O primeiro dia da Visita do Papa Francisco à Turquia na tarde desta sexta-feira teve como ponto alto um encontro inter-religioso no Diyanet que é o Departamento dos Assuntos Religiosos da Turquia. Na ocasião o Santo Padre salientou que “as boas relações e o diálogo entre líderes religiosos revestem-se de grande importância. Constituem uma mensagem clara dirigida às respectivas comunidades” pois vivemos “num tempo de crises” em particular em algumas áreas do mundo onde acontecem “verdadeiros dramas para populações inteiras.” “Guerras que semeiam vítimas e destruições, tensões e conflitos interétnicos e inter-religiosos, fome e pobreza…” – declarou o Papa Francisco referindo-se às centenas de milhões de vítimas.
“Verdadeiramente trágica é a situação no Médio Oriente, especialmente no Iraque e na Síria. Todos sofrem com as consequências dos conflitos, e a situação humanitária é angustiante. Penso em tantas crianças, nos sofrimentos de tantas mães, nos idosos, nos deslocados e refugiados, nas violências de todo o gênero.”
O Papa Francisco considerou particularmente preocupante a ação de um “grupo extremista e fundamentalista” que está a fazer sofrer comunidades inteiras “especialmente de cristãos e yazidis” e não só, “por causa da sua identidade étnica e religiosa”.
“Foram expulsos à força das suas casas, tiveram de abandonar tudo para salvar a sua vida e não renegar a fé. A violência abateu-se também sobre edifícios sagrados, monumentos, símbolos religiosos e o patrimônio cultural, como se quisessem apagar todo o vestígio, qualquer memória do outro.”
O Santo Padre afirmou então que a responsabilidade dos chefes religiosos é a de “denunciar todas as violações da dignidade e dos direitos humanos”. O Papa Francisco considerou ainda que “a denúncia deve ser acompanhada pelo trabalho comum para se encontrarem soluções adequadas. Isto requer a colaboração de todas as partes: governos, líderes políticos e religiosos, representantes da sociedade civil e todos os homens e mulheres de boa vontade.”
Citando S. João Paulo II no discurso proferido à comunidade católica de Ancara em 1979 o Papa Francisco afirmou que: “Reconhecer e desenvolver esta convergência espiritual – através do diálogo inter-religioso – ajuda-nos também a promover e defender, na sociedade, os valores morais, a paz e a liberdade”. Neste particular o Santo Padre citou o exemplo do povo turco:
“A este respeito, queria exprimir o meu apreço por quanto está a fazer o povo turco inteiro, muçulmanos e cristãos, pelas centenas de milhares de pessoas que fogem dos seus países por causa dos conflitos. São dois milhões -isto é um exemplo concreto de como trabalhar em conjunto para servir os outros, um exemplo que deve ser incentivado e apoiado.”
No final do seu discurso o Papa Francisco declarou a sua satisfação a propósito das boas relações e da cooperação entre o Diyanet e o Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso fazendo votos para que continuem e se consolidem como autêntico sinal de esperança para um mundo tão necessitado de paz, segurança e prosperidade. (RS)(from Vatican Radio).
Fonte: Rádio Vaticano
Nenhum comentário:
Postar um comentário