05/03/2015 – 5ª. Feira II Semana da Quaresma
– Jeremias
17, 5-10 - “confiar em Deus ou nos
homens”
O homem que
confia no Senhor é bendito e aquele que confia no próprio homem é maldito, isto
nos diz o profeta. Dentro desta perspectiva, cada um de nós pode
fazer uma avaliação se realmente está confiando mais em Deus ou nos homens. As
consequências dessas duas condições manifestam-se dentro de nós, no interior do
nosso coração e são claramente perceptíveis: se temos paz, esperança e fé,
mesmo passando por dificuldades é porque somos como uma árvore plantada junto
às águas e, por isso, se conserva verde até no tempo da seca e nunca deixa de
dar frutos. Nesse caso, com certeza, nós estamos depositando a nossa confiança
e esperança no Senhor e esperando Dele a orientação para as nossas ações,
produzindo frutos conforme a Sua vontade. Por outro lado, a revolta, o desassossego,
a ira, o ressentimento e a murmuração são sinais sensíveis da nossa alma quando
colocamos a nossa confiança nos homens, em nós mesmos, nos negócios, nas
facilidades da vida e esquecemo-nos de olhar para Deus. Quando estamos agindo
assim é porque estamos caindo na tentação e, por isso nunca encontramos saída
para nossas mazelas e ao mesmo tempo, também nunca estamos satisfeitos (as) com
o que possuímos, queremos sempre mais. Assim sendo, a nossa vida se torna
amarga. Bendito é aquele que confia em Deus e não depende da força dos homens!
Maldito é
aquele que deixa de confiar em Deus para confiar nos homens! Se, somos benditos ou malditos, somente o Senhor que sonda o nosso coração e
prova os nossos sentimentos é quem poderá julgar. No entanto, tenhamos cuidado
para não colocarmos a confiança nas criaturas que passam, mas tenhamos sempre
em mente que o Senhor conhece as nossas necessidades e somente Ele poderá nos
ajudar. – Qual é a sua
situação - Você é como cardo no deserto ou como árvore
plantada junto às águas? - Nos seus empreendimentos
e problemas em quem você confia mesmo? – Você dá muito valor aos homens
poderosos do mundo? – Você é uma pessoa muito cheia de si ou reconhece que
precisa de ajuda?
Salmo 1 – “É feliz quem a Deus se confia!”
O salmo é uma
confirmação da profecia de Jeremias. O salmista faz uma comparação entre as
pessoas que andam conforme os conselhos dos perversos, isto é, dos homens que
têm a mentalidade do mundo e as pessoas que meditam na lei de Deus em todos os
momentos da sua vida. Os que seguem a
teoria do mundo são como a palha seca que se espalha e é dispersa pelo tempo.
Porém, os que andam segundo a Lei do Senhor, prosperam e têm uma vida profícua,
portanto, são felizes.
Evangelho – Lucas 16,19-31 – “os terrenos do céu e os
terrenos da terra”
Aqui na terra nós recebemos as condições
para nos apropriarmos dos “terrenos do céu”. Há, porém, uma condição
imprescindível, que é a de partilharmos os bens dos nossos “terrenos da terra”
com os outros moradores. Ninguém é tão pobre que não possua nada para dar nem
igualmente é tão rico que não necessite partilhar com alguém a sua riqueza. Esta
parábola nos mostra uma situação, ainda hoje, persistente dentro da nossa
realidade de vida. A conjuntura do rico e do Lázaro nos dá uma amostra do
julgamento de Deus. Jesus nos fala que o rico recebe os bens durante a vida e o
pobre, os males, mas que na outra vida dar-se-á o contrário. Precisamos ter em
mente, porém, que ser rico, em si não é um mal. O mal é quando queremos ter
tudo somente para nós e desprezamos àqueles que vivem à nossa porta implorando
por migalhas, porque não possuem o suficiente para viver com dignidade. A
existência do pobre é uma chance que Deus dá ao rico para bem empregar os seus
bens e assim poder obter ainda muito mais para ajudar a quem precisar. Isto é uma questão de sobrevivência e uma lei
natural da vida: “é dando que se recebe e é no esquecimento de nós mesmos (as)
que nos encontramos”. Nunca se ouviu dizer que alguém ficou pobre porque deu a
quem precisava tudo o que tinha, no entanto, sabemos que muitos chegam à ruína
porque empregaram mal a sua fortuna.
Jesus também nos mostra a perspectiva da eternidade para o rico avarento e o
pobre humilhado: para o primeiro a região dos mortos que é a ausência de Deus e
para o segundo, o seio de Abraão, isto é, a presença de Deus e o consolo para
as suas dores. A mensagem final do Evangelho nos faz refletir no tempo atual da
nossa vida quando temos a oportunidade de pôr em prática todos os ensinamentos
de Jesus a fim de não termos a mesma sorte dos mesquinhos, assim como também a
responsabilidade que temos de abrir os
olhos das pessoas da nossa família que ainda não acolheram Jesus como
Salvador. – Quais
os bens que você tem recebido na vida? -
Como é a sua vida: você tem recebido mais bens ou mais feridas? Existe alguém na sua porta, ferido, chagado e
faminto que precisa de um
pouquinho do que você possui? – Pense nisso!
Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho
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