
A partir deste ano, a peça de lã branca
que recorda o símbolo da ovelha sobre os ombros de Jesus, será entregue
ao arcebispo pelo papa, no Vaticano e imposta pelo núncio apostólico na
sede episcopal, como explica monsenhor Guido Marini. “A partir do
próximo 29 de junho, por ocasião da Solenidade dos Santos Pedro e Paulo,
os Arcebispos – como de costume – estarão presentes em Roma,
concelebrarão com o Santo Padre, participarão do rito da bênção dos
pálios, mas não haverá a imposição: simplesmente receberão o pálio do
Santo Padre em forma mais simples e privada”, conta.
A imposição do pálio será efetuada
depois, nas dioceses a que pertencem os arcebispos na presença dos fiéis
e dos bispos das dioceses sufragâneas. “O significado desta alteração é
o de colocar em maior evidência a relação dos bispos metropolitas – os
novos nomeados – com a sua Igreja local e assim dar também a
possibilidade a mais fieis de estarem presentes neste rito tão
significativo para eles, e também particularmente aos bispos das
dioceses sufragâneas, que deste modo, poderão participar do momento da
imposição”, explica o mestre de cerimônias.
Ele considera que será mantido o
significado da celebração do dia 29 de junho e que, ao mesmo tempo,
acrescenta a “ligação com a Igreja local”.
Arcebispos do Brasil
Desde a última imposição do Pálio -
ocorrida na solenidade de São Pedro e São Paulo do ano passado -, foram
nomeados no Brasil os arcebispos do Ordinariado Militar, dom Fernando
José Monteiro Guimarães; e da arquidiocese de Curitiba (PR), dom José
Antônio Peruzzo.
Pálio
O arcebispo de Pelotas (RS) e presidente
da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Jacinto Bergmann,
explicou à Rádio Vaticano que o pálio é uma espécie de colarinho de lã
branca, com cerca de 5cm de largura e dois apêndices – um na frente e
outro nas costas. A peça possui seis cruzes bordadas em lã preta: quatro
no colarinho e uma em cada um dos apêndices. É confeccionada pelas
monjas beneditinas do Mosteiro de Santa Cecilia, em Roma, utilizando a
lã de dois cordeiros que são ofertados ao Papa na solenidade de Santa
Inês, no dia 21 de janeiro. Após confeccionados são abençoados pelo
bispo de Roma e guardados numa arca junto ao tumulo de São Pedro.
O uso do pálio, que nos primeiros
séculos do Cristianismo era exclusivo dos Papas, passou a ser usado
pelos Metropolitas a partir do século VI, tradição que perdura até os
nossos dias.
Cada Província Eclesiástica é formada
por algumas dioceses e uma arquidiocese. À frente dela está o
metropolita, que é o arcebispo da diocese-sede. As palavras “arqui” e
“arce”, colocadas junto às palavras diocese e bispo, vêm da língua
grega, e significam “a primeira”, “o primeiro”. Nesse sentido,
recorda-se que ambos devem estar a serviço e promoção da comunhão.
Após ser nomeado, o metropolita deve
pedir ao Papa, o pálio, símbolo de seu “poder” (o serviço e promoção da
comunhão) na própria Província Eclesiástica e de sua comunhão com a Sé
Apostólica. Uma vez recebido, usa-o unicamente dentro das funções
litúrgicas, sobre os paramentos pontificais, dentro da Província a que
preside, e unicamente nela.
Nenhum comentário:
Postar um comentário