Lucas 18, 1-8
VIGÉSIMO NONO DOMINGO DO TEMPO COMUM
O evangelho de hoje é escrito por São Lucas (18,1-8). O trecho que lemos é uma parábola que Jesus nos conta para explicar a oração insistente e perseverante. Nesta parábola, encontramos juiz corrupto e uma viúva suplicante. Um juiz sem lei e sem fé, pouco preocupado em fazer justiça. A viúva, pessoa frágil, sem muita importância na sociedade, mas segura de seu direito. De acordo com o Primeiro Testamento, ele não tinha um defensor legal (cf. Is. 1 e 2 Sam. 14). Sua força está na insistência, a ponto de azucrinar a vida do juiz. Este a atende não por coerência de seus princípios, nem pela consciência de responsabilidade de sua função. Ele decide atender a viúva porque está cansado de amolação e para evitar um escândalo no tribunal ou na praça pública.
Aprendemos deste evangelho a grande lição da perseverança. A perseverança é, sem dúvida, uma das condições essenciais da oração, além da fé, da confiança e da humildade. Ma, se bem analisarmos, não se trata de uma insistência para dobrar a vontade de Deus para o nosso lado. É, antes, um esclarecer de nossa vontade à luz da vontade de Deus. Quem reza se aproxima de Deus. E ele é luz do nosso caminho. Essa luz nos vai mostrando, cada vez mais, o que está faltando em nossa vida para merecermos ser atendidos por Deus. O Pai do céu jamais fecha os ouvidos à nossa prece. O que acontece é que nem sempre sabemos sintonizar nossa vontade com a sua divina vontade. Muitas vezes pedimos aquilo que não é bom para a nossa verdadeira felicidade. Se insistirmos na oração bem feita, a sabedoria de Deus vai penetrando, pouco a pouco, até descobrirmos o caminho que devemos seguir.
A mensagem que ainda podemos tirar do evangelho proclamado neste domingo é esta: Se um juiz iníquo termina por dar ganho de causa a uma viúva insistente, quanto mais Deus que é justo, fará justiça aos seus eleitos. Orar não é forçar Deus à nossa vontade, mas é um mergulhar profundo no âmago do projeto amoroso de Deus. Como dizia Santa Terezinha de Ávila: orar é encontrar-se com um verdadeiro amigo.
Que neste domingo da oração perseverante não esqueçamos de rezar pela paz mundial. A oração ainda é a maior arma contra guerras e ataques terrorísticos. Dela nasceu à paz, o amor e a convivência pacífica e fraterna entre os povos, culturas e religião.
Pe. Raimundo Neto
Pároco de São Vicente
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