Em entrevista a ZENIT o cardeal Dom Orani João Tempesta fala sobre o Ano Santo da Misericórdia na sua arquidiocese
Rio de Janeiro, (ZENIT.org) Thácio Siqueira
"Que a celebração do Ano Santo seja para todos os crentes um verdadeiro momento de encontro com a misericórdia de Deus", disse o Papa Francisco no dia 1 de Setembro em carta a Dom Rino Fisichella, Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização.
"Desejo - afirmou o Pontífice naquela ocasião - que o Jubileu seja uma experiência viva da proximidade do Pai, como se quiséssemos sentir pessoalmente a sua ternura". Portanto, "espero que a indulgência jubilar chegue a cada um como uma experiência genuína da misericórdia de Deus, a qual vai ao encontro de todos com o rosto do Pai que acolhe e perdoa, esquecendo completamente o pecado cometido".
Francisco, então, determinou que "Para viver e obter a indulgência os fiéis são chamados a realizar uma breve peregrinação rumo à Porta Santa, aberta em cada Catedral ou nas igrejas estabelecidas pelo Bispo diocesano, e nas quatro Basílicas Papais em Roma", como também "que este momento esteja unido, em primeiro lugar, ao Sacramento da Reconciliação e à celebração da santa Eucaristia com uma reflexão sobre a misericórdia. Será necessário acompanhar estas celebrações com a profissão de fé e com a oração por mim e pelas intenções que trago no coração para o bem da Igreja e do mundo inteiro".
Na arquidioce de São Sebastião do Rio de Janeiro, o Cardeal Dom Orani João Tempesta explicou para ZENIT como será vivido esse Ano Santo. Acompanhe a entrevista abaixo:
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ZENIT: Como será vivido o Ano Santo da misericórdia na sua arquidiocese?
Dom Orani: Na Arquidiocese do Rio de Janeiro, sete igrejas serão locais de peregrinação, que terão simbolicamente a Porta Santa, ou seja, locais que representam, simbolicamente, uma porta por onde se passa como marca de transformação. Também viveremos as "24 horas para o Senhor", na Quaresma. Cada mês, teremos um tema de misericórdia que será proposto a toda Arquidiocese. Teremos também as confissões especiais, tanto nas igrejas, como em locais públicos, os vários tipos de celebrações nas sete igrejas, paróquias e movimentos, de forma que se crie em toda a Arquidiocese esse espírito do Ano do Jubileu da Misericórdia, a fim de transmitir essa experiência para as pessoas.
ZENIT: Qual será a porta santa local?
Dom Orani: No dia 13 de dezembro, quando serão abertas as Portas Santas do Rio. A primeira celebração será presidida pelo arcebispo, cardeal Orani João Tempesta, na Catedral de São Sebastião, às 10h. As demais cerimônias ocorrerão no Santuário do Cristo Redentor, no Corcovado, às 12h, com Dom Antonio Augusto Duarte; no Santuário de Nossa Senhora da Penha, na Penha, às 16h, com Dom Roque Costa Souza;, no Santuário de Nossa Senhora de Schoenstatt, em Vargem Pequena, às 16h, com Dom Karl Josef Romer; na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Santa Cruz, às 18h, com Dom Orani; na Paróquia Coração Eucarístico, em Santíssimo, às 18h, com Dom Luís Henrique da Silva; e no Santuário da Divina Miserircórdia, em Vila Valqueire, às 19h30, com Dom Paulo Cesar Costa.
ZENIT: O que você aconselha para os seus fieis nesse período?
Dom Orani: Participem dos eventos do Ano da misericórdia com coração aberto e entusiasmo, que cada um se una a sua paróquia, pastoral, movimento para fazer a peregrinação em horário marcado. Procurem fazer uma obra de misericórdia. Procurar a confissão, a penitência, a reconciliação com as pessoas. Aprofundar o tema da misericórdia. Procurem também estudar a bula do Papa Francisco, que proclamou o Jubileu da Misericórdia, a Misericordea Vultus. São muitas oportunidades de participação.
ZENIT: Em um mundo marcado pelo terrorismo, o ódio, em um país – pelo que parece – abandonado à corrupção, como é o Brasil, qual a mensagem do Ano da Misericórdia para o homem de hoje?
Dom Orani: A misericórdia é a melhor resposta para a violência, a intolerância, o erro, à maldade. Quem experimenta o amor de Deus, que é cheio de misericórdia, também ama os irmãos. E não vai explorá-lo nem fazer o mal, mas o bem. A misericórdia vai transformar a pessoa, para que ele possa contagiar ao seu redor para que mais pessoas tenham a experiência com a misericórdia de Deus.
ZENIT: Como os católicos podem viver a misericórdia no dia a dia?
Dom Orani: Tempos muitas oportunidades de escutar, de ir ao encontro, de participar, de partilhar, em nossas famílias, vizinhança, trabalho, escola, oportunidade de acolher as pessoas ao nosso redor, que necessitam de uma palavra, carinho, amor que vem de Deus, além de praticar as obras de misericórdia.
ZENIT: Os sacerdotes ficarão mais disponíveis para a confissão?
Dom Orani: Claro. Teremos mais horários de celebrações penitenciais nas paróquias, e outros momentos, além das "24 Horas para o Senhor", nos locais públicos, praças, estações de trem, shopping centers, oportunidades de atender confissões dos católicos e dos que passam e sentem a necessidade de experimentar o perdão de Deus.
ZENIT: E as pessoas que moram longe das portas santas, como poderão obter as indulgências?
Dom Orani: Tanto para quem mora longe, como as pessoas que estão doentes ou são idosas, o Papa contempla na bula estas situações. É importante estar unido em espírito ao Ano da Misericórdia e ter no coração este espírito, praticando no que é possível, rezando na intenção do Santo Padre, se confessando, praticando obras de misericórdia.
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