Recentemente o Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN) comunicou que a frota de carros no Brasil já ultrapassa 45 milhões. Não é apenas a sensação de que mais veículos estão circulando pelas ruas de Fortaleza, e em horários cada dia mais cedo, mas segundo o DENATRAN a frota da capital Cearense é a que, percentualmente, mais evoluiu nos últimos dez anos no Brasil. Segundo a fonte citada, hoje Fortaleza tem 964,7 mil veículos, e está em sétimo lugar no ranking nacional de maiores frotas. Em um ano estre janeiro de 2014 e 2015, as ruas de Fortaleza receberam mais de 51 mil veículos. Segundo os peritos no assunto, no início de 2016 haverá um pouco mais de um milhão de veículos circulando pelas ruas de Fortaleza!
DE acordo com Dr. Gilvan Melo do Núcleo Especial de Controle, Fiscalização e Acompanhamento de Políticas de Transito (NAETRAN) do Ministério Público Estadual (MPE): “A frota de veículos em si não é motivo para o caos que enfrentamos todos os dias mas a falta de planejamento estratégico tanto da infraestrutura urbana quanto da fiscalização contribui quase 100% para os transtornos”. Se não há investimento no transporte público para torná-lo mais eficiente e com qualidade, as pessoas permanecem utilizando o transporte individual. O investimento em nosso Metrô foi um passo gigante na direção certa.
Quem usa o transporte público em Fortaleza é visto como sem condições de ter um carro próprio. Essas pessoas, que merecem o respeito dos poderes públicos não são levadas bastante em consideração por aqueles que planejam nossa cidade. Em vez disso, há um intenso investimento por parte dos políticos em realizar obras grandiosas, como: aumento o número de faixas para os veículos, construção de túneis, elevados, vias expressas etc. Tudo em prol do transito motorizado, utilizada pela a camada mais abastada da sociedade! O recente esforço do Prefeito para implantar uma infraestrutura de ciclovias e colocar bicicletas em lugares estratégicos para alugar com preços acessíveis foi uma excelente iniciativa, uma vez que há necessidade urgente de se iniciar o processo de mudança cultural no âmbito da mobilidade urbana em nossa cidade.
Os desafios neste setor em Fortaleza são essencialmente de duas ordens. A primeira é a infraestrutura inadequada, como calçadas em péssimas condições, grandes distâncias entre faixas de pedestres e falta de faixas de pedestres e de sinalização para pedestres etc. A segunda infelizmente é que a nossa infraestrutura é praticamente exclusiva para o carro. No momento precisamos priorizar os pedestres, construindo passarelas para ajudá-los atravessar avenidas e ruas movimentadas, inclusive reservando ruas somente para pedestres. Não podemos esquecer que o excesso de veículos em nossa cidade, os engarrafamentos, a contaminação do ar, a poluição sonora ou acústica, e o estresse causado por tudo isso influem diretamente na qualidade de vida dos cidadãos.
Pe. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1
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