Jeremias 17, 5-10 – 5ª. Feira – Jeremias 17, 5-10 - “ Bendito o homem que confia no Senhor”
Cada um de nós pode fazer uma avaliação se realmente, está confiando mais em Deus ou nos homens, nos negócios, nas facilidades da vida. Precisamos, pois, consultar o nosso coração começando por perceber o que pode nos afligir ou nos alegrar, o que nos eleva e o que nos abate, fazendo um exame profundo em relação à qualidade da nossa vida. Precisamos ter consciência do que é que tem motivado as nossas ações do dia a dia, nossos pensamentos e maquinações com o intuito de averiguar se estamos sendo, benditos ou malditos. Poderemos ser “benditos”, quando confiamos no Pai que nos criou e nos sustenta com a Sua
graça em todos os dias da nossa vida e não somente, nos momentos bons. Se o nosso coração estiver repleto de esperança, de paz e alegria, mesmo quando passamos por momentos de tribulações; também quando “enxergamos” no meio das tempestades da nossa vida os sinais de Deus que nos acena com promessa de dias melhores; quando estamos firmes e confiantes acolhendo as graças que nos vêm do céu durante a oração, na adoração ao Senhor, na reflexão com a Sua Palavra; quando, mesmo passando por provações conseguimos dar frutos que alimentam a outras pessoas, por meio de um testemunho coerente com a fé, a esperança e a caridade, e estamos vivendo sob as bênçãos de Deus. Pelo contrário, somos “malditos quando temos o nosso coração atribulado, cheio de dúvidas e buscamos refúgio nas pessoas ou nos grandes aqui da terra ou quando entendemos que somente o poder e o dinheiro poderão nos tirar das situações de desespero, de desarmonia, quando demonstramos amargura e descontentamento com tudo e com todos, quando murmuramos, praguejamos e desejamos o mal ou temos sentimentos de vingança, quando estamos confiando e esperando mais nos “homens” do que no Deus que nos dá tudo. Somos malditos porque estamos afastados do Trono da graça, da Fonte do Amor e da Verdade. O nosso coração às vezes nos engana, mas o Senhor que nos perscruta sabe quais os sentimentos que cultivamos dentro de nós. Precisamos, pois, nos dirigir à Fonte do Amor de Deus que brota lá dentro do nosso mais profundo interior e pedir ao Pai que nos abençoe com a Sua graça a fim de que nos voltemos para Ele, onde se encontra a nascente da vida e da santidade. Só assim, ao invés de sermos malditos podemos novamente nos considerar benditos e ter uma vida completamente renovada. - Você é “maldito” (a) ou “bendito” (a)? – Não olhe para as outras pessoas: perceba os seus sentimentos. – Qual é a sua situação - Você é como cardo no deserto ou como árvore plantada junto às águas? - Nos seus empreendimentos e problemas em quem você confia mesmo? – Qual o testemunho que você tem dado ao mundo? – As pessoas gostam de estar com você?
Salmo 1 – “É feliz quem a Deus se confia!”
O salmo é uma confirmação da profecia de Jeremias. O salmista faz uma comparação entre as pessoas que andam conforme os conselhos dos perversos, isto é, dos homens que têm a mentalidade do mundo e as pessoas que meditam na lei de Deus em todos os momentos da sua vida. Os que seguem a teoria do mundo são como a palha seca que se espalha e é dispersa pelo tempo. Porém, os que andam segundo a Lei do Senhor, prosperam e têm uma vida profícua, portanto, são felizes.
Evangelho – Lucas 16,19-31 – “a existência do pobre é uma chance que Deus dá ao rico”
O homem rico se refestelava na sua própria “felicidade”, tinha tudo aqui na terra, vestia-se bem, comia maravilhosamente e celebrava isto todos os dias com festas esplêndidas. Mesmo sabendo da existência do homem pobre que vivia caído à sua porta, esperando alguma coisa que ainda lhe sobrasse quando “a festa” findasse, ele o ignorava. Por meio do Evangelho Jesus nos dá ciência dos mistérios da nossa vida futura a partir da nossa vida aqui na terra. Por isso, quando abrimos os olhos e os ouvidos para apreendermos os Seus ensinamentos nós também assumimos o compromisso com a verdade e nos tornamos mensageiros do céu aqui na terra. Usando o exemplo do rico epulão (opulento) e do pobre Lázaro, Jesus nos revela segredos da realidade mais presente na nossa vida: a nossa caminhada na terra em direção ao nosso porto final, o céu. Se formos prestar atenção ao quadro descrito no Evangelho, chegaremos à conclusão de que hoje isto também acontece na nossa vida guardando as devidas proporções e na medida da nossa realidade. Porém, o que mais precisamos estar atentos (as) é à mensagem de Jesus pela qual percebemos que, assim como o pobre morreu e “foi levado pelos anjos ao seio de Abraão”, que é o Céu, o rico também morreu, mas, “foi enterrado”. Isto para nós faz uma diferença incrível, pois nos leva a meditar sobre a visão que temos em relação ao morrer e ao depois do morrer. Se tivermos uma ideia da vida somente como uma experiência terrena, agindo e reagindo conforme os critérios humanos, com as práticas ditadas pela mentalidade do mundo, com certeza, iremos também ser “enterrados” (as). No entanto, se concebermos a ideia de que a nossa vivência na terra é um passaporte e passagem que nos encaminham ao Céu, porto seguro, casa do Pai, retorno à vida, aí então, com a mesma certeza, nós esperamos ser levado pelos anjos ao seio de Abraão. Contudo, isso não depende apenas do nosso saber ou ter conhecimento, mas sim, do nosso viver, do nosso conviver e do nosso participar, porque aqui na terra já começamos a construir esta via, através dos nossos relacionamentos pessoais com TODOS e não somente com aquelas pessoas que nos são as mais queridas, nem tampouco com os “ricos”, mas também com aqueles intoleráveis, “os pobres” que são carentes de pão, mas principalmente de vida digna e justiça. Jesus abriu para nós um cenário real, o qual não podemos mais ignorar: cenário da vida na terra e depois dela. Para onde iremos somente Deus o sabe, porém podemos ter uma ideia, dependendo do que nós estivermos colocando em prática. O rico não foi enterrado porque era abastado, nem tampouco o pobre subiu aos céus só porque era carente, mas pelas circunstâncias em que viveram e por causa das atitudes que tomaram. Aqui na terra nós recebemos as condições para nos apropriarmos dos “terrenos do céu”. Há, porém, uma condição imprescindível: a de partilharmos os nossos bens e dons dos nossos “terrenos da terra” com os outros moradores seguindo os mandamentos de Deus e crendo que Jesus é o Senhor da nossa vida e da nossa morte. Nós sabemos que a figura do pobre sempre será uma realidade entre nós, no entanto, a sua existência é uma chance que Deus dá ao rico para bem empregar os seus bens e assim poder obter ainda muito mais para ajudar a quem precisa. Há, porém, outra coisa importante que precisamos ter em conta: o tempo é hoje, agora! Não podemos esperar para quando chegar lá no nosso destino, “depois quer findar a festa”, pois há um abismo enorme e nós não podemos retroceder. Nem tampouco poderemos de lá, fazer com que aqueles que amamos e temos interesse por eles, possam se redimir. Por isso, Abraão falou ao rico: “Eles lá têm Moisés e os profetas, que os escutem!” E isto vale também para nós HOJE, pois somos convocados a ser também, profetas, com palavras, atos e sem omissão. – Quais os bens que você tem recebido na vida? – Existe algum “pobre” à sua porta esperando migalhas? - O que você tem partilhado com os “pobres” que se encontram à sua porta? - Como é a sua vida: você tem recebido mais bens ou mais feridas – Qual é a ideia que você tem da vida após a vida aqui na terra? – Você tem aberto os olhos das pessoas da sua família para isso?
Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho
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