Padre Geovane Saraiva*
É indispensável que se convença de que o Batismo quer conduzir-nos pelo caminho da paz e da justiça, no sonho de Pai: o de preservar e restaurar a criatura humana, sem jamais se esquecer da ecologia, do meio ambiente, no nosso esforço de bem conviver com o mundo, dom de Deus e casa comum de todos. O Papa Francisco visitou o local do Batismo de Jesus, na Jordânia, aos 24 de maio de 2014, rezando pela conversão de quem alimenta a guerra e o ódio, atitudes que contrariam o projeto de paz, que a humanidade tanto almeja, em uma súplica fervorosa a Deus, para que seja tudo em todos, em um ávido desejo de paz, ao mesmo tempo em que agradeceu por aquele lugar de testemunho, local do Batismo do Senhor.
Nossa missão, decorrente do batismo, é para que sejamos pessoas marcadas pela graça de Deus, no anúncio e no testemunho, com a tarefa de mudar a realidade de pecado e contradição, mudar que quer dizer fermentá-la e transformá-la em uma nova civilização, apresentando ao mundo sinais de esperança e solidariedade, não através de belas palavras ou de pregações bonitas e miraculosas, mas, acima de tudo, da prática e do testemunho.
Deus leva em conta a mística, a misericórdia e a vida coerente. Leva em conta mãos abertas, coração grande, generoso e bom, capaz de amar e perdoar, nas palavras do Papa Francisco: “O perdão é vital para nossa saúde emocional e sobrevivência espiritual”. O Livro Sagrado assegura que o Espírito Santo desceu sobre Jesus em forma de pomba, ao ser batizado por João no Rio Jordão, indicando uma realidade misteriosa, de que no Filho de Deus se encontra justiça e paz, que jamais se extinguirão.
A respeito do assunto supramencionado, isto é, o perdão, a paz e a concórdia no mundo, o Santo Padre, o Papa Francisco, na Solenidade do Batismo do Senhor, falou ao mundo, aos 10 de janeiro de 2016, na alocução precedida do Ângelus: “Espírito Santo é o artífice principal do batismo cristão; queima e destrói o pecado original, restituindo ao batizado a beleza da graça divina, dando-nos mansidão, humildade e ternura”.
Que as palavras do Augusto Pontífice sejam acolhidas por nós e refletidas, convertendo-nos no sentido de vivermos a nossa missão decorrente do batismo, com um coração alegre, na bondade e generosidade, solidarizando-nos com os sofredores e os pecadores, convictos, segundo São Bernardo de Claraval, de que “a medida do amor é amar sem medida”. Assim seja!
*Pároco de Santo Afonso e vice-presidente da Previdência Sacerdotal, integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza – geovanesaraiva@gmail.com
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