domingo, 31 de dezembro de 2017

PAPA: POSSIBILIDADES IMPENSADAS PARA FAMÍLIAS QUE VOLTAM À FONTE DA EXPERIÊNCIA CRISTÃ


 

"Cada vez que as famílias, mesmo aquelas feridas e marcadas pela fragilidade, fracassos e dificuldades, voltam à fonte da experiência cristã, abrem-se novos caminhos e possibilidades impensadas”, disse o Papa no Angelus, convidando as famílias a custodiarem os filhos para que possam crescer em harmonia e plenitude.
Cidade do Vaticano
“Criar condições favoráveis para o crescimento harmônico e pleno dos filhos, para que possam viver uma vida boa, digna de Deus e construtiva para o mundo”.
No Angelus do domingo em que a Igreja festeja a Sagrada Família, o Papa Francisco apelou às famílias para custodiarem o crescimento dos filhos, recordando ainda que mesmo em meio às dificuldades, quando as famílias “voltam para a fonte da experiência cristã, se abrem novos caminhos, e possibilidades impensadas”.
Dirigindo-se da janela do apartamento pontifício aos milhares de fiéis e turistas reunidos na Praça São Pedro, o Pontífice recordou que o Evangelho do dia “nos convida a refletir sobre a experiência vivida por Maria, José e Jesus, enquanto cresciam juntos como família no amor recíproco e na confiança em Deus”.
E uma das etapas deste crescimento, é a ida ao templo “para atestar que o filho pertence a Deus e que eles são os custódios da sua vida e não os proprietários:
“Este gesto sublinha que somente Deus é o Senhor da história individual e familiar; tudo nos vem d’Ele. Cada família é chamada a reconhecer tal primado, custodiando e educando os filhos para abrirem-se a Deus que é a fonte da própria vida."
“ Todos os pais são custódios da vida dos filhos, não proprietários, e devem ajudá-los a crescer e amadurecer ”
E nisto – enfatizou o Papa - reside “o segredo da juventude interior, testemunhado paradoxalmente no Evangelho por um casal de idosos, Simeão e Ana”.
O velho Simeão, em particular, inspirado pelo Espírito Santo, diz a propósito do menino Jesus:  “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel e como um sinal de contradição, para que sejam revelados os pensamentos de muitos corações”.
Francisco explica então as palavras proféticas de Simeão de que “menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel e como um sinal de contradição”:
Estas palavras proféticas revelam que Jesus veio para fazer cair as falsas imagens que nós fazemos de Deus e também de nós mesmos; para “contradizer” as seguranças mundanas sobre as quais pretendemos nos apoiar; para fazer-nos ressurgir para um caminho humano e cristão autêntico verdadeiro, alicerçado nos valores do Evangelho”.
“E cada vez que as famílias, mesmo aquelas feridas e marcadas pela fragilidade, fracassos e dificuldades, voltam à fonte da experiência cristã, se abrem novos caminhos e possibilidades impensadas”.
Francisco retoma a passagem do Evangelho que narra o retorno da Sagrada Família à Galiléia, para falar sobre a importância do crescimento dos filhos:

“Uma grande alegria da família é o crescimento dos filhos, todos sabemos disso. Eles são destinados a crescer e fortificar-se, a adquirir experiência e acolher a graça de Deus, precisamente como aconteceu com Jesus. Ele é realmente um de nós: o Filho de Deus se fez criança, aceita crescer, fortalecer-se, é cheio de sabedoria e a graça de Deus está com Ele”.
Maria e José têm esta alegria de ver tudo isto em seu filho – observou o Papa – frisando que “esta é a missão para a qual é orientada a família”:

“Criar condições favoráveis para o crescimento harmônico e pleno dos filhos, para que possam viver uma vida boa, digna de Deus e construtiva para o mundo”.
“Estes são os votos que dirijo hoje a todas as famílias, acompanhados com a invocação a Maria, Rainha das Famílias”, disse Francisco ao concluir sua reflexão que precedeu a oração do Angelus.
Ao final o Papa saudou de maneira especial as famílias, também aquelas que acompanham de casa,  pedindo que “a Sagrada família vos abençoe e vos guie em vosso caminho”.

O Santo Padre fez votos de um feliz domingo e de um sereno final de anos, pedindo para não esquecermos neste dia “de agradecer a Deus pelo ano transcorrido e por todo o bem recebido”:
E nos fará bem, a cada um de nós, tomar um pouco de tempo para pensar quantas coisas boas recebi do Senhor este ano e agradecer. E se existiram provações, dificuldades, agradecer também porque nos ajudou a superar estes momentos. Hoje é um dia de agradecimento".
"Agradeço pelas felicitações e pelas orações de vocês: e continuem, por favor, a rezar por mim. Bom almoço e até logo".

Fonte: Rádio Vaticano

PAPA PRÓXIMO AOS VIOLENTOSCOPTAS: QUE DEUS CONVERTA OS CORAÇÕES

 

Dois atentados contra comunidade copta na última sexta-feira no Egito provocaram a morte de 12 pessoas, incluindo um dos terroristas.
Cidade do Vaticano
Após rezar o Angelus no Domingo da Sagrada Família, o Papa manifestou sua proximidade à comunidade copta egípcia, mais uma vez atingida pela violência terrorista:
“Expresso a minha proximidade aos irmãos coptas ortodoxos do Egito, atingidos há dois dias por dois atentados contra uma igreja e uma loja na periferia do Cairo. Que o Senhor acolha as almas dos falecidos, sustente os feridos, os familiares e toda a comunidade, e converta os corações dos violentos”.
Na manhã da última sexta-feira, dois homens armados mataram 9 pessoas na parte externa da igreja de Mar Mina, distrito de Helwan, periferia sul do Cairo, provocando ferimentos em outras cinco feridos. Um dos agressores foi morto no local e o outro preso mais tarde.
Cerca de uma hora depois,  na mesma região, ocorreu um novo ataque contra uma loja de propriedade de dois coptas, e que provocou a morte de duas pessoas.
A comunidade copta prepara-se para a celebração do Natal ortodoxo em 7 de janeiro, em meio à tensão e o medo de novos atentados.

Fonte: Rádio Vaticano

 

EVANGELHO DO DIA


Lucas 2,22-40)
 PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.— Glória a vós, Senhor.22Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor. 23Conforme está escrito na Lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor”. 24Foram também oferecer o sacrifício — um par de rolas ou dois pombinhos — como está ordenado na Lei do Senhor.25Em Jerusalém, havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso, e esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele 26e lhe havia anunciado que não morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor.27Movido pelo Espírito, Simeão foi ao Templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para cumprir o que a Lei ordenava, 28Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus: 29“Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; 30porque meu olhos viram a tua salvação, 31que preparaste diante de todos os povos: 32luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”. 33O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito dele.34Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. 35Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te transpassará a alma”.36Havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada; quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido. 37Depois ficara viúva, e agora já estava com oitenta e quatro anos. Não saía do Templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações. 38Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.39Depois de cumprirem tudo, conforme a Lei do Senhor, voltaram à Galileia, para Nazaré, sua cidade. 40O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele.— Palavra da Salvação.

REFLEXÕES SOBRE AS LEITURAS DE HOJE


31 de Dezembro de 2017 - Domingo da Sagrada Família de Jesus, Maria e José 

- ª Leitura - Eclo 3,3-7.14-17a (gr.2-6.12-14) - “A família é a esperança da humanidade”

A honra e o respeito ao pai e à mãe são atributos agradáveis a Deus. Por isso, o autor do Livro do Eclesiástico nos ensina a cultivar sentimentos de carinho e proteção para com as pessoas mais idosas e nos revela que todo o bem que lhes façamos nunca será esquecido por Deus. A leitura ressalta ainda a recompensa que o Senhor dá a todos os que têm respeito e honram o seu pai e a sua mãe, amparando-os na velhice. Na realidade nós podemos comprovar isto no nosso dia a dia. Os filhos e as filhas que têm zelo e amor pelos seus genitores e os amparam nas suas necessidades têm uma vida repleta de graças e conseguem também manter uma família feliz e equilibrada. O aconchego de uma família unida e feliz vale muito mais do que muitos bens materiais acumulados. Honrar pai e mãe é o quarto mandamento da lei de Deus e pais e filhos constituem assim a primeira preocupação de Deus para salvar a terra, e nós somos estes mensageiros da reconciliação. A família é o berço, é no berço que a criança é alimentada, cuidada e fortalecida. É a partir de cada família da Terra que o projeto de Deus para o futuro da humanidade se realiza. Por isso é que “A família é a esperança da humanidade” (João Paulo II). Porque é uma Escola onde a humanidade é forjada para enfrentar os desafios da vida e do mundo. Através da Família toda existência humana é orientada para o futuro. E se a família for um lugar seguro onde Deus habita aí então ela terá, com certeza, um futuro abençoado. – Você tem honrado pai e mãe? – Como é o seu relacionamento com os seus pais? – Você, como pai ou mãe, tem sabido manter a sua família feliz e equilibrada? – Quais os valores que você preserva na sua família?

Salmo - Sl 127,1-2.3.4-5 (R. Cf 1)
R. Felizes os que temem o Senhor e trilham seus caminhos!

O salmista elogia os que têm amor pelo Senhor e seguem os caminhos por Ele traçados. Serão felizes, viverão do trabalho honesto, formarão uma família fecunda e serão abençoados. Todas estas coisas são necessidades básicas do nosso ser humano e se constituem no alicerce para que tenhamos uma vida cheia de paz. Portanto, se refletirmos bem, nós não precisaríamos lutar tanto por tantas conquistas que nunca obteremos, mas tão somente, “temer o Senhor e seguir os seus caminhos!”

2ª Leitura - Cl 3,12-21 – “o amor ao próximo é o mandamento maior da Lei de Deus”

O sinal que nós podemos dar ao mundo de que realmente vivemos em consonância com os conselhos evangélicos se expressa na vivência da misericórdia, da bondade, da humildade, da mansidão e da paciência nos nossos relacionamentos. Todas essas virtudes têm como fundamento o amor ao próximo que é o mandamento maior da Lei de Deus. O perdoar, o suportar uns aos outros, a paz nos relacionamentos, a compreensão são uma consequência da vivência do amor por meio das virtudes que estão relacionadas acima. Porém, São Paulo nos exorta também a praticar um amor responsável que sabe ensinar e admoestar ao outro com toda a sabedoria sem omitir-se nas horas da necessidade de correção. Demonstramos também que vivemos segundo os preceitos cristãos quando sabemos ser agradecidos e cantamos louvores ao Senhor pelos Seus benefícios. Finalmente ele dá conselhos úteis aos maridos e às mulheres, aos pais e filhos para que dentro da Lei divina do amor recíproco compartilhem a vida dando espaço uns aos outros para a vivência da paz. – Você segue os ensinamentos evangélicos na vivência dos seus relacionamentos? – Qual a virtude evangélica que mais sobressai em você? – Você tem sido misericordioso (a) e tolerante com o seu próximo? – Você tem coragem de advertir alguém a quem ama, quando ele erra?

Evangelho - Lc 2,22-40 - “a apresentação de Jesus no templo”

Jesus foi levado pelos seus pais, José e Maria, ao templo de Jerusalém a fim de ser apresentado a Deus. Conscientes da sua missão de pais e mesmo tendo sabendo que Jesus era o Messias prometido, pois o próprio anjo já havia revelado a Maria, eles cumpriram com o dever prescrito pela Lei de Moisés. Eles poderiam achar-se isentos de tal encargo, porém, mostraram coerência e cumpriram com a sua obrigação de judeus.
Assim foi que eles apresentaram o Filho ao Pai colocando diante do altar a vida e a missão de Jesus. Jesus já se apresentou ao Pai, Jesus já se ofereceu ao Pai, Jesus já se entregou ao Pai para nos salvar. Hoje, Jesus está com o Pai e recebe em Suas mãos o que nós entregamos como dom para ser abençoado e frutificado. Todos nós somos chamados (as) a apresentar a Deus os nossos filhos, que podem ser também nossos projetos, sonhos, anseios. Jesus era esperado! O MESSIAS era alguém a quem todo o povo ansiava encontrar. Simeão, homem justo e piedoso esperava o dia em que iria ter um encontro com Jesus. Movido pelo Espírito Santo, ele foi ao templo, tomou Jesus nos braços e bendisse a Deus porque os seus olhos viam a salvação que Ele havia preparado para todos os povos. A profetisa Ana, que servia a Deus no templo, dia e noite, também louvou a Deus por ter visto O libertador de Israel e pôs-
se a anunciá-lo a toda a gente. Simeão e Ana estavam no templo onde Deus lhe havia preparado um cenário especial para aquele encontro. Estar no templo é estar disponível e sintonizado atento à chegada de Jesus que vem ao nosso encontro pelas mãos de Maria e José. Por isso, nós também precisamos estar no templo e como Simeão e Ana darmos testemunho a todos do grande mistério da encarnação de Deus Salvador. Diante da manifestação dos dois, Maria soube silenciar e acolher a profecia de Simeão quando prognosticou o que iria acontecer com ela por causa de Jesus: “quanto a ti, uma espada te traspassará a alma”. Assim como Maria acolheu as palavras de Simeão como verdadeiras nós também podemos apreender os ensinamentos que Deus nos dá por meio de alguém, para a nossa segurança. E, como Ana, que acreditou e, por isso, não se calou, nós podemos sair propagando a salvação que os nossos olhos veem quando nós obedecemos a Deus. - Você tem dificuldade em cumprir com as regras da Igreja? – Você acha que o homem pode caminhar sozinho, por conta própria? – Você é daquelas pessoas que não gosta que ninguém lhe diga o que tem que fazer? – Você se acha uma pessoa humilde? – Você tem medo de ouvir a verdade?

Helena Serpa,

Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho



REFLETINDO SOBRE O EVANGELHO



Lucas 2,41-52


SAGRADA FAMILIA, JESUS, MARIA E JOSÉ

Celebramos, neste domingo (Lucas 2,41-52), logo após a solenidade do Natal, o Dia da Sagrada Família, recordando-nos que também Deus, ao encarnar-se, quis ter uma família e um lar na terra, cujo modelo nos é apresentado na liturgia de hoje. A Festa da Sagrada Família insere-se, teologicamente, na linha de missa da noite de Natal; a contemplação da condição humana de Jesus.

E a Igreja, ao celebrar a Sagrada família, visa duas finalidades. Quer colocá-la para ser invocada como fonte de bênçãos para todas as famílias da terra. E quer que Jesus seja o modelo mais alto da inspiração para os pais, as mães e os filhos aqui na terra. É tão importante a família! Creio que se possa dizer que todas as desordens da sociedade, no campo da educação e dos costumes, no campo do trabalho e da religião, e até no campo de equilíbrio econômico, sejam devidas ao descaso com quem vem sendo tratada a família, nesse proliferar do divórcio e das separações de casais. Quem é que não vê que, na raiz do problema do menor carente e do menino de rua, está a ausência da família?  E quem é que não vê que um dos deveres mais graves do Estado é o de criar condições econômicas e sociais para que não haja famílias condenadas à miséria? E quem não sabe que a desestruturação da família é também causada pelo desconhecimento da Palavra de Deus, no qual encontramos a fonte inexaurível da nossa salvação: Nosso Senhor Jesus Cristo. 

Somente uma volta radical para a vivência da Palavra de Deus é que a família encontrará a paz, o bem-estar e a realização plena da vida cristã.

Na meditação do evangelho da Sagrada Família vemos que Jesus, Maria e José constituem uma família concreta. O encontro no templo, depois da longa procura, mostra de um lado, como Jesus adolescente vai percebendo sua união íntima e especial com o Pai. Ele houve e interroga os doutores, mas também responde e os deixa extasiados com sua inteligência. De outro lado, descreve a aflição dos pais, expressa por Maria. Este acontecimento da vida da sagrada família tem muito a nos dizer hoje. A família está situada no mundo, na sociedade e em cada um dos seus membros, seja comunitariamente, seja pessoalmente; tem uma missão a cumprir fora dos limites da vida familiar.  Esta ruptura, esta busca do caminho de cada um é um aprendizado mútuo, que precisa de muito amor e compreensão.

Olhando para a família de Nazaré, percebemos que a família não é um quartel onde só se recebem ordens, uma pensão em que se entra e sai sem dar satisfação, um salão de festas, onde a pessoa pula, dança, fala alto. Mas a família é a partir de Nazaré a Belém, um lugar de paz, perdão, acolhida, ternura, alegria e crescimento humano e espiritual. A Festa da sagrada Família nos coloca mais perto de Deus. E Jesus, com seu projeto de salvação, faz de todo o mundo a grande família de Deus. Portanto ao celebrar esta festa, lembremo-nos de todas as famílias que lutam para que o mundo seja a verdadeira casa de Deus. No final de mais um ano somos convidados a agradecer a Deus, também, tudo o que vivemos. Celebramos, pois, alegremente a sua presença constante em nosso meio.

 

Pe. Raimundo Neto

Pároco de São Vicente




SANTA MARIA MÃE DE DEUS

A liturgia de hoje é a mais antiga liturgia mariana: Maria Mãe de Deus. Essa definição de Nossa Senhora enche nossa boca – faz vibrar de alegria o nosso coração. Contudo, para os judeus e muitos cristãos não católicos, esse título soa mal. Segundo alguns, não passa de ídolo, adorado pelos católicos, à semelhança do bezerro de ouro... Mas é que nós não adoramos Maria. Adoramos nela – isso sim – a vontade do Pai celeste, que a elegeu como mãe de Jesus, a quem emprestou a sua própria carne.

Sim, Maria é mãe de Deus. Faz mais de mil e quinhentos anos que a Igreja, reunida em Éfeso sob a ação do espírito Santo, proclama esta verdade, para a alegria do povo cristão. Parece uma verdade difícil de entender, mas, de fato, não é.

Jesus, a segunda pessoa da Santíssima Trindade é Deus. Encarnando-se no seio de Maria, ela se assemelhou a nós em tudo – menos no pecado – e ganhou um corpo igual ao nosso. A partir daí, ele continuou sendo uma só pessoa, porém com duas naturezas: a natureza divina e a natureza humana, sendo verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

Natureza divina e natureza humana uniram-se no seio de Maria uma vez para sempre. E continuam unidas na pessoa de Jesus também no céu, para nunca se separarem. Maria, dando a luz à Cristo – Homem, dá a luz também o Cristo – Deus, já que o Cristo – Homem e o Cristo – Deus são uma pessoa só. Portanto, dizer que Maria é apenas Mãe do Cristo – Homem é dizer que em Cristo há duas pessoas o que seria uma grande blasfêmia.

O evangelho desta solenidade é o de Lucas (2,16-21) Ele nos mostra a alegria e o entusiasmo dos pastores por terem encontrado Maria, José e o recém – nascido: Jesus.

Celebramos também hoje o dia mundial pela Paz. Foi criado pelo Papa VI, em 1968, fundamentado em Efésios (2,14), que afirma que o Cristo é nossa paz, uma palavra desacreditada e ambígua. É uma palavra desgastada como o amor. Para alguns não significa quase nada. Muitos querem a paz empunhando armas. Contudo ela é uma constante histórica com aspiração máxima da humanidade e, no novo tempo, á a ausência mais sentida na história. São João Paulo II, dizia que não há paz, sem justiça e sem perdão. A paz, baseada na justiça e no perdão, é atacada pelo terrorismo inexplicado.

 

Pe. Raimundo Neto


Pároco de São Vicente de Paulo

SANTO DO DIA - SÃO SILVESTRE

São Silvestre I apagou-se ao lado de um Imperador culto e ousado como Constantino, o qual, mais que servi-lo se terá antes servido dele, da sua simplicidade e humanidade, agindo por vezes como verdadeiro Bispo da Igreja, sobretudo no Oriente, onde recebe o nome de Isapóstolo, isto é, igual aos apóstolos.
E na realidade, nos assuntos externos da Igreja, o Imperador considerava-se acima dos próprios Bispos, o Bispo dos Bispos,com inevitáveis intromissões nos próprios assuntos internos, uma vez que, com a sua mentalidade ainda pagã, não estava capacitado para entender e aceitar um poder espiritual diferente e acima do civil ou político.
E talvez São Silvestre, na sua simplicidade, tivesse sido o Papa ideal para a circunstância. Outro Papa mais exigente, mais cioso da sua autoridade, teria irritado a megalomania de Constantino, perdendo a sua proteção. Ainda estava muito viva a lembrança dos horrores por que passara a Igreja no reinado de Diocleciano, e São Silvestre, testemunha dessa perseguição que ameaçou subverter por completo a Igreja, terá preferido agradecer este dom inesperado da proteção imperial e agir com moderação e prudência.
Constantino terá certamente exorbitado. Mas isso ter-se-á devido ao desejo de manter a paz no Império, ameaçada por dissenções ideológicas da Igreja, como na questão do donatismo que, apesar de já condenado no pontificado anterior, se vê de novo discutido, em 316, por iniciativa sua.
Dois anos depois, gerou-se nova agitação doutrinária mais perigosa, com origem na pregação de Ario, sacerdote alexandrino que negava a divindade da segunda Pessoa e, consequentemente, o mistério da Santíssima Trindade. Constantino, inteirado da agitação doutrinária, manda mais uma vez convocar os Bispos do Império para dirimirem a questão. Sabemos pelo Liber Pontificalis, por Eusébio e Santo Atanásio, que o Papa dá o seu acordo, e envia, como representantes seus, Ósio, Bispo de Córdova, acompanhado por dois presbíteros.
Ele, como dignidade suprema, não se imiscuiria nas disputas, reservando-se a aprovação do veredito final. Além disso, não convinha parecer demasiado submisso ao Imperador.
Foi o primeiro Concílio Ecumênico (universal) que reuniu em Niceia, no ano 325, mais de 300 Bispos, com o próprio Imperador a presidir em lugar de honra. Os Padres conciliares não tiveram dificuldade em fazer prevalecer a doutrina recebida dos Apóstolos sobre a divindade de Cristo, proposta energicamente pelo Bispo de Alexandria, Santo Atanásio. A heresia de Ario foi condenada sem hesitação e a ortodoxia trinitária ficou exarada no chamado Símbolo Niceno ou Credo, ratificado por S. Silvestre.
Constantino, satisfeito com a união estabelecida, parte no ano seguinte para as margens do Bósforo onde, em 330, inaugura Constantinopla, a que seria a nova capital do Império, eixo nevrálgico entre o Oriente e o Ocidente, até à sua queda em poder dos turcos otomanos, em 1453.
Data dessa altura a chamada doação constantiniana, mediante a qual o Imperador entrega à Igreja, na pessoa de S. Silvestre, a Domus Faustae, Casa de Fausta, sua esposa, ou palácio imperial de Latrão (residência papal até Leão XI), junto ao qual se ergueria uma grandiosa basílica de cinco naves, dedicada a Cristo Salvador e mais tarde a S. João Batista e S. João Evangelista (futura e atual catedral episcopal de Roma, S. João de Latrão). Mais tarde, doaria igualmente a própria cidade.
Depois de um longo pontificado, cheio de acontecimentos e transformações profundas na vida da Igreja, morre S. Silvestre I no último dia do ano 335, dia em que a Igreja venera a sua memória. Sepultado no cemitério de Priscila, os seus restos mortais seriam transladados por Paulo I (757-767) para a igreja erguida em sua memória.
São Silvestre, rogai por nós!
Fonte: Canção Nova Notícias

sábado, 30 de dezembro de 2017

REFLEXÃO PARA O DOMINGO DA SAGRADA FAMÍLIA

 

A imagem da Família de Nazaré como família migrante e pobre nos obriga a refazer a imagem da família atual, retornando às origens e aos valores, ou seja, a abundância de bens materiais não é necessária para ser feliz e amar a Deus e ao próximo.
Padre César Augusto dos Santos - Cidade do Vaticano
O perdão dos pecados acontece por causa de uma atitude de amor para com os pais, pois o lar, Igreja doméstica, voltou a ser o local do encontro com Deus.
A misericórdia em todos os relacionamentos, mas especialmente para com os pais, está em referência ao próprio Deus que é o Pai por excelência. Portanto, honrar os pais, respeitá-los, é prestar culto a Deus.
Tanto a primeira leitura quanto a segunda, da liturgia de hoje, não escondem as falhas no relacionamento familiar e humano, mas nos dizem que o importante aos olhos de Deus não está em ser sem defeitos, em ter uma família perfeita, mas sim na capacidade de amar sem medidas, apesar dos limites e das falhas pessoais. Claro que Deus deseja que sejamos perfeitos, mas mais importante para Ele é que nos amemos e nos perdoemos como Ele nos amou e nos perdoou, sem limites, sem restrições.
Dentro desse pensamento sobre o relacionamento familiar, será importante refletir sobre a realidade da família deste início de século, onde e como vive. Certamente a maioria mora em grandes centros urbanos e é constituída pelo casal e por um ou dois filhos. Um terceiro já faz considerá-la família numerosa.
Também a mãe trabalha fora e pais e filhos se encontram à noite, cansados, muitas vezes diante da televisão, ou durante o jantar. Se isso acontece já poderão se classificar felizes, pois em outros lares, muitas vezes quando pais saem para o trabalho, os filhos ainda dormem e quando voltam eles já estão deitados. O encontro, nesse caso, só se dá no final de semana.
Rezar juntos, passar para os filhos a vivência de uma oração em família, mesmo que seja apenas à mesa, só excepcionalmente, pois em muitos casos, para que possam descansar, não cozinham em casa e vão comer fora, em um restaurante ou na casa de parentes ou de amigos.
É difícil passar valores, enfim, formar os filhos. A sociedade pós moderna penetra em suas entranhas e é muito custoso prepará-los para o futuro, para que sejam filhos e irmãos como Deus quer. Só com a graça divina e com a disposição dos pais para uma autêntica renúncia e sacrifico.
Renúncia aos apelos de dar aos filhos tudo o que a sociedade consumista coloca como valores e que os pais enxergam como coisa boa e vantajosa. É preciso renunciar fazer do filho ou da filha pessoas como nos pede o elitismo, relativizar seus códigos. É preciso questionar os valores propostos por ela e crer nos do Evangelho.
Cabe a pergunta: formo minha família para ser cidadã deste mundo ou para ser cidadã do Reino de Deus, mas neste mundo? Jesus rezou ao Pai dizendo que não queria que nos tirasse do mundo, mas nos preservasse do mal.
Sacrifício: sacrificar significa tornar sagrado. Meu filho, minha filha, são do mundo ou de Deus? O batismo os retirou do paganismo e os fez filhos de Deus, sagrados. Respeito a senhoria de Deus sobre eles ou sou conivente com as solicitações consumistas e mundanas?
 A imagem da Família de Nazaré como família migrante e pobre nos obriga a refazer a imagem da família atual, retornando às origens e aos valores, ou seja, a abundância de bens materiais não é necessária para ser feliz e amar a Deus e ao próximo.
É importantíssimo não só a simplicidade de vida, mas sobretudo é fundamental a convivência afetiva e efetiva, além do respeito aos idosos como gratidão e como referência à sua experiência de vida que porta sabedoria e os referenciais da autêntica tradição.
A Família de Nazaré nos ensina a cristianizar a família pós-moderna, recolocando Deus no centro e n’Ele reencontrando a verdadeira felicidade.
Reflexão para o Domingo da Sagrada Família

COMENTARIO: EM BUSCA DA PAZ

 

Francisco pede que abracemos todos aqueles que fogem da guerra e da fome.
Silvonei José - Cidade do Vaticano
Estamos concluindo mais um ano, e já é tradição neste período fazer um balanço dos últimos 365 dias e pensar no futuro, nas novas conquistas, nas novas metas, muitas das quais não alcançadas no ano que finda. Certamente esse tempo nos ajuda a parar e olhar para as vitórias e derrotas, para conquistas e frustrações. Mas, quando fazemos o nosso balanço, fazemos também o balanço dos nossos relacionamentos e do nosso ser cristão? Ou pensamos somente nas conquistas e derrotas pessoais no campo do trabalho, da vida social, do nosso dia a dia, individualmente?
Acolher, proteger, promover e integrar.
O Dia Mundial da Paz, que celebraremos neste dia 1º de janeiro, inicialmente chamado simplesmente de Dia da Paz foi criado pelo Papa Paulo VI com uma mensagem para o primeiro de 1968. Dizia o Papa Paulo VI em sua primeira mensagem para este dia, que a mesma se dirigia a todos os homens de boa vontade, para exortá-los a celebrar o Dia da Paz, em todo o mundo.
O Papa Francisco na sua mensagem para este 1º de janeiro chama a atenção de cada homem de boa vontade, de cada homem de paz e não, sobre o drama dos Migrantes e Refugiados.
No dia 24 de novembro foi apresentada aqui no Vaticano a mensagem do Papa Francisco para este 1º de janeiro.
“ O tema escolhido pelo Pontífice é: Migrantes e Refugiados: homens e mulheres em busca da paz. ”
A paz escreve o Santo Padre, é uma aspiração profunda de todas as pessoas e de todos os povos, sobretudo de quantos padecem mais duramente pela sua falta. Francisco recorda então novamente os mais de 250 milhões de migrantes no mundo, dos quais 22 milhões e meio são refugiados; “são homens e mulheres, crianças, jovens e idosos que procuram um lugar onde viver em paz”, como disse o Papa emérito Bento XVI.
Na busca desse lugar muitos estão prontos a arriscar a vida numa viagem que se revela, em grande parte dos casos, longa e perigosa, a sujeitar-se a fadigas e sofrimentos, a enfrentar arames farpados e muros erguidos para os manterem longe do objetivo final.
“ Francisco pede que abracemos todos aqueles que fogem da guerra e da fome ou se veem obrigados a deixar a própria terra por causa de discriminações, perseguições, pobreza e degradação ambiental. ”
Mas precisamos além de abrirmos os nossos corações ao sofrimento dos outros, fazer com que os nossos irmãos e irmãs possam voltar a viver em paz numa casa segura. Acolher o outro requer um compromisso concreto.
O olhar de Francisco vai então mais uma vez aos governantes que têm uma responsabilidade precisa para com as próprias comunidades, para não serem como o construtor insensato que fez mal os cálculos e não conseguiu completar a torre que começara a construir.
Particularmente interessante, é a questão que o Santo Padre dirige à todos: “pergunta-se, porque há tantos refugiados e migrantes no nosso mundo atual?”
Nas sendas de São João Paulo II, que na sua mensagem de paz do ano 2000 incluía o número crescente de refugiados entre os efeitos de “uma sequência infinda e horrenda de guerras, conflitos, genocídios, limpezas étnicas” que caracterizaram o século XX, Francisco sublinha que até agora, infelizmente, o novo século não registou uma verdadeira mudança: os conflitos armados e as outras formas de violência organizada continuam a provocar deslocações de populações no interior das fronteiras nacionais e para além delas.
Todavia as pessoas migram também por outras razões, sendo a primeira delas “o desejo de uma vida melhor, unido muitas vezes ao intento de deixar para trás o ‘desespero’ de um futuro impossível de construir”.
Em muitos países de destino, observou ainda o Pontífice, generalizou-se largamente uma retórica que enfatiza os riscos para a segurança nacional ou o peso do acolhimento dos recém-chegados, desprezando assim a dignidade humana que se deve reconhecer a todos, enquanto filhos e filhas de Deus. Daí o alerta de Francisco: Quem fomenta o medo contra os migrantes, talvez com fins políticos, disse, em vez de construir a paz, semeia violência, discriminação racial e xenofobia, que são fonte de grande preocupação para quantos têm no coração a tutela de todos os seres humanos.
O Papa concluiu a sua mensagem, indicando  quatro pistas de ação concreta: acolher, proteger, promover e integrar.
Por isso, é importante que as nossas ações sejam inspiradas por sentimentos de compaixão, clarividência e coragem, de modo a aproveitar todas as ocasiões para fazer avançar a construção da paz: “só assim o realismo da política internacional não se tornará uma capitulação ao cinismo e à globalização da indiferença”.

EVANGELHO DO DIA


Lucas 2,36-40

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.— Glória a vós, Senhor.Naquele tempo, 36havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada; quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido.37Depois ficara viúva, e agora já estava com oitenta e quatro anos. Não saía do Templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações. 38Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. 39Depois de cumprirem tudo, conforme a Lei do Senhor, voltaram à Galileia, para Nazaré, sua cidade. 40O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele. Palavra da Salvação.

SANTO DO DIA - SAGRADA FAMÍLIA DE NAZARÉ

Se o Natal tiver sido ao domingo; não tendo sido assim, a Sagrada Família celebrar-se-á no domingo dentro da Oitava do Natal.
Da alocução de Paulo VI, Papa, em Nazaré, 5.1.1964:
O exemplo de Nazaré:
Nazaré é a escola em que se começa a compreender a vida de Jesus, é a escola em que se inicia o conhecimento do Evangelho. Aqui se aprende a observar, a escutar, a meditar e a penetrar o significado tão profundo e misterioso desta manifestação do Filho de Deus, tão simples, tão humilde e tão bela. Talvez se aprenda também, quase sem dar por isso, a imitá-la.
Aqui se aprende o método e o caminho que nos permitirá compreender facilmente quem é Cristo. Aqui se descobre a importância do ambiente que rodeou a sua vida, durante a sua permanência no meio de nós: os lugares, os tempos, os costumes, a linguagem, as práticas religiosas, tudo o que serviu a Jesus para Se revelar ao mundo. Aqui tudo fala, tudo tem sentido. Aqui, nesta escola, se compreende a necessidade de ter uma disciplina espiritual, se queremos seguir os ensinamentos do Evangelho e ser discípulos de Cristo. Quanto desejaríamos voltar a ser crianças e acudir a esta humilde e sublime escola de Nazaré! Quanto desejaríamos começar de novo, junto de Maria, a adquirir a verdadeira ciência da vida e a superior sabedoria das verdades divinas!
Mas estamos aqui apenas de passagem e temos de renunciar ao desejo de continuar nesta casa o estudo, nunca terminado, do conhecimento do Evangelho. No entanto, não partiremos deste lugar sem termos recolhido, quase furtivamente, algumas breves lições de Nazaré.
Em primeiro lugar, uma lição de silêncio. Oh se renascesse em nós o amor do silêncio, esse admirável e indispensável hábito do espírito, tão necessário para nós, que nos vemos assaltados por tanto ruído, tanto estrépito e tantos clamores, na agitada e tumultuosa vida do nosso tempo. Silêncio de Nazaré, ensina-nos o recolhimento, a interioridade, a disposição para escutar as boas inspirações e as palavras dos verdadeiros mestres. Ensina-nos a necessidade e o valor de uma conveniente formação, do estudo, da meditação, da vida pessoal e interior, da oração que só Deus vê.
Uma lição de vida familiar. Que Nazaré nos ensine o que é a família, a sua comunhão de amor, a sua austera e simples beleza, o seu caráter sagrado e inviolável; aprendamos de Nazaré como é preciosa e insubstituível a educação familiar e como é fundamental e incomparável a sua função no plano social.
Uma lição de trabalho. Nazaré, a casa do Filho do carpinteiro! Aqui desejaríamos compreender e celebrar a lei, severa mas redentora, do trabalho humano; restabelecer a consciência da sua dignidade, de modo que todos a sentissem; recordar aqui, sob este teto, que o trabalho não pode ser um fim em si mesmo, mas que a sua liberdade e dignidade se fundamentam não só em motivos econômicos, mas também naquelas realidades que o orientam para um fim mais nobre. Daqui, finalmente, queremos saudar os trabalhadores de todo o mundo e mostrar-lhes o seu grande Modelo, o seu Irmão divino, o Profeta de todas as causas justas que lhes dizem respeito, Cristo Nosso Senhor.
João Paulo II, na Carta dirigida à família, por ocasião do Ano Internacional da Família, 1994, escreve:
A Sagrada Família é a primeira de tantas outras famílias santas. O Concílio recordou que a santidade é a vocação universal dos batizados (LG 40). Como no passado, também na nossa época não faltam testemunhas do “evangelho da família”, mesmo que não sejam conhecidas nem proclamadas santas pela Igreja…
A Sagrada Família, imagem modelo de toda a família humana, ajude cada um a caminhar no espírito de Nazaré; ajude cada núcleo familiar a aprofundar a própria missão civil e eclesial, mediante a escuta da Palavra de Deus, a oração e a partilha fraterna da vida! Maria, Mãe do amor formoso, e José, Guarda e Redentor, nos acompanhem a todos com a sua incessante proteção.

Sagrada Família de Nazaré, rogai por nós!
Fonte: Canção Nova Notíticias

REFLEXÕES SOBRE AS LEITURAS DE HOJE



30 de Dezembro de 2017 - Sábado - 6º dia na oitava do Natal do Natal

 - 1ª Leitura - 1Jo 2,12-17 - “o mundo passa ”

Dirigindo palavras de esperança, São João encoraja os pais e os filhos, assim como também os jovens, a permanecerem firmes no conhecimento de Deus a fim de vencer o Maligno. Conhecer a Deus e à Sua Palavra é o segredo para que possamos nos livrar das investidas do Príncipe das Trevas que é o inspirador da mentalidade do “mundo”. “Não ameis o mundo nem as coisas do mundo”, nos diz São João! As coisas do mundo significam tudo o que nos afasta da vivência dos mandamentos da Lei de Deus e desvirtuam a nossa alma que se apega ao que oferece prazer apenas ao nosso sensualismo. São as concupiscências, isto é, os desejos da carne, dos olhos e a soberba da vida. São práticas que nos trazem alegria passageira e que deixam um vazio imenso no nosso coração. Por isso, quando nos dedicamos exageradamente ao exercício de comprar demais, beber e comer em demasia, ou quando destinamos muito tempo cuidando do nosso corpo, da beleza física, quando passamos horas em jogatinas e diversões abusivas, ou quando recebemos muitos elogios e vivemos cercados (as) de pessoas que nos enaltecem demais, percebemos que o nosso interior fica empobrecido e nos sentimos entediados (as). Muitas pessoas, porque não têm conhecimento de Deus, vivem nessa busca desenfreada e nada lhes preenche a alma. Quando caímos na tentação das concupiscências, nós pecamos. O pecado é uma carga pesada que nos deixa com sentimento de culpa e de infortúnio, por isso é que o apóstolo João nos apresenta a misericórdia e o amor do Pai como uma força poderosa para a nossa restauração. Na medida em que nos aprofundamos na ciência de Deus e descobrimos a Sua mensagem de amor manifestada na pessoa do Seu Filho Jesus Cristo nós nos vamos libertando dos atrativos do mundo e começamos a ser saciados (as) com o alimento do céu tornando-nos pessoas vitoriosas a qualquer momento e em todas as circunstâncias. – Você é uma pessoa muito dedicada às “coisas do
mundo”? – Você dedica mais tempo a malhação e esquece a oração? – Qual o tempo que você tem dispensado a reflexão com a Palavra de Deus? – Você tem crescido no conhecimento do Pai? – Pense nisso e faça os seus propósitos para 2016.

Salmo - Sl 95 (96), 7-8a. 8b-9. 10 (R. 11a)
R. O céu se rejubile e exulte a terra!

O salmista nos convoca a praticar o que Deus deseja para nós; entrar em unidade com o céu para entoarmos o mesmo louvor e sermos participantes da alegria que reina lá. Por isso, ele convoca todas as famílias das nações, isto é, a família da terra a dar ao Senhor o poder e a glória que são devidas ao Seu nome. Quando nós oferecemos sacrifício de louvor, quando adoramos a Deus na Sua santidade nós nos tornamos pessoas que têm a marca da família do céu e conseguimos refletir a Sua glória no nosso rosto alegre.

Evangelho - Lc 2,36-40 - “a perseverança de Ana”

Ana era uma profetisa, de idade já avançada que vivia no templo e esperava com confiança o Salvador que fora prometido por Deus nas escrituras. “Não saia do templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações” Pela sua persistência e confiança na Palavra de Deus Ana foi agraciada e reconheceu em Jesus o Filho de Deus. Por isso, ela não se cansava de falar a todos sobre o menino com palavras de esperança e louvor a Deus. Se nós também permanecermos firmes no “templo”, isto é, na oração, no serviço a Deus, na adoração, com a mente e o coração voltados para as revelações do céu, com certeza, distinguiremos a chegada de Jesus como uma criança pequeninha que vem de mansinho e nos torna pessoas serenas, amáveis e de palavras que expressam a nossa alegria interior. Jesus Cristo que nasce no nosso coração vem como criança, mas também cresce em nós em sabedoria e graça na medida em que perseveramos no Seu conhecimento na Sua intimidade. Desse modo, a perseverança da profetisa Ana é para nós um exemplo a ser seguido, mesmo que já tenhamos esperado muito e nada ainda tenha acontecido. – Você também tem esperado a libertação do seu coração? – O que ainda o (a) tem deixado preso (a) ao mundo? – Você frequenta o “templo” com assiduidade? – Você é perseverante nas coisas de Deus ou desiste com facilidade?

Helena Serpa,

Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

EVANGELHO DO DIA

Lucas 2,22-35

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.Glória a vós, Senhor. 22Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor. 23Conforme está escrito na Lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor”. 24Foram também oferecer o sacrifício — um par de rolas ou dois pombinhos — como está ordenado na Lei do Senhor. 25Em Jerusalém, havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso, e esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele 26e lhe havia anunciado que não morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor.27Movido pelo Espírito, Simeão veio ao Templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para cumprir o que a Lei ordenava, 28Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus: 29“Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; 30porque meus olhos viram a tua salvação, 31que preparaste diante de todos os povos: 32luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”.33O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito dele. 34Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. 35Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te transpassará a alma”.— Palavra da Salvação.

REFLEXÕES SOBRE AS LEITURAS DE HOJE


29 de Dezembro de 2017 - 6ª. Feira - 5º dia na oitava de Natal do Natal 

- 1ª Leitura - 1Jo 2,3-11 - “amar como Jesus amou ”

Proceder como Jesus procedeu! É esta a recomendação de São João nesta carta. E o critério para discernirmos se estamos procedendo como Jesus procedeu é a vivência do amor ao próximo. A experiência do amor é a garantia que temos para que a luz verdadeira brilhe em nós e por nosso intermédio. “Aquele que diz estar na luz, mas odeia o seu irmão, ainda está nas trevas” nos diz São Paulo. Portanto, precisamos estar atentos (as) às nossas atitudes concretas de amor no dia a dia. Não podemos dizer que somos de Cristo e que vivenciamos os Seus ensinamentos e guardamos a Palavra de Deus, se estamos cultivando e trazendo dentro de nós, ressentimentos, mágoas, más querenças e sentimento de vingança. Fomentar tudo isto dentro do nosso coração demonstra que estamos vivendo nas trevas e na escuridão. Os que são da luz brilham por causa das ações de amor que praticam e são chamados refletores da Luz de Cristo. Quando as nossas ações são de desamor nós estamos agindo contra o mandamento de Deus e, por isso, recebemos a paga pela nossa insensatez. – As suas ações dão sinal para o mundo de luz ou de trevas? – Você tem se colocado diante da Palavra de Deus para examinar o seu coração? – Você tem guardado mágoas e ressentimentos? – As suas palavras são sinal de Deus para o mundo?

Salmo - Sl 95 (96), 1-2a. 2b-3. 5b-6 (R. 11a)
R. O céu se rejubile e exulte a terra!

O canto que sai dos nossos lábios é um “canto novo” quando ele brota de um coração renovado. A nossa boca propaga o que há dentro do nosso coração. Portanto, se exercitamos em nós pensamentos alegres e cheios de esperança, com certeza, o nosso cantar será de júbilo. Assim, nós podemos fazer com que a terra exulte de alegria e o céu se rejubile em louvor.

Evangelho - Lc 2,22-35 - “Jesus é o melhor presente de Natal que podemos receber ”

Simeão, homem justo e piedoso, viu a salvação assim que os seus olhos pousaram em Jesus, porque o Espírito Santo estava com ele. Simeão, homem velho, já quase no final da vida, poderia estar desiludido e desanimado, no entanto, frequentava o templo todos os dias, pois o Espírito Santo já lhe havia anunciado que ele não morreria antes de ver o Messias. Por isso, continuou firme e cheio de esperança. Quando nós também voltamos o olhar para Jesus e esperamos pelas promessas de Deus estamos contemplando a Salvação que foi anunciada pelos profetas. É o Espírito Santo quem nos faz ter uma experiência com a salvação de Jesus e, quando isto acontece, nada mais será tão importante na nossa vida. Podemos dizer que tivemos um encontro pessoal com Jesus quando sentimos a força na hora do desamparo, quando experimentamos a alegria nos momentos de tristeza, quando mantemos acesa a chama da fé nas horas de maior desespero. O Espírito Santo também hoje nos assegura que Jesus já veio mais uma vez neste Natal e que, se mantivermos os nossos olhos voltados para Ele, com certeza, poderemos ter novamente, uma experiência com a Sua salvação. Sentir a presença de Jesus dentro do nosso coração é o maior bem e o melhor presente de Natal que já recebemos. – Você já teve essa experiência com Jesus? Como você tem olhado para Ele? – Você consegue perceber os “pensamentos do seu coração? Procure mergulhar em si mesmo (a) peça ao Espírito Santo que revele o que o seu coração pensa.

Helena Serpa,

Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho

SANTO DO DIA - SÃO TOMÁS BECKET


Em 1155, Henrique II, rei da Inglaterra e de parte da França, nomeou seu chanceler Tomás Becket. Oriundo da Normandia, onde nasceu em 1117, e senhor de grande riqueza, era considerado um dos homens de maior capacidade do seu tempo.
Compararam-no a Richelieu, com o qual na realidade se parecia, pelas qualidades de homem de Estado e amor das grandezas. Ficou célebre a visita que fez, em 1158, a Luís VII, rei da França. Quando vagou a Sé de Canterbury, Henrique II nomeou para ela o chanceler. Tomás foi ordenado sacerdote a 1 de junho de 1162 e sagrado Bispo dois dias depois. Desde então, passou a ser a pessoa mais importante a seguir ao rei e mudou inteiramente de vida, convertendo-se num dos prelados mais austeros.
Convencido de que o cargo de primeiro-ministro e o de príncipe da Inglaterra eram incompatíveis, Tomás pediu demissão do cargo de chanceler, o que descontentou muito o rei. Henrique II ficou ainda mais aborrecido quando, em 1164, por ocasião dos “concílios” de Clarendon e Northampton, o Arcebispo tomou o partido do Papa contra ele. Tomás viu-se obrigado a fugir, disfarçado em irmão leigo, e foi procurar asilo em Compiègne, junto de Luís VII. Passou, a seguir, à abadia de Pontigny e depois à de Santa Comba, na região de Sens.
Decorridos quatro anos, a pedido do Papa e do rei da França, Henrique II acabou por consentir em que Tomás regressasse à Inglaterra. Persuadiu-se de que poderia contar, daí em diante, com a submissão cega do Arcebispo, mas em breve reconheceu que muito se tinha enganado, pois este continuava a defender as prerrogativas da Igreja romana contra as pretensões régias.
Desesperado, o rei exclamou um dia: “Malditos sejam os que vivem do meu pão e não me livram deste padre insolente”. Quatro cavaleiros tomaram à letra estas palavras, que não eram sem dúvida mais que uma exclamação de desespero. A 29 de dezembro de 1170, à tarde, vieram encontrar-se com Tomás no seu palácio, exigindo que ele levantasse as censuras que tinha imposto. Recusou-se a isso e foi com eles tranquilamente para uma capela lateral da Sé. “Morro de boa vontade por Jesus e pela santa Igreja”, disse-lhes; e eles abateram-no com as espadas.
São Tomás Becket, rogai por nós!
Fonte: Canção Nova Notícias