Padre Geovane Saraiva*
A vida eterna se dar na reconciliação com Deus, em primeiro lugar, através da realidade existencial das pessoas, totalmente preenchida e pacificada na acolhida das manifestações dos sinais da graça de Deus, perpetuada após a vida terrena, alimentada evidentemente com Jesus pão da vida, pão descido do céu (cf. Jo 6, 41-51). Ele que se deu a conhecer, convence-nos do dom de sua graça, no qual somos chamados a ser seus seguidores, que no exemplo do profeta Elias, indica-nos um longo caminho a percorrer (cf. 1Rs 19, 4-8).
O Santo Padre, o Papa
Francisco, na sua preocupação de "Renovar o diálogo sobre a maneira como estamos
construindo o futuro do planeta" (Laudato Si', 14), diante de uma grande
multidão na Praça de São Pedro, comentou no Angelus (09/08/2015), que a atitude
da fé para este mundo e para a vida eterna implica acolher o Filho de Deus a nos
introduzir na 'dinâmica da fé', afirmando-nos que “Essa dinâmica é uma 'relação'
na qual não é suficiente encontrar Jesus e ler a Bíblia para acreditar, é
preciso a fé que só acontece quando deixamos que o Espírito Santo entrar na
relação de amor e de vida que há entre Jesus e Deus Pai”.
A alocução, tão sábio quanto
profética, do Sumo Pontífice, deixa-nos pensativos e perplexos, associado-nos
aos seus anseios, após a recitação do Angelus, sobre o 70º aniversário dos
bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki no Japão durante a II Guerra Mundial que
aconteceram nos dias 6 e 9 de agosto em 1945. A este propósito o Santo Padre
reafirmou a necessidade de repudiar sempre a guerra, na seguinte assertiva:
“Esta triste comemoração apela-nos, sobretudo, a rezar e a empenharmo-nos pela
paz, para difundir no mundo uma ética da fraternidade e um clima de serena
convivência entre os povos”.
Que a profecia do Servo de Deus
Dom Helder Câmara, jamais seja esquecida, ao afirmar “Sem justiça e amor, a paz
será sempre uma grande ilusão”. Neste sentido compreendo as palavras que saíram
do coração dadivoso e generoso, profético e solidário do Augusto Pontífice, como
uma oração, um clamor: “De todas as terras se levante uma única voz: não à
guerra, não à violência, sim ao diálogo, sim à paz! Com a guerra perde-se
sempre. O único modo de vencer uma guerra é não fazê-la”.
Penso que nossa corrida em
favor da paz será profícua, assaz pelo esforço de se manter viva a memória do
nosso artesão da paz, Dom Helder, numa fervorosa súplica elevada aos céus em
favor da sua santificação, aqui através da nossa humilde proposta de oração:
“Ó Deus altíssimo, boníssimo e
terníssimo, que quisestes se revelar em toda vossa plenitude, na generosidade,
doação, renúncia e criatividade do vosso servo Dom Helder Câmara. Vivendo agora
a expectativa da beatificação e canonização do vosso místico e Dom da Paz,
suplicamos com humildade e confiança que venhais em socorro da humanidade, nas
injustiças, dores e angústias de toda natureza por que passa a criatura humana e
todo o universo. Que o nosso bom Deus seja sempre mais louvado, através do Servo
de Deus Dom Helder, instrumento da Vossa paz e do Vosso amor”. Usando as
palavras do Santo Padre, o Papa Francisco: “No fim, encontrar-nos-emos face a
face com a beleza infinita de Deus (cf. 1Cor 13, 12) e poderemos ler, com
jubilosa admiração, o mistério do universo, o qual terá parte conosco na
plenitude sem fim" (Laudato Si', 243), na mais viva esperança, ó Pai, de vermos
todas as coisas renovadas”. Por Nosso Senhor Jesus Cristo Vosso Filho, na
Unidade do Espírito Santo. Amém. Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai.
*Escritor, blogueiro,
colunista, vice-presidente da Previdência Sacerdotal e Pároco de Santo Afonso,
Parquelândia, Fortaleza-CE – geovanesaraiva@gmail.com

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