«A atenção pastoral e caritativa aos imigrantes, sobretudo a quantos
provêm do vizinho Haiti, que procuram melhores condições de vida, não admite a
indiferença dos pastores da Igreja», sublinhou o Papa durante a audiência aos
bispos da República Dominicana, recebidos na manhã de quinta-feira, 28 de Maio,
por ocasião da visita ad limina. No discurso entregue em língua
espanhola, o Pontífice recordou em primeiro lugar os começos da evangelização no Continente
americano.
Eles, explicou «trazem sempre à memória a terra dominicana, que foi
a primeira que recebeu o rico depósito da fé». A ponto que ainda «hoje os
valores cristãos animam a convivência e as diversas obras sociais em prol da
educação, da cultura e da saúde». Além disso, prosseguiu, «a Igreja da
República Dominicana pode contar com numerosas paróquias vitais, com um grande
grupo de fiéis leigos comprometidos e um número consistente de vocações ao
sacerdócio e à vida consagrada.
Portanto, o pensamento do Papa dirigiu-se aos migrantes haitianos que
se deslocam para o interior da ilha de Hispaniola em fuga da pobreza e das
calamidades. Ao fazê-lo, exortou os bispos dominicanos e «continuar a colaborar
com as autoridades civis» para oferecer «soluções concretas» a quantos estão
«desprovidos dos documentos ou privados dos seus direitos fundamentais». É
inadmissível, comentou, não promover «iniciativas de fraternidade e de paz»
entre os dois países que formam juntos a «bonita ilha do Caribe». Não só, é
necessário também integrar os imigrantes na sociedade e «acolhê-los na
comunidade eclesial». Daqui o agradecimento dirigido aos prelados que estão
«próximos de todos os que sofrem, como gesto da solicitude amorosa pelos irmãos
que se sentem sozinhos e abandonados».
Francisco frisou também os esforços do episcopado para enfrentar «os
graves problemas que afligem» os povos da região, entre os quais devem ser
inseridos o tráfico de droga e de seres humanos, a corrupção, a violência
doméstica, o abuso e a exploração dos menores e a insegurança social. No que
diz respeito aos «grandes desafios do nosso tempo», o Papa analisou «a grave
crise cultural» que afecta o matrimónio e a família. «Que o próximo jubileu da
misericórdia – auspiciou – seja a ocasião para melhorar o compromisso a favor
do matrimónio, da reconciliação familiar e da convivência pacífica». Por fim, o
Pontífice solicitou os bispos a cuidar dos sacerdotes, para os defender dos «lobos»
que atacam os «pastores».
Fonte: L’Osservatore Romano
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