O
texto base na Campanha da Fraternidade de 2015 faz algumas referências
oportunas ao ecumenismo. Afirma que o Concílio Vaticano ll incentivou a
ação da Igreja em três campos de diálogo no mundo moderno. Cada um deles
conta com um documento explícito, que expõe a orientação da Igreja para
entendimento melhor da questão religiosa: o Decreto Unitatis
Redintegratio sobre o ecumenismo, a Declaração Nostra Aetate sobre as
relações da Igreja com as religiões não cristãs, e a Declaração
Dignitatis humanae sobre a liberdade religiosa. Estes documentos são de
grande relevância para a relação da Igreja com a sociedade (cf. No 76 do
Texto base da CF 2015).
O ecumenismo é a realização do desejo de
Jesus: “Que sejam um… para que o mundo creia” (Jo 17, 21). Jesus não
quer seus discípulos divididos por doutrinas e estruturas religiosas.
Estas são formas de compreender o Evangelho, e as diferenças entre elas
não precisam dividir os cristãos. Cada Igreja deve contribuir para a
comunhão do Povo de Deus. Ecumenismo significa: a) conversão de coração
para reconhecer o que há de bom nas outras igrejas cristãs; b) ficar
alegre com o muito que temos em comum, em vez de ficar buscando motivo
para briga; c) procurar conhecer as outras Igrejas, sem preconceito e
sem ingenuidade também; d) colaborar com os irmãos de outras Igrejas em
tudo o que ajuda o progresso do Reino de Deus; e) tratar as outras
Igrejas como gostamos que a nossa seja tratada; e f) orar pela unidade,
com seriedade e ternura.
A Igreja Católica no Brasil desenvolve
ações ecumênicas integrando o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs
(CONIC). Este Conselho é composto das seguintes igrejas: Igreja Católica
Apostólica Romana, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Igreja Cristã
Reformada, Igreja Presbiteriana Unida, Igreja Evangélica de Confissão
Luterana no Brasil, e Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia. Os membros do
CONIC estão incentivando os discípulos e discípulas missionários a
desenvolverem atividades mais intensas na Semana Nacional de Oração pela
Unidade dos Cristãos e na realização da Campanha da Fraternidade
Ecumênica. Além do ecumenismo, que se refere ao diálogo com as Igrejas
Cristãs, a Igreja Católica promove, em todo o mundo, o diálogo
inter-religioso, afirmando que “nada rejeita do que há de verdade e
santo nessas religiões” (cf. Nos. 78 e 79 do Texto base da Campanha da
Fraternidade, 2015).
Acredito que é importante para enfatizar
o que o ecumenismo não é: a)juntar todas as igrejas numa só; b) deixar
de crer no que ensina sua igreja para viver em paz com todo mundo; c)
fazer de conta que não há diferenças ou problemas entre as igrejas; d)
tentar seduzir o outro para a nossa Igreja; e) aceitar sem crítica o que
vem de outros grupos; e f) exigir que o outro se acomode às nossas
doutrinas. A Igreja Católica seguindo a orientação da Declaração Nostra
Aetate, um documento do Concílio Ecumênico Vaticano ll, exorta os fiéis
ao diálogo sincero com os membros das grandes religiões, sobretudo o
judaísmo, o islamismo, o budismo e o hinduísmo afirmando “nada rejeita
do que há de verdade e santo nessas religiões” (cf. Declaração Nostra
Aetate No. 2).
Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista e Assessor da CNBB
Reg. NE1
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