O
dia 4 de agosto é a Festa de São João Maria Vianney e o Dia do Padre. É
bastante comum ouvir pessoas falando sobre a figura do padre. Sobre
ele, alguns questionam sua importância e o valor de sua missão numa
sociedade secularizada e materialista. Por que um rapaz decide deixar
tudo e seguir a vocação de padre? Deixar o lar, um futuro profissional
talvez brilhante, e a possibilidade de formar uma família. A resposta é
que ele foi escolhido por Deus e tem no coração dois grandes amores.
Amor a Deus e amor aos seus irmãos e irmãs em Cristo. Por isso, ele
percebe, com mais sensibilidade, os sofrimentos e injustiças na
sociedade atual. Ele sente, também, no fundo do coração, o forte chamado
de Deus para ajudar os outros, especialmente os mais pobres e
marginalizados. Não é fácil ser padre nesta época pós-moderna, num mundo
vacilante, em rápida transformação, com ênfase no individualismo, no
hedonismo, na permissividade, no desfibramento moral e ético. Mas o
padre é mais do que nunca necessário na sociedade contemporânea. Ser
padre é encargo, ministério, serviço e, através destes atributos, é dom
de amor, forma de união a Deus e aos homens, portanto, uma graça. Assim,
o padre não pode jamais ser dominador ou explorador. Ele deve, ao
contrário, ter um grande carinho e muita dedicação para com o povo. Por
isso, para cumprir sua missão, o padre deve mais escutar do que falar.
Não deve levar receitas prontas ou ser professor ou mandante, mas sim,
amigo do povo, vivendo no meio dele, ouvindo seus problemas e angústias e
com ele procurando, à luz da Palavra de Deus, as devidas respostas. Em
Fortaleza, os padres são muitos e diversos, também, diversamente
apreciados. É oportuno lembrar que a ordenação sacerdotal, conferida
depois de muitos anos de preparação, não elimina a possibilidade de
tentações e falhas por parte do padre. A sociedade com suas inversões
axiológicas, com sua pouca apreciação pelo sagrado e pelo espiritual,
provoca tentações constantes para o padre que se consagrou totalmente ao
serviço de Deus e do próximo. O sacerdote participa do sacerdócio de
Cristo e deve continuar e prolongar a missão do Divino Mestre entre nós
aqui na terra. Essa graça que lhe é dada não é para seu uso próprio ou
glória pessoal. A vocação sacerdotal ou episcopal é concedida ao padre
ou ao bispo para o bem dos outros. O sacerdote tem que ser uma pessoa
forte, com grande fé, humildade, sabedoria, espírito de oração e
perseverança, porque sua missão é frequentemente penosa e seu
compromisso é para toda a vida. O padre tem que dirigir sua paróquia com
muito zelo preocupado com as várias pastorais. Tem que seguir as
prioridades pastorais da diocese. Pastorais como: da catequese renovada,
da criança, da juventude, da saúde, do batismo, do crisma, da formação,
da defesa da vida, dos pobres e marginalizados, do dízimo, da
sobriedade, da liturgia, da família, além das pastorais sociais etc. O
padre é convidado transformar sua paróquia numa comunidade de
comunidades. O sacerdote, como qualquer ser humano, tem seus limites,
seus erros e pecados e, por isso, deve rezar a Deus diariamente para que
seja fiel ao seu projeto de salvação, perseverança na sua vocação e
santidade de vida. O padre é também pastor, vive para seu rebanho.
Assim, passa sua vida recebendo confidências, evitando rupturas,
reconstruindo vidas e amizades. É conselheiro em questões de foro íntimo
e, por isso, tem que saber escutar. O padre deve ter um forte senso de
justiça e capacidade de animar as comunidades cristãs que são “um novo
modo de ser Igreja”. Finalmente, o padre tem que ser homem de oração,
rezando os Salmos em nome de toda a Igreja e humanidade, meditando as
sagradas escrituras e pedindo ao Pai que dê alimento a todos os que têm
fome e justiça para os injustiçados. O sacerdote é administrador dos
sacramentos e pregador da Palavra de Deus através da qual devemos
crescer na fé. O padre é sempre consciente de que sua missão é o
prolongamento da missão do próprio Cristo.
Pe. Brendan Coleman Mc Donald – Redentorista
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