Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta sexta-feira (13/11), na Sala Clementina, no Vaticano, cerca de sessenta membros da Fundação Romano Guardini.
Para falar sobre o perdão de Deus, o pontífice contou o episódio intitulado “Os irmãos Karamazov” do livro “O mundo religioso de Dostoevskij” escrito por Guardini, que fala de uma camponesa que procura um sacerdote russo para se confessar, depois de ter matado o marido que a maltratava.
“A mulher estava fechada em si mesma”, disse o Papa, e o sacerdote lhe “mostra uma saída”:
“Na confissão, a mulher se transforma e recebe novamente a esperança. As pessoas mais simples entendem do que se trata aqui. São tomadas pela grandeza que resplandece na sabedoria e na força do amor do sacerdote. Entendem o que significa a santidade, ou seja, uma existência vivida na fé, capaz de ver que Deus está próximo aos homens, tem as suas vidas em suas mãos”.
Francisco se deteve na categoria de povo presente no pensamento de Guardini que o vê como um espelho no qual reconhecer o “campo de forças da ação divina”:
“Guardini entende o conceito de povo distinguindo-o claramente de um racionalismo iluminista que considera real somente o que pode ser entendido pela razão e que tem a tendência de isolar o homem, tirando-o das relações naturais vitais. O povo, ao contrário, significa, o compêndio daquilo que no homem é genuíno, profundo e substancial”.
“Talvez podemos aplicar a reflexão de Guardini ao nosso tempo, procurando descobrir a mão de Deus nos eventos atuais”, disse o pontífice que fez mais um apelo à Europa a fim de que acolha os migrantes com generosidade:
“Assim, poderemos talvez reconhecer que Deus, em Sua sabedoria, enviou o faminto à Europa rica para que lhe dê de comer, o sedento para que lhe dê de beber, o forasteiro para que o acolha e o nu para que seja vestido. A história depois vai mostrar: se somos um povo, certamente o acolheremos como nosso irmão; se somos somente um grupo de indivíduos mais ou menos organizados, tentaremos salvar primeiramente a nossa pele, mas não teremos continuidade”. (MJ)(from Vatican Radio)
Fonte: Rádio Vaticano
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