Cidade do Vaticano (RV) – A homilia da missa celebrada pelo Papa na manhã desta quinta-feira (15/10), na Casa Santa Marta, foi focada no mandamento do amor e na tentação de quem quer "controlar" a salvação. Francisco alertou: “Temos que nos proteger dos ‘doutores da lei’ que limitam os horizontes de Deus e minimizam o seu amor. Uma das coisas mais difíceis de se entender, para nós cristãos, é a gratuidade da salvação em Jesus Cristo”, iniciou o Pontífice.
Já São Paulo tinha grande dificuldade em explicar aos homens de seu tempo que a verdadeira doutrina era a "gratuidade da salvação". “Nós – salientou Francisco – estamos acostumados a ouvir que Jesus é o Filho de Deus que veio por amor para nos salvar e depois morreu por nós. Quando entramos no mistério de Deus ‘deste amor sem limites’ ficamos maravilhados e por vezes ‘preferimos não entendê-lo’”.
Não reduzir os horizontes de Deus. Seu amor não tem limites
Fazer o que Jesus nos diz – prosseguiu – é bom; "é a minha resposta à salvação, que é gratuita, vem do amor gratuito de Deus":
“Parece que Jesus também implica um pouco contra os doutores da lei, dizendo-lhes coisas fortes, muito duras: ‘Vocês levaram embora a chave do conhecimento, vocês não entraram, impediram quem queria entrar, levaram a chave’, ou seja, a chave da gratuidade da salvação, do conhecimento”.
Estes doutores da lei “pensavam que somente respeitando todos os mandamentos era possível se salvar, e que quem não o fizesse seria condenado”. Assim, “limitavam os horizontes de Deus e tornavam o seu amor pequenino, à medida de cada um de nós”. Esta, disse ainda, “é a luta que Jesus e Paulo fizeram para defender a doutrina”.
Estes doutores da lei “pensavam que somente respeitando todos os mandamentos era possível se salvar, e que quem não o fizesse seria condenado”. Assim, “limitavam os horizontes de Deus e tornavam o seu amor pequenino, à medida de cada um de nós”. Esta, disse ainda, “é a luta que Jesus e Paulo fizeram para defender a doutrina”.
Os vigilantes da salvação
“Certo, observou, os mandamentos existem, mas a síntese de tudo é ‘amar a Deus e ao próximo’; e com esta ‘atitude de amor’, afirmou o Papa, ‘ficaremos à altura da gratuidade da salvação, porque o amor é gratuito”. “Se eu disser ‘eu te amo’, mas estiver interessado em outra coisa, advertiu, isto não será amor, mas interesse”.
“Por isso, Jesus diz: ‘O amor maior é este: amar Deus com toda a vida, com todo o coração, com toda a força... e ao próximo como a ti mesmo’, porque é o único mandamento à altura da gratuidade da salvação de Deus. E acrescenta: ‘Neste mandamento estão incluídos todos os outros; a fonte é o amor, o horizonte é o amor’. Se você fechar a porta e levar embora a chave do amor, não estará à altura da gratuidade da salvação que recebeu. A luta pelo controle da salvação não se encerrou com Jesus e Paulo”.
Francisco mencionou que este ano se recordam 500 anos do nascimento de Santa Teresa d’Ávila, comemorada hoje. “Uma mística a quem o Senhor deu a graça de compreender os horizontes do amor. Ela também foi julgada pelos doutores de sua época. Aqueles santos, salientou o Papa, foram perseguidos por defender o amor, a gratuidade da salvação, a doutrina. Muitos deles, como também Joana D’Arc.
Não se deixar enganar por quem quer limitar o amor de Deus
O Papa retomou a homilia lembrando que esta luta não termina, a carregamos dentro de nós. Seria bom se nos questionarmos: ‘Acredito que o Senhor me salvou gratuitamente?’ “Creio que não mereço a salvação? E se a mereço, é graças a Jesus Cristo e aquilo que Ele fez por mim?”
“Perguntemo-nos, porque somente assim seremos fiéis a este amor tão misericordioso: amor de pai e de mãe, porque Deus também diz que Ele é como uma mãe conosco; grandes horizontes, sem limites nem limitações. E não nos deixemos enganar pelo doutores que limitam este amor”. (CM)(from Vatican Radio)
Fonte: Rádio Vaticano
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