07/03/2015
- Sábado - II Semana da Quaresma
- Miquéias 7,14-15.18-20 - “saindo do exílio do pecado”
O povo de Israel que voltava do exílio
arrependido reconhecendo a sua iniquidade declara a sua confiança na
misericórdia de Deus e clama a Ele uma nova chance. Na certeza de que será
atendido, pede-lhe, então, por meio do profeta Miquéias que o faça ver “novos prodígios”, como “nos velhos tempos”. A certeza de que
Deus apaga a iniquidade e esquece o pecado daqueles que são resto de sua
propriedade, dava-lhes ânimo e segurança para retornarem à sua terra. Nós
também, que vivemos no exílio do pecado, precisamos nos considerar parte do resto
do povo de Deus que caminha neste mundo em busca da pátria definitiva. Este tempo de Quaresma é, pois, um tempo
propício para que façamos a nossa prece ao Senhor a fim de que
Ele se compadeça de nós e nos faça dá passos de conversão e nos restabeleça em
uma terra nova, reconhecendo os milagres e prodígios que Ele faz em nosso
favor. Contudo, o grande milagre e o
maior prodígio do Senhor é justamente o fato Dele nos amar do jeito que nós
somos e nos perdoar quando reconhecemos o nosso pecado colocando o Seu coração
contrito em favor da nossa miséria. Este é o grande milagre de Deus: “esquecer
o nosso pecado e nos admitir ainda como propriedade do céu.”- Você se considera propriedade de
Deus? Você sente a misericórdia e a
compaixão de Deus? –
Você é uma ovelha fugida querendo voltar? – Então se apoie no cajado do Senhor
e deixe que a Sua misericórdia visite a sua miséria.
Salmo 102 – “O Senhor é indulgente e favorável!”
Às vezes não acreditamos na misericórdia do
Senhor porque duvidamos também de que ele possa esquecer por completo as nossas
más ações do passado. Não entendemos que o amor de Deus é muito maior do que a
nossa miséria. Precisamos sempre conscientizar a nossa alma dos favores do
Senhor para que assim ela possa bendizê-Lo com convicção. Assim sendo, será
mais fácil acolhermos a Sua indulgência.
Quando nos
afastamos de Deus querendo ser donos da nossa vida desejando ter “liberdade”
para viver sem restrições e fazer o que nos dá na telha, sofremos as
consequências.
A parábola do filho
pródigo, então, nos leva a refletir sobre a nossa condição de filhos e filhas
amados de Deus que temos à nossa disposição fartura de alimento para saciar a
nossa fome de felicidade e, no entanto, nos apossamos de uma falsa liberdade
que nos impulsiona a procurar no mundo a mesma comida que os “porcos comem”. De maneira deturpada, nós
entendemos que o Pai quer ter conosco uma relação de patrão e empregado e não
percebemos que Ele põe ao nosso alcance, a todo o momento, a nossa herança para
que possamos usufruí-la de uma maneira que possamos desfrutar a vida e ser
felizes. Nós, porém, como aquele filho, queremos a nossa parte como se fosse um
salário que apenas serve para comprar coisas que não têm serventia e que
alimentam exclusivamente os desejos da nossa humanidade. E, se arrependidos
pensamos em voltar também achamos que seremos recebidos como um empregado que
regressa acabrunhado sem direito nenhum, para somente receber um prato de
comida. Jesus nos dá uma demonstração de como é a mentalidade de Deus. O Pai
sempre sente compaixão pelo filho que se arrepende. O processo da volta começa
com o arrependimento. Há um momento em
que nos sentimos perdidos, afundados na lama, famintos e humilhados. O Pai nos
espera! Podemos voltar! Ele nos
receberá, contudo precisamos estar arrependidos e humildes, sem razões e
justificativas para que o perdão realmente aconteça e faça sentido para nós.
Quem não se arrepende não precisa ser perdoado. Às vezes nós somos o filho mais
velho que não compreende o porquê da misericórdia de Deus para com os
pecadores. Vivemos na casa de Deus como hóspede que não se sente à vontade nem
se acha com livre-arbítrio de provar de tudo que o Pai põe ao seu dispor. E
quando retorna o “filho pródigo”, nós não também, não compreendemos a compaixão
que o Pai tem para com ele e queremos que Deus faça tudo de acordo com a nossa
“justiça” que é injusta. O Pai, porém
quer colocar à disposição de todos, igualmente, a herança que Ele nos destinou:
a nossa salvação. - Você já experimentou voltar para Deus
arrependido e humilhado? Como você se sentiu? - Quando você erra volta-se pra
Deus com o coração de filho (a) ou de empregado (a)? - Qual a diferença entre
ser filho (o) e ser empregado (a)? – Você acha que o filho mais velho se
comportou com a mentalidade de filho ou de empregado?
Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho
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