quinta-feira, 23 de julho de 2015

DEPOIS DA REUNIÃO NO VATICANO ENCONTRO MARCADO NO PALÁCIO DE VIDRO DE NOVA IORQUE - ALIANÇA URBANA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

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2015-07-23 L’Osservatore Romano
Da Cidade do Vaticano a Nova Iorque: nasce a aliança urbana dos presidentes das câmaras municipais para o desenvolvimento sustentável. O baptismo oficial terá lugar nas Nações Unidas no próximo dia 24 de Setembro, um dia antes da visita do Papa Francisco ao Palácio de vidro. Foi o resultado principal dos dois dias realizados de 22 a 23 de Julho, sob a iniciativa da Pontifícia Academia das ciências sociais, para encontrar respostas eficazes para a degradação ambiental e os fenómenos de exploração do ser humano com ela ligadas.

Depois do encontro da tarde de terça-feira na sala do Sínodo com o Pontífice, os mais de sessenta presidentes das câmaras municipais de todo o mundo encontraram-se de novo na tarde quarta-feira na casina Pio IV, sede da Pontifícia Academia organizadora, para uma segunda reunião, mais restrita, na qual tiraram as conclusões estabelecendo alguns pontos cardeais. A partir do aprofundamento do tema dos trabalhos – «Cidades sustentáveis: fortalecer os povos, facilitar a prosperidade e proteger o planeta» – nasceu uma declaração comum, na qual os signatários se comprometem «a trabalhar para o bom êxito dos ob jectivos de desenvolvimento nas cidades e nas respectivas áreas de responsabilidade, e a cooperar com outros no mundo para ajudar todas as cidades a respeitar os novos objectivos com sucesso». Para tal finalidade, decidiram começar imediatamente «a agir juntos» e a coligar entre «cidades uma Aliança urbana para os objectivos do desenvolvimento sustentável», que «será aberta, voluntária e participativa». Na prática, trata-se de formular um «plano comum» para alcançar um «consenso global» sobre os objectivos de desenvolvimento, sendo o primeiro de todos a extinção da pobreza extrema e da fome.
Nos pronunciamentos de ontem alguns primeiros-cidadãos evidenciaram precisamente a necessidade de uma acção coordenada. Depois de uma introdução do economista americano Jeffrey Sachs, falaram os presidentes das câmaras de Seul (Coreia do sul), Bogotá (Colômbia), Gaborone (Botsuana), Estocolmo (Suécia), Johannesburg (África do Sul), São Francisco e New Orleans (Estados Unidos da América) e Porto Alegre (Brasil).
Todos descreveram uma situação socioambiental preocupante. Segundo Park Wonsoon, administrador da capital coreana, em 2014 quase vinte milhões de pessoas foram obrigadas a fugir das suas casas por causa de desastres naturais. Terramotos e erupções vulcânicas causaram o deslocamento forçado de 1,7 milhões de pessoas. A maioria dos êxodos foi causada por catástrofes meteorológicas, sobretudo furacões e inundações.
Hoje, disse Kagiso Thutlwe, presidente da câmara municipal de Gaborone, para uma pessoa a probabilidade de ser obrigada a deslocar-se é sessenta por cento mais elevada do que em 1970 e a mudança climática causará eventos cada vez mais extremos.
São realidades que não poupam as regiões desenvolvidas: no Japão, o furacão Halong em Agosto de 2014 obrigou mais de meio milhão de pessoas a abandonar as próprias habitações.
«O Papa Francisco lançou um apelo aos presidentes municipais a fim de que assumam a liderança na superação das crescentes crises de exclusão social, marginalização, degradação climática», afirma a declaração. Consequentemente – prossegue – «nós, presidentes das câmaras municipais e demais participantes no simpósio, ouvimos este apelo. Reconhecemos as terríveis ameaças às gerações futuras. Devemos agir agora», foi o imperativo conclusivo. 

Fonte:  L’Osservatore Romano
Silvina Pérez

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