domingo, 7 de junho de 2015

REFLETINDO SOBRE O EVANGELHO


Marcos 3,20-35

DÉCIMO DOMINGO DO TEMPO COMUM

 No evangelho de hoje (Marcos 3, 20-35) continua a oposição dos chefes do judaísmo a Jesus. De Jerusalém vieram alguns letrados inquisidores que oficialmente qualificam Jesus de endemoninhado. Está possesso por Belzebu expulsa os demônios com o poder do chefe dos demônios. Absurdo! Contesta Jesus; Satanás não se auto destrói; se eu o venço é porque sou mais forte do que os poderes do mal. Conforme Cristo, a acusação dos letrados à sua pessoa constitui uma blasfêmia contra o Espírito Santo, com cuja força Ele expulsa os demônios. Pecado imperdoável, porque é rebeldia obstinada, negação total à graça salvadora de Deus, cegueira voluntária diante da luz diáfana, atribuindo ao diabo o que evidentemente é obra de Deus.

            O que eles pretendem com tal acusação é desprestigiar Rabi de Nazaré diante do povo que o admira e o segue, até o ponto de não lhe deixar tempo nem pra comer. Alguma coisa já conseguiram: os próprios parentes de Jesus vieram para o levar embora, porque, diziam, “não estaria em seu são juízo” (Mc 3,21). Verifica-se a afirmação evangélica de João: nem sequer seus irmãos criam nele (Jo 7,5). Quando finalmente lhes anunciam que ai está sua mãe e seus irmãos procurando-o, Jesus comenta: “Aquele que cumpre a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.” Se o senhor acentua o parentesco espiritual com Ele, fundado no cumprimento da vontade de Deus, não desvaloriza a consanguinidade nem despreza sua mãe ou familiares. Mas o Reino de Deus apresenta ao discípulo exigência que as vezes podem ir mais além dos vínculos naturais de família.

            Os poderes do mal têm nome próprio no evangelho de hoje: Tentador, Satanás (em hebraico: o Adversário), Diabo (em grego: caluniador)etc. Esta personificação do princípio do mal é evidente na Escritura. É um dado de experiência diária: está ai presente em tantas situações de pecado, dentro e fora de nós, encarnado na tentação daqueles que geram o mal e pecam ao optar pela violência e destruição, pela corrupção e injustiça, pelo ódio e rancor, pela caça ao homem, pelo abuso e exploração, pela violação dos direitos da pessoa numa palavra: pelo desamor.

            Neste domingo tiremos como mensagem que devemos vencer o mal com o bem. E é vitória E é a vitória de Cristo sobre o mal que nos renova interiormente.

            Desde que Jeus foi capaz de vencer o pecado e o mal com sua morte e ressurreição, estabelecendo o Reinado de Deus na terra dos homens, o discípulo de Cristo, unido a Ele e cumprindo a vontade do pai, pode também derrotar o mal em sua vida pessoale no ambiente em que o rodeia.

Pe. Neto
Pároco de São Vicente de Paulo

         

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