sexta-feira, 25 de março de 2016

PÁROCOS EM ALMOÇO COM O PAPA FRANCISCO: "PAI QUE ESCUTA SEUS FILHOS"


Cidade do Vaticano (RV) – Atenção às pessoas, a todas as pessoas, em especial àquelas que estão com maiores dificuldades: é o que pede o Papa aos párocos de Roma com quem almoçou na Quinta-feira Santa (24/03) no Vaticano, depois da Missa do Crisma.
O encontro com uma dezena de sacerdotes aconteceu em clima muito familiar. Entre os presentes, Pe. Manrico Accoto, jovem pároco da Igreja de Santa Giulia Billiart, do bairro Tor Pignattara, em Roma.
Pe. Manrico – Foi uma experiência muito bonita, na sua simplicidade e normalidade. O Papa nos deixou bem à vontade e quis simplesmente ouvir todos. Cada um pôde contar a própria vida de paróquia: Roma é muito diversificada, de norte a sul, entre bairros jovens e residenciais e outros mais populares e periféricos. Escutou todos com muito interesse, sem nunca interromper, sempre com uma postura de quem tem o que aprender, fazendo-nos sentir até mestres importantes. E isso, segundo meu ponto de vista, deu realmente a imagem, como celebramos ontem, de um Jesus que tira as vestes  e dá dignidade e importância a quem o segue. Como párocos de Roma, procuramos seguir o nosso bispo. E ele nos deu um afago, um beijo, fazendo-nos sentir ouvidos e sublinhando as coisas que fazemos: um pouco como um pai que escuta as pequenas coisas dos filhos, sublinhando-as, no entanto, a sua importância, porque é através dessas pequenas coisas que se constrói o futuro.
RV – O que se sobressaiu da Diocese de Roma daquilo que falaram ao Papa?
Pe. Manrico – Foram destacadas certamente as positividades de comunidades vivas, com famílias jovens que se colocam à caminho, inclusive à redescoberta da fé, levando os próprios filhos. Foram destacadas as bonitas escolhas de comunidade, através da oração, do serviço aos mais pobres, escolhas solidárias. E foram destacadas também as dificuldades de um tecido urbano que vive certamente um momento de grande sacrifício e também de grandes tensões sociais em alguns bairros de Roma. Foram destacadas as alegrias, mas também as fadigas de ser sacerdote em Roma. Então, foram destacadas as alegrias e as dores de uma diocese que caminha, através do grande empenho dos leigos, e a bonita relação entre o povo de Deus e os seus pastores.
RV – O Pe. Manrico, em especial, o que disse ao Papa?
Pe. Manrico – Eu descrevi a minha realidade, muito diversificada, porque temos idosos, mas também famílias jovens: é um bairro popular, mas ao mesmo tempo multiétnico. Então, a relação com o islamismo; mas também os jovens que têm dificuldade de encontrar um trabalho ou aqueles menores que têm problemas para terminar o ensino médio. Existe o problema da droga, mas também a grande vivacidade de uma comunidade que se está colocando à serviço de tudo isso, através do estar junto e da oração. Levei ao Santo Padre a alegria e o caminho que a nossa comunidade, aqui de Tor Pignattara, está fazendo.
RV – Como os párocos de Roma vivem o Pontificado de Papa Francisco, do seu bispo?
Pe. Manrico – Certamente teve um grande entusiasmo inicial, porque uma mudança leva sempre a algo que desperta: não porque não fôssemos ligados a Papa Bento, mas simplesmente porque uma mudança te desperta de uma normalidade que no fim acaba obtendo. Agora, certamente, há também a fadiga de receber os grandes estímulos que ele dá, isto é, não é nunca uma “comida pronta” – ele diz que você deve fazer e você o faz – por isso há fadiga no discernimento, no compreender como colocar em prática as linhas de fundo, que, no entanto, não poderão nunca se transformar em soluções “pré-cozidas”. Então, agora, a gente se encontra mais semeando que recolhendo. Onde nos levará o Pontificado do Papa Francisco, veremos daqui a alguns anos. Com confiança precisamos continuar a nos deixar guiar e aconselhar, para que a nossa pastoral, devagar e no concreto, se renove através dos seus ensinamentos.(AC)(from Vatican Radio)
Fonte: Rádio Vaticano

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