09/03/2015
- 2ª. Feira III semana da Quaresma
– 2 Reis 5, 1-15 – “mergulho na perseverança”
Neste episódio, nós encontramos Naamã, um forte
guerreiro que, equivocado quis comprar a sua cura, levando ao rei de Israel
presentes para agradá-lo e fazer com que Eliseu, o profeta o recebesse para uma
“oração de cura” especial. Porém, o rei diante do que lhe era proposto reagiu
com veemência e recusou os seus presentes reconhecendo a sua incapacidade e até
suspeitando ser vítima de um embuste. No entanto, Eliseu, homem de Deus, com
naturalidade, sem mesmo precisar vê-lo, o instruiu para que mergulhasse sete
vezes no Jordão a fim de que a sua carne fosse curada e limpa. E foi justamente
essa sua simplicidade que levou Naamã a desconfiar da sua orientação. Ele, sem imaginar que Deus teria poder de
tocá-lo e curá-lo sem necessidade de que estivesse na presença de “homens”,
afirmou: “Eu pensava que ele sairia para
me receber e que, de pé, invocaria o nome do Senhor, seu Deus, e que tocaria
com sua mão o lugar da lepra e me curaria”. A história de Naamã reflete a
nossa mentalidade humana diante das circunstâncias que a vida nos impõe, quando
não entendemos a intervenção poderosa de Deus e achamos que agradando aos “reis
e soberanos” da terra, encontramos a saída para as nossas moléstias. Assim também, nós reagimos quando estamos com
alguma enfermidade física e espiritual e procuramos a cura. Não queremos perder
tempo, pois nos consideramos pessoas muito importantes. Ambicionamos o melhor
médico, o melhor atendimento, procuramos para nós algo que nos distinga das
outras pessoas. E quando buscamos a cura por meio da oração, corremos em busca
de milagreiros ou então, pleiteamos uma oração especial que seja dirigida
somente a nós. Mas Deus tem uma maneira muito simples de nos curar e nos manda
“mergulhar sete vezes no Jordão.
Significa perseverar, tentar e nunca desistir.
Mesmo que sejamos como Naamã, um valente guerreiro, será pela nossa
perseverança, pela nossa constância e fidelidade que nós obteremos os favores
de Deus que cura as nossas enfermidades
e as nossas “lepras”. É fiel quem tem fé e quem aceita o tratamento do Espírito
Santo, que na maioria das vezes, tem
efeito por meio de uma simples oração, pela participação na Eucaristia, na
confissão, ou pela prática do jejum, da esmola, das boas ações, do perdão ao
irmão (ã), feitos com perseverança. Queremos coisas muito especiais, por isso,
continuamos leprosos (as) necessitados (as) de atenção, porém o Senhor cheio de
misericórdia e de amor nos ordena apenas que mergulhemos sete vezes no Jordão. –
O que é para você mergulhar no Jordão? – Você confia em que o Senhor pode
curá-lo sem que você precise estar na presença dos “Eliseus”? – Você é
perseverante na oração e nos sacramentos?
Salmo 41 –“Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo: e quando verei a face de
Deus?”
Somos enfermos,
sedentos e necessitamos da água de Deus que é a Sua Misericórdia. A sede que
temos de Deus se manifesta através da tristeza, angústia, da aflição, do medo,
da falta de esperança. Porém, quando tomamos consciência de que é o Senhor quem
tem o remédio para os nossos males, aí então sentimos a alegria de ver a Sua
face que se apresenta a nós de muitas maneiras. Cante esse salmo e tenha a sua
alma refrigerada e consolada.
Evangelho – Lucas
4, 24-30 – “Perseverar e nunca desistir de ir é o nosso papel ”
“Nenhum profeta é bem recebido em sua pátria”!
Neste Evangelho e com estas palavras Jesus nos previne de que nem sempre
teremos sucesso no lugar em que as pessoas já têm o costume de nos escutar. Ele
então se reporta às figuras de Elias e de Naamã, o sírio como exemplo disso. Elias
foi mandado para fazer prodígios na vida de uma viúva, fora de Israel e Naamã,
o sírio, precisou ir a Israel para que Eliseu o orientasse e ele fosse curado,
mesmo que lá existissem muitos leprosos que não haviam conseguido a cura. Essas
interferências são próprias da nossa natureza humana que não admite se curvar
diante do poder que Deus tem sobre nós. Jesus falava estas coisas aos judeus
que não O reconheciam porque Ele era o filho de um simples carpinteiro que
morava perto deles. Porque O conheciam não acreditavam que Nele estava o poder
do Espírito Santo. Dessa forma quando formos enviados (as) para falar de Jesus
no meio da nossa família não precisaremos nos angustiar se, às vezes, não
conseguirmos êxito, mas tão somente, confiar na força e no poder do Espírito
que poderá agir no meio do nosso povo, mesmo que não acreditem em nós.
Perseverar e nunca desistir de ir é o nosso papel. Em todos os lugares e em
qualquer situação nós poderemos ser os Elias, os Eliseus de hoje, assim como
também, os Naamã e as viúvas de Serepta.
Às vezes não fazemos sucesso no ambiente onde queríamos fazer, mas o
Senhor nos envia a outro lugar, a alguém a quem nem imaginamos, para que por
nosso meio ele possa obter cura e libertação. - A quem você se sente chamado (a) a evangelizar? – Você já fez a
experiência de ir à busca dessas pessoas? – Para você o que é evangelizar? –
Você já desistiu de evangelizar na sua casa?
Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho
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