quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

AREIAS SAGRADAS




Como é maravilhoso recordar o apóstolo Paulo, no dia em que a Igreja celebra sua conversão, em 25 de janeiro. Missionário insuperável, não conviveu pessoalmente com seu Mestre e Senhor. No início, de perseguidor ferrenho da Igreja e dos cristãos, abraçou a fé na viagem para Damasco, que se deu no ápice da luminosidade do Sol, transformando-o por completo, na viagem, encontrando-se nas areias daquele caminho, já perto de Damasco. “Foi pelo meio-dia que, de repente, uma grande luz vinda do céu brilhou ao redor de mim”.
Paulo quer nos ensinar que as circunstâncias são as mais diversas para sermos chamados a abraçar a proposta do reino, afastando-nos das trevas do erro, as quais persistem em perseguir a humanidade. Temos como expressão maior o Evangelho vivo, no exemplo claro, terno e generoso que vem do jovem Saulo de Tarso, ao tornar-se seguidor e discípulo fiel de Jesus, o Nazareno, a partir do sinal luminoso, no episódio da queda nas areias, no caminho de Damasco, voltando-se após o incisivo chamado de seu Mestre e Senhor, pelo anúncio e propagação da fé.
Guardemos as palavras do Mestre e Doutor das Nações, que intrepidamente soube anunciar a Boa-Nova do Senhor Jesus, consciente de que era para ele uma exigência, por isso mesmo sua disposição para tudo, até a própria vida por causa do Evangelho: “Quanto a mim, estou a ponto de ser imolado e o instante da minha libertação se aproxima. Combati o bom combate, terminei minha corrida e guardei a fé”.
Pelo fato de o chamado ter acontecido ao meio-dia, recordo-me de Dom Helder Câmara, ao externar sua alma e ternura de místico, a partir do Sol da Justiça, que é dom e graça de Deus: “Há pessoas que, independente de idade, pelo que são, pelo que dizem e pelo que fazem, são sempre meio-dia”. Nesse sentido, recordando o Apóstolo dos Gentios, seja no anúncio do Evangelho e nos carismas, seja na missão e nas viagens, não podemos esquecer o Artesão da Paz, na sua enorme disposição e sabedoria interior, se esforçou para imitá-lo.
Que a festa da conversão de São Paulo faça crescer em nós a alegria e felicidade verdadeira de filhos de Deus, a partir daquilo que nos diz o Livro Sagrado: “Nunca mais o Sol a iluminará de dia, nem a Lua, de noite, pois eu, o Senhor, serei para sempre a sua luz, e a minha glória brilhará sobre você”, na acolhida do mesmo sinal que envolveu o Mestre e Doutor das nações. Assim seja!
Padre Geovane saraiva: Pároco de Santo Afonso e Vice-Presidente da Previdência Sacerdotal, integra a  Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza – geovanesaraiva@gmail.com

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