Mateus 25, 31-46
SOLENIDADE
DA FESTA DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO
Com
a leitura bíblica deste último domingo (Mateus 25,31-46) do ano
litúrgico, conclui-se o Sermão escatológico de Jesus. A cena do
juízo final, em que Cristo aparece como rei,
pastor, e juiz,
é o ápice da perspectiva escatológica do Reino de Deus. Cristo
Jesus, que nos libertou do pecado e da morte, é a primícia da nova
humanidade dos ressuscitados. Ele é pastor que guia o povo de Deus
e faz justiça seguindo o código do amor aos irmãos mais humildes
com os quais Ele se identifica.
Nesta
parábola, exclusiva de Mateus, confluem todas as demais parábolas
deste ciclo no qual foi lido o evangelho de São Mateus. O que quis
afinal Jesus ensinar com essa parábola? A parábola nos ensina que o
julgamento final será sobre o que fizemos ou deixamos de fazer aos
necessitados. O julgamento parece acontecer só no fim da vida. Mas
ele vai acontecendo no dia a dia sempre que nos solidarizarmos com os
sofredores. O critério ou programa de exame para o juízo não será
outro do que o amor ao irmão, ao próximo, de modo especial o
necessitado de Deus. Cumpre-se aquilo que diz um grande santo e
místico da igreja – São João da Cruz: ”No entardecer da vida
seremos julgados pelo amor e pelo ato de fé em Jesus”. As
observâncias religiosas são necessárias e importantes para a
nossa salvação, mas elas ficam sem sentido, quando esquecemos o
essencial – amor ao próximo. O juízo final provocará muitas
surpresas. Muitos que não acertaram com a salvação serão salvos
por terem vivido o mandamento do amor. Muitos que se tinham como
santos, serão condenados, pois, no fundo, foram egoístas.
A
mensagem que tiramos da solenidade de Cristo Rei poderá ser esta: o
Pai, no julgamento final, não nos perguntará de quantas missas
participamos, quantas comunhões recebemos, quantas confissões
fizemos, quantos rosários rezamos, quantos louvores fizemos, mais
quantos necessitados material e espiritual amamos de verdade. Diante
do Messias – juiz, revestido de glória e majestade, deverão
comparecer todos os povos, independentes de sua origem étnica ou
tradição religiosa.
Celebramos
hoje, por ocasião da Solenidade litúrgica de Cristo-Rei, o dia
nacional do leigo. O leigo é o construtor do tecido social dentro e
fora da igreja no trabalho, na família, política, economia, na
arte, na cultura e com outras religiões. Ele é chamado a assumir
sua identidade cristã como sal da terra, luz do mundo e fermento na
massa. Um bom domingo a todos.
Pe. Raimundo
Neto
Pároco de
São Vicente
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