O evangelho refletido de hoje é Marcos, 6-30-34. Fazendo uma
leitura rápida deste evangelho vamos encontrar alguns pontos que orientarão a
nossa reflexão: 1º) a avaliação da missão; 2º) convite a um retiro espiritual;
3º) uma multidão O segue; 4º) Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão
porque era como ovelha sem pastor.
De uma forma concisa, o evangelho de hoje apresenta-nos um
“flash” do dia-a-dia de Jesus, oferecendo pistas para a vivencia do cotidiano
dos cristãos. Não se trata de imitar, na sua materialidade, a prática de Jesus.
E sim, inspirar-se nos valores que motivam sua ação. A vida de Jesus definia-se
como um contínuo servir. Os traços fundamentais da ação de Jesus eram compaixão
e misericórdia. O contato com o ser humano sofredor tocava-lhe o mais fundo do
coração. Jamais se mostrava impassivo, guardava distância ou fugia diante do
sofredor. Nem lhe fazia falsas promessas ou lhe dirigia palavras ilusórias. Seu
coração misericordioso levava-o a acolher a pessoa carente e sarar suas feridas.
O zelo de Jesus não tinha limites. Ele não atendia as pessoas
com hora marcada e às pressas. Não marcava o número de necessitados a quem
acolher. Todo ser humano, a qualquer momento, podia estar certo de ser objeto da
acolhida bondosa do Mestre. A intensidade da ação de Jesus podia fazê-lo cair
num ativismo descontrolado. Essa situação poderia contaminar os discípulos. Para
evitar tais situações, Jesus tinha o costume de retirar-se à parte com seus
discípulos, para repousar das fadigas da missão. Era o momento da convivência
fraterna, da partilha de experiências e de mútuo estímulo. Jesus, por sua vez,
dedicava longos espaços de tempo à oração, sobretudo à noite Tempo de revigorar
as forças na intimidade com o Pai!
Mensagem: diante da preocupação que Jesus tinha para com suas
ovelhas, percebemos o jeito de fazer “pastoral”. Essa pastoral tinha dois
momentos: o cuidado das multidões e a formação dos apóstolos que haviam
retornado de sua missão. Nesta atitude de Jesus para com as ovelhas ainda
aparecem dois elementos aparentemente antagônicos: 1º) a força – Jesus levava
seu cajado para defender dos assaltantes e lobos e ovelhas. 2º) a ternura – Ele
oferece carinho, cuidado a cada uma das ovelhas. Diante disso refletimos que a
ternura e amor de Cristo-Pastor são as armas mais simples e ao mesmo tempo
poderosas para mudar o mundo em que vivemos. Que o Cristo-pastor da humanidade
nos ensine a ser servos do Rebanho e nunca donos e impostores.
Pe. Raimundo Neto
Pároco de São Vicente de Paulo

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