Fueyo, que recusou fazer declarações para não acrescentar à polêmica que a
decisão do treinador suscitou. Entretanto, comentou que deseja seguir sendo
capelão do Sporting de Gijón “por mais muitos anos”.
Dias atrás, em declarações ao jornal
‘El Comercio’, o presbítero disse que “são dias tensos, mas menos do que a
gente acredita. Não dei muita importância. Os padres somos obrigados a
obedecer. Estranho e aceito. Antes era a Missa,
com a equipe, e agora era o Pai Nosso”.
O capelão assegurou ao mesmo jornal
que com os jogadores não crentes “sempre tive respeito e carinho, inclusive com
os que não eram cristãos. Espero que não sirva para desunir o vestiário”.
Anualmente, toda a equipe,
independente de quem seja o treinador, visita o Santuário da Virgem de
Covadonga e oferece à Virgem uma bola e uma camisa.
Rubi, o atual treinador também vetou
a entrada de auxiliares, médicos e pessoal do clube no vestiário antes das
partidas do Sporting, enquanto tradicionalmente se situasse à esquerda do túnel
dos vestiários e agora estará à direita para “estar mais perto dos jogadores
quando aquecem e não dar pistas das mudanças ao rival”, segundo o jornal ‘El
Mundo’.
A associação ‘Enraizados’ abriu um
abaixo-assinado para pedir ao presidente do Sporting de Gijón, Javier
Fernández, que revogue a decisão do treinador e permita que o Pe. Fueyo
continue com a tradição de rezar o Pai Nosso com os jogadores do clube antes
das partidas.
Na petição, ‘Enraizados’ aponta que a
oração antes das partidas “não só não desconcentra os jogadores, mas pode ser
uma forma de se concentrar e preparar mentalmente para entrar em campo e dar
tudo por sua equipe”.
Fonte: ACI Digital
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