Marcos 3,20-35
DÉCIMO DOMINGO DO TEMPO COMUM
No evangelho de hoje (Marcos 3, 20-35) continua
a oposição dos chefes do judaísmo a Jesus. De Jerusalém vieram alguns letrados
inquisidores que oficialmente qualificam Jesus de endemoninhado. Está possesso por Belzebu expulsa os demônios com o
poder do chefe dos demônios. Absurdo! Contesta Jesus; Satanás não se auto
destrói; se eu o venço é porque sou mais forte do que os poderes do mal.
Conforme Cristo, a acusação dos letrados à sua pessoa constitui uma blasfêmia contra o Espírito Santo, com
cuja força Ele expulsa os demônios. Pecado imperdoável, porque é rebeldia
obstinada, negação total à graça salvadora de Deus, cegueira voluntária diante
da luz diáfana, atribuindo ao diabo o que evidentemente é obra de Deus.
O que eles pretendem com tal
acusação é desprestigiar Rabi de Nazaré diante do povo que o admira e o segue,
até o ponto de não lhe deixar tempo nem pra comer. Alguma coisa já conseguiram:
os próprios parentes de Jesus vieram para o levar embora, porque, diziam, “não
estaria em seu são juízo” (Mc 3,21). Verifica-se a afirmação evangélica de
João: nem sequer seus irmãos criam nele (Jo 7,5). Quando finalmente lhes
anunciam que ai está sua mãe e seus irmãos procurando-o, Jesus comenta: “Aquele
que cumpre a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.” Se o
senhor acentua o parentesco espiritual com Ele, fundado no cumprimento da
vontade de Deus, não desvaloriza a consanguinidade nem despreza sua mãe ou
familiares. Mas o Reino de Deus apresenta ao discípulo exigência que as vezes
podem ir mais além dos vínculos naturais de família.
Os poderes do mal têm nome próprio
no evangelho de hoje: Tentador, Satanás (em hebraico: o Adversário), Diabo (em
grego: caluniador)etc. Esta personificação do princípio do mal é evidente na
Escritura. É um dado de experiência diária: está ai presente em tantas
situações de pecado, dentro e fora de nós, encarnado na tentação daqueles que
geram o mal e pecam ao optar pela violência e destruição, pela corrupção e
injustiça, pelo ódio e rancor, pela caça ao homem, pelo abuso e exploração,
pela violação dos direitos da pessoa numa palavra: pelo desamor.
Neste domingo tiremos como mensagem
que devemos vencer o mal com o bem. E é vitória E é a vitória de Cristo sobre o
mal que nos renova interiormente.
Desde que Jeus foi capaz de vencer
o pecado e o mal com sua morte e ressurreição, estabelecendo o Reinado de Deus
na terra dos homens, o discípulo de Cristo, unido a Ele e cumprindo a vontade
do pai, pode também derrotar o mal em sua vida pessoale no ambiente em que o
rodeia.
Pe. Neto
Pároco de
São Vicente de Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário