Pôr em prática «os entendimentos alcançados de comum acordo», respeitar «o princípio da legalidade internacional», observar a trégua e «todos os demais compromissos que são condições para evitar a retomada das hostilidades»: eis os pedidos dirigidos pelo Papa Francisco às partes em conflito na Ucrânia, que «se prolonga há vários meses e continua a ceifar inúmeras vítimas inocentes e a causar sofrimentos enormes à população inteira». O novo e forte apelo em prol da paz foi lançado pelo Pontífice durante a audiência aos bispos do país, recebidos na manhã de 20 de Fevereiro, por ocasião da sua visita ad limina Apostolorum.
Reiterando aos prelados a sua proximidade pessoal, o Papa garantiu que a Santa Sé está ao seu lado, comprometida junto das instâncias internacionais para fazer compreender os seus direitos e preocupações. «A nível nacional — afirmou — sois cidadãos com plenos direitos do vosso país e por isso tendes o dever de expor, também conjuntamente, o vosso pensamento acerca do seu destino»: não «no sentido de promover uma acção política concreta», esclareceu, mas «indicando e confirmando os valores que constituem o elemento unificador da sociedade ucraniana, perseverando na busca incansável da concórdia e do bem comum, até face às graves e complexas dificuldades».
Por sua vez, os bispos são chamados a comprometer-se a «ouvir atentamente as vozes provenientes do território». Porque — recomendou Francisco — só «ouvindo o vosso povo podeis ser solícitos em relação aos valores que o caracterizam: o encontro, a colaboração e a capacidade de resolver as controvérsias. Em síntese: a busca da paz possível».
O Pontífice não deixou de salientar as graves repercussões que a crise do país teve sobre as famílias, agravando as consequências de «uma pobreza injusta numa terra generosa e rica». E pediu aos prelados que superem «incompreensões e feridas» através de um testemunho de unidade consolidada pelo acolhimento e apoio recíproco. «Além de dar um bom testemunho ao povo de Deus — recordou o Papa — a unidade do episcopado presta um serviço inestimável à nação».
Fonte: L'Osservatore Romano
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