A Editora “Paulinas” acabou de publicar a Exortação Apostólica Pós- Sinodal “Amoris Laetitia” (A Alegria do Amor) do Papa Francisco sobre o amor na família. É um documento longo de 276 páginas na edição das Paulinas. A Exortação é dividida em nove capítulos assim discriminados: À luz da Palavra; A realidade e os desafios das famílias; O olhar fixo em Jesus: a vocação da família; O amor no matrimônio; O amor que se torna fecundo; Algumas perspectivas pastorais; Reforçar a educação dos filhos; Acompanhar, discernir e integrar a fragilidade; e Espiritualidade conjugal e familiar. Encerra-se com uma Oração à Sagrada família.
O conteúdo da Exortação é assim sintetizado pelo Papa Francisco no número 6 da Introdução. “No desenvolvimento do texto, começarei por uma abertura inspirada na sagrada Escritura, que lhe dê o tom adequado. A partir disso, considerarei a situação atual das famílias, para manter os pés no chão. Depois lembrarei alguns elementos essenciais da doutrina da Igreja sobre o matrimônio e a família, seguindo-se os dois capítulos centrais, dedicados ao amor. Em seguida destacarei alguns caminhos pastorais que nos levem a construir famílias sólidas e fecundas segundo o Plano de Deus, e dedicarei um capítulo à educação dos filhos. Depois deter-me-ei em um convite à misericórdia e ao discernimento pastoral perante situações que não correspondem plenamente ao que o Senhor nos propõe; e, finalmente, traçarei breves linhas de espiritualidade familiar”.
É importante lembrar que esta Exortação vem depois de três anos de preparação. Em 2013 o Vaticano mandou questionários aos bispos do mundo inteiro para ouvir as opiniões de peritos e leigos sobre a família contemporânea. Então houve o Sínodo em outubro de 2014 seguido pelo Sínodo de outubro de 2015, ambos sobre a família. Cada Sínodo publicou um “relatio” e o Papa Francisco estudou cuidadosamente cada um para escrever “Amoris Laetitia”. Dois tópicos de enorme importância para bispos e padres foram abordados nesta Exortação: a) Comunhão com a hóstia consagrada para pessoas divorciadas e recasadas; b) As uniões homoafetivas. É oportuno lembrar que o Pontífice não mudou ou modificou a doutrina da Igreja sobre estes assuntos. Capítulo oito trata destes assuntos. Aqui o papa lembra que “Os Padres Sinodais afirmaram que, embora a Igreja reconheça que toda a ruptura do vínculo matrimonial é contra a vontade de Deus, está consciente também da fragilidade de muitos de seus filhos”. Todos os casos de divorcio devem ser acolhidos misericordiosamente pela Igreja, os que têm certeza que seu primeiro casamento foi nulo e estão no segundo, os que estão no segundo casamento e que têm filhos para cuidar, aqueles há pouco se divorciam e já estão em nova união etc. Os padres sem deixar a fidelidade à Igreja devem ser dóceis à voz do Espírito Santo. Devem aplicar a caridade pastoral, capaz de não abandonar a doutrina da Teologia Moral, mas não se esquecer da misericórdia do Senhor para com cada um de nós. O papa lembra aos sacerdotes que o confessionário não deve ser uma sala de torturas, mas sim o lugar da misericórdia do Senhor. Finalmente no número 250 o Papa trata de pessoas com tendências homossexuais. Ele reafirmou que “cada pessoa, independentemente da própria orientação sexual, deve ser respeitada na sua dignidade e acolhida com respeito, procurando evitar “todo sinal de discriminação injusta” e particularmente toda a forma de agressão e violência”.
Pe. Brendan Coleman Mc Donald
Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1
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