A arena do Halleluya estava tomada de pessoas vindas de todos os lugares. Olhares que se voltavam para o altar esperando um consolo, uma palavra de paz. E eis que quando as luzes se acenderam, subiu ao palco principal um jovem que decidiu olhar nos olhos daquela multidão. “Um olhar que tinha o poder de inaugurar em nós um futuro que nem a gente sabia que existia”. Dessa forma, padre Fábio de Melo definiu o Amor de Jesus por cada pessoa que ali estava. O Halleluya é o maior festival de artes integradas do país, e traz neste ano ações de preparação à Jornada Mundial da Juventude de 2016.O sacerdote deixou um recado para o Halleluya na noite desta sexta-feira (24): Jesus quer nos olhar diferente
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“Eu sempre penso, minha gente, que a grande força de Jesus, antes de ser a Sua Palavra, era a maneira como Ele olhava para as pessoas”, dizia o sacerdote fitando os olhos da multidão. Multidão, que naquele instante, fazia um só corpo. Uma só Igreja. Ovelhas com pastor. Uma multidão de filhos que clamavam por uma chuva de graças em suas vidas, em seus corações. Verdadeiros “filhos do Céu”. E em um só coro, a arena do Halleluya repetia com padre Fábio: “Há uma chuva de graça aqui, está chovendo sobre todos nós.” No brilho do olhar de quem estava ali, era possível ver que a graça se encontrava na esperança que brotava dos corações. Uma Fortaleza certa, que encontrou o sentido em um olhar de Amor. Mas não de qualquer amor.
“O olhar de Jesus não tinha equívocos. Era aquele olhar que trazia o outro pra perto” – afirmava o padre, enquanto olhava de um jeito sereno àqueles que o ouviam nas primeiras horas do dia. Conclui, então, que muitos que estavam ali não precisavam somente de palavras de consolo. Aquelas pessoas que enfrentaram as mais adversas situações para estar ali naquela arena, no fundo, só buscavam o próprio Cristo – o abraço de um Pai que enxerga o que para muitos passa despercebido. Um Pai que acolhe os filhos que resolveram voltar.
De repente, tudo é do Pai. Quando o padre começa a cantar a música, como em um forte brado, uma mistura de emoções. Jovens, adultos, idosos. Todos se dão conta de que precisam recorrer aos átrios da Misericórdia. Sim, todos precisamos voltar. E nas entrelinhas da canção, o sacerdote, como em uma inspiração divina (não consigo achar outra resposta lógica para aquele momento), lembrou do filho que retorna à casa do Pai. Sim, ele só precisou de um olhar. Ele só se encontrou em um olhar.
“E foi justamente o que aconteceu com aquele menino, quando ele precisou voltar para casa. Ele estava com todo o discurso ensaiado, pronto para dizer ao Pai tudo o que havia feito de errado, mas não. Ele não precisou dizer mais nenhuma palavra. Porque quando ele chegou para fazer o discurso, olhou nos olhos do Pai e percebeu que ele estava esperando pelo filho há muito tempo, e que esse filho não seria tratado como um empregado. O olhar que acolheu aquele menino é o mesmo que hoje nos acolhe. Talvez seja só disso que você precisa. Talvez hoje você não esteja precisando de uma palavra, ou de qualquer outra coisa que não seja um olhar acolhedor. Um olhar que o faça ter coragem de voltar no tempo, reconstruir os seus erros, porque isso é possível, sim. E hoje, vendo aqui essa multidão reunida, pergunto: para quem o Halleluya foi preparado? Não sei, é um mistério… Sabe para quem toda essa estrutura foi montada? Foi para uma única pessoa, e ela está aqui. Tudo isso aqui está sendo pago para uma única pessoa. Quem aqui é o mais miserável de nós?”, indagou o padre.
A multidão ergueu as mãos. O sacerdote se incluiu na multidão. Percebi ali, que o olhar misericordioso de Jesus queria alcançar a todos nós. Sem exceções.
“Então foi para você que isso aqui foi montado. O Halleluya de 2015 foi especialmente preparado pelo coração de Deus para aquele que se sente o mais miserável entre nós. Porque é você que Deus quer trazer de volta. Não se sinta mal se alguém olhar pra você com um olhar recriminador. Você é o grande merecedor do Halleluya 2015”, finalizou.
E naquele CEU, concluí que nada do que eu faço na terra pode me separar do coração Daquele que me acolhe. E acolhe porque ama. No olhar de um sacerdote, pude encontrar o olhar de Jesus que me ama e enxerga além. Sim, sou filha da misericórdia. O Amor de Deus se faz humano, para que eu, humana, também O possa encontrar. Tudo é do Pai. E eu também sou!
Cássia Carvalho
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