sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

REFLEXÕES SOBRE AS LEITURAS DE HOJE



20/02/2015 - 6ª. Feira depois das cinzas

– Isaías 58, 1-9 – “no dia do jejum”

Nesta leitura o Senhor por meio do profeta Isaías nos convida a fazer 
uma reflexão atenciosa sobre com que espírito nós oferecemos sacrifícios 
neste tempo da Quaresma. Assim sendo o profeta denuncia os crimes do 
povo de Israel o qual se vangloriava por cumprir a lei e praticar a 
justiça, tão somente porque jejuava e buscava a Deus. Para eles o fato 
de jejuar e de fazer sacrifícios e mortificações seria já o suficiente 
para agradar a Deus. Todavia, ao mesmo tempo em que jejuavam eles 
lutavam uns com os outros porque cada qual estava preocupado apenas com 
os seus próprios negócios. E o Senhor lhes recomendou: “Não façais jejum 
com esse espírito, se quereis que vosso pedido seja ouvido no céu!” Nós 
também precisamos tomar consciência para avaliarmos com que espírito nós 
estamos praticando o jejum e os sacrifícios neste tempo da Quaresma. A 
oração, e o jejum que oferecemos a Deus devem ser acompanhados do 
espírito de caridade, de acolhida, de reconciliação e de partilha, do 
contrário não terão valor nem sentido. Aos olhos de Deus o verdadeiro 
jejum é aquele que nos leva a pôr um termo às injustiças para acolher o 
que estão necessitados vendo no rosto de cada irmão, outro Cristo. Jejum 
e oração não têm razão de ser se não forem vivenciados acompanhados de 
um verdadeiro espírito de caridade e de obras de justiça. Assim fazendo 
a nossa luz brilhará nas trevas e veremos atendidos os nossos pedidos de 
socorro. – Com que espírito você jejua? – O que você acha mais 
importante: jejuar às sextas feiras ou perdoar a alguém que o (a) 
ofendeu? – O jejum que você pratica tem alguma razão de ser ou é apenas 
para cumprir uma tabela?


Salmo 50 – “Ó Senhor, não desprezeis um coração arrependido!”

O arrependimento é a porta para o perdão e é muito mais importante do 
que holocaustos ou sacrifícios. O salmista, arrependido, diz que o seu 
sacrifício é a sua alma penitente, isto é, arrependida, suplicante. O 
pecado nos afasta dos irmãos e por isso, nos afasta de Deus, mas a 
misericórdia do Senhor nos faz voltar ao convívio com os nossos irmãos e 
nos aproxima do céu porque Deus nunca despreza um coração arrependido.

Evangelho – Mateus 9, 14-15 – “de coração, e não por obrigação”

Todas às vezes que jejuarmos, devemos ter o cuido de fazê-lo com muita 
disposição e por amor, sem lamentos nem justificativas, pois Deus 
conhece o nosso coração e sabe das nossas motivações. Jesus Cristo veio 
dar sentido a todas as nossas ações, assim, Ele nos ensina a praticar os 
atos religiosos de coração, e não por obrigação. Por meio do Evangelho 
nós temos o exemplo dos discípulos de Jesus que partilhavam com Ele de 
todos os eventos com alegria e submissão à Sua vontade e aos Seus 
ensinamentos. Eles estavam sempre perto de Jesus e usufruíam da Sua 
presença e da Sua companhia, por isso, naquele momento não havia clima 
para que eles jejuassem, nem tampouco precisavam disso. Para nós fica a 
lição: Há momentos na nossa vida que não nos cabe jejuar nem fazer 
sacrifícios, mas sim aproveitar a ocasião que nos é oferecida. Há que se 
ter uma causa nobre e sincera para que pratiquemos o jejum e o 
sacrifício. O nosso coração precisa está contrito e em conformidade com 
o espírito do nosso sacrifício. Também não nos adianta jejuar se 
estivermos com o coração ressentido, cheio de vingança e revolta, porque 
assim, não conseguiremos amar nem fazer nada por amor. Para os cristãos 
o jejum deve ter um significado de vida e de alegria. Não nos basta 
jejuar somente por jejuar, sem um motivo que toque o nosso coração. – 
Quando você jejua você se sente em paz? – Você gosta de mostrar aos 
outros que está jejuando? – O que Jesus acha do seu jejum? - Você é uma 
pessoa que sabe curtir o momento presente como um presente de Deus?

Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho

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