20/02/2015 - 6ª. Feira depois das cinzas
– Isaías 58, 1-9 – “no dia do jejum”
Nesta leitura o Senhor por meio do profeta Isaías nos convida a fazer
uma reflexão atenciosa sobre com que espírito nós oferecemos sacrifícios
neste tempo da Quaresma. Assim sendo o profeta denuncia os crimes do
povo de Israel o qual se vangloriava por cumprir a lei e praticar a
justiça, tão somente porque jejuava e buscava a Deus. Para eles o fato
de jejuar e de fazer sacrifícios e mortificações seria já o suficiente
para agradar a Deus. Todavia, ao mesmo tempo em que jejuavam eles
lutavam uns com os outros porque cada qual estava preocupado apenas com
os seus próprios negócios. E o Senhor lhes recomendou: “Não façais jejum
com esse espírito, se quereis que vosso pedido seja ouvido no céu!” Nós
também precisamos tomar consciência para avaliarmos com que espírito nós
estamos praticando o jejum e os sacrifícios neste tempo da Quaresma. A
oração, e o jejum que oferecemos a Deus devem ser acompanhados do
espírito de caridade, de acolhida, de reconciliação e de partilha, do
contrário não terão valor nem sentido. Aos olhos de Deus o verdadeiro
jejum é aquele que nos leva a pôr um termo às injustiças para acolher o
que estão necessitados vendo no rosto de cada irmão, outro Cristo. Jejum
e oração não têm razão de ser se não forem vivenciados acompanhados de
um verdadeiro espírito de caridade e de obras de justiça. Assim fazendo
a nossa luz brilhará nas trevas e veremos atendidos os nossos pedidos de
socorro. – Com que espírito você jejua? – O que você acha mais
importante: jejuar às sextas feiras ou perdoar a alguém que o (a)
ofendeu? – O jejum que você pratica tem alguma razão de ser ou é apenas
para cumprir uma tabela?
Salmo 50 – “Ó Senhor, não desprezeis um coração arrependido!”
O arrependimento é a porta para o perdão e é muito mais importante do
que holocaustos ou sacrifícios. O salmista, arrependido, diz que o seu
sacrifício é a sua alma penitente, isto é, arrependida, suplicante. O
pecado nos afasta dos irmãos e por isso, nos afasta de Deus, mas a
misericórdia do Senhor nos faz voltar ao convívio com os nossos irmãos e
nos aproxima do céu porque Deus nunca despreza um coração arrependido.
Evangelho – Mateus 9, 14-15 – “de coração, e não por obrigação”
Todas às vezes que jejuarmos, devemos ter o cuido de fazê-lo com muita
disposição e por amor, sem lamentos nem justificativas, pois Deus
conhece o nosso coração e sabe das nossas motivações. Jesus Cristo veio
dar sentido a todas as nossas ações, assim, Ele nos ensina a praticar os
atos religiosos de coração, e não por obrigação. Por meio do Evangelho
nós temos o exemplo dos discípulos de Jesus que partilhavam com Ele de
todos os eventos com alegria e submissão à Sua vontade e aos Seus
ensinamentos. Eles estavam sempre perto de Jesus e usufruíam da Sua
presença e da Sua companhia, por isso, naquele momento não havia clima
para que eles jejuassem, nem tampouco precisavam disso. Para nós fica a
lição: Há momentos na nossa vida que não nos cabe jejuar nem fazer
sacrifícios, mas sim aproveitar a ocasião que nos é oferecida. Há que se
ter uma causa nobre e sincera para que pratiquemos o jejum e o
sacrifício. O nosso coração precisa está contrito e em conformidade com
o espírito do nosso sacrifício. Também não nos adianta jejuar se
estivermos com o coração ressentido, cheio de vingança e revolta, porque
assim, não conseguiremos amar nem fazer nada por amor. Para os cristãos
o jejum deve ter um significado de vida e de alegria. Não nos basta
jejuar somente por jejuar, sem um motivo que toque o nosso coração. –
Quando você jejua você se sente em paz? – Você gosta de mostrar aos
outros que está jejuando? – O que Jesus acha do seu jejum? - Você é uma
pessoa que sabe curtir o momento presente como um presente de Deus?
Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015
REFLEXÕES SOBRE AS LEITURAS DE HOJE
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