segunda-feira, 23 de março de 2015

REFLEXÕES SOBRE AS LEITURAS DE HOJE


23/03/2015 - 2a. Feira V semana da quaresma 

- Daniel 13, 1-9.15-17.19-30.33-62 ou 41-62 – “Deus salva os que Nele esperam”

Suzana era inocente e assim, Deus, que conhece as coisas escondidas e 
sabe tudo de antemão veio em seu auxílio e enviou Daniel, um jovem que 
tinha a “honra da velhice”, por isso fez um julgamento fiel ao que Deus 
lhe inspirava. Ao contrário dos dois juízes, pessoas conceituadas, 
maduras, respeitadas no meio do povo, porém, levados pela “paixão” da 
carne, “ficaram desnorteados desviando os olhos para não olharem para o 
céu, e se esqueceram dos seus justos julgamentos.” Assim sendo, teceram 
toda a trama que envolveu Suzana, uma pessoa temente a Deus. Partindo do 
pensamento, eles chegaram à ação, mas foram punidos pelo próprio 
julgamento. As suas próprias palavras desvendaram toda a verdade 
libertando a vida de uma filha de Deus. A história de Suzana, então, nos 
motiva a fazer uma reflexão profunda sobre os nossos pensamentos, 
julgamentos e ações no mundo em que vivemos. Qualquer um de nós, se 
desviarmos os olhos do céu, poderemos também tramar contra a vida das 
pessoas quando queremos ver atendidos os nossos interesses. Por outro 
lado, a mulher de Judá é para nós exemplo de confiança na providência de 
Deus quando não se entregou nem tampouco se deixou corromper pelo temor 
de ser execrada publicamente. Firmemente, ela expôs a Deus a sua 
angústia e a sua prece foi atendida. Por isso também não precisamos cair 
nas armadilhas do mundo que muitas vezes vem nos aliciar e tentar nos 
perverter. Deus é maior que tudo e espera que nós também lhe peçamos o 
auxilio necessário para não cairmos na tentação. – O que você teria 
feito no lugar de Suzana? – Você alguma vez na vida deixou-se subornar 
com medo da execração pública? – Você aprendeu alguma coisa com a 
história de Suzana e os dois juízes?

Salmo 22 – “Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu 
temerei, estais comigo.”
A confiança na providência e na proteção do Senhor deverá ser a bandeira 
que nós empunhamos em todos os momentos da nossa vida. Passamos 
diariamente por vales tenebrosos, por situações difíceis que às vezes, 
nos fazem desanimar e arrefecer o ânimo. Porém, a lembrança de que temos 
um Pastor que olha por nós, Suas ovelhas, e que provisiona para nós, 
água, óleo, casa, descanso, fartura, saúde, fortuna e felicidade nos faz 
seguir com esperança atravessando montes e colinas para chegar no nosso 
destino final. O Senhor é o meu pastor e nada me faltará! Esse deve ser 
o nosso lema.




Evangelho João 8, 1-11 – “conversão pela misericórdia”

A história da mulher surpreendida em adultério nos leva a refletir sobre 
a nossa própria história quando o mundo quer nos apedrejar por causa das 
coisas erradas que cometemos ou então, quando apontamos o dedo para 
alguém a quem consideramos o pior pecador e desejamos também que seja 
apedrejado, para que se cumpra a lei. Todos nós desejamos que seja 
cumprida a Lei! No entanto, ao perdoar aquela mulher adúltera, Jesus, o 
único Santo, O Justo, nos mostra que o fez para que se cumprisse a Lei 
da Misericórdia de Deus. Todos já sabiam que ela teria que ser 
apedrejada, segundo a lei de Moisés. Estava escrito e não poderia ser 
diferente, mas Jesus nem precisou argumentar muito nem debater com os 
acusadores. Somente com o gesto de escrever na areia e de falar aos 
circunstantes: “quem dentre vós não tiver pecado seja o primeiro a 
atirar-lhe uma pedra”. Assim, Ele conseguiu com que o povo se afastasse 
a começar pelos mais vividos, mais experientes. Jesus não eximiu a 
mulher do pecado, mas não a condenou, usou de misericórdia. Esta é a 
prova de que só o Senhor conhece o nosso coração, os nossos motivos, as 
nossas razões. “Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora em diante 
não peques mais!” Nós nunca podemos condenar alguém, porque pecou nem 
tampouco atirar pedra em alguém quando ele erra. Sabemos que aquela 
mulher teve a sua vida completamente transformada por causa do amor com 
que ela foi acolhida por Jesus. A conversão daquela mulher partiu da 
misericórdia que Jesus usou para com ela. Se ela tivesse sido 
apedrejada, com certeza, não teria se convertido, talvez, pudesse ter se 
emendado, com medo de infringir a lei, no entanto a revolta e a dor 
permaneceriam dentro do seu coração. Nós que queremos seguir a Jesus 
precisamos aprender a compreender as fraquezas do nosso próximo e, ao 
mesmo tempo, ajudá-lo a reencontrar o caminho novo que o Senhor abre 
para ele. - Você tem aprendido com Jesus a ser misericordioso (a)? – 
Você costuma também condenar e jogar pedras nas pessoas porque erram? – 
Com quem você tem traído a confiança de Deus? – Qual o seu menor pecado? 
– Será que o pecado tem tamanho?

Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho

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