Cidade do Vaticano (RV) - Despertem o mundo! Este é o chamado que o Papa Francisco faz aos consagrados em uma carta publicada nesta sexta-feira, 28/11, às vésperas da abertura do Ano da Vida Consagrada, que começa neste domingo, 30/11. A mensagem do Papa traz ainda alguns objetivos, expectativas e os horizontes do Ano da Vida Consagrada, que vai até 2 de fevereiro de 2016, inspirados na Exortação Vita Consecrata de São João Paulo II.
O Cardeal João Braz de Aviz, prefeito da Congregação dos Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica falou à Rádio Vaticano sobre a publicação da carta e sobre o início do Ano da Vida Consagrada.
São três os objetivos principais que o Papa Francisco indica aos consagrados para a realização da própria vocação: antes de mais nada, “olhar para o passado com gratidão”, para manter viva a própria identidade, sem fechar os olhos diante das incoerências, resultado das fraquezas humanas e – diz Francisco – talvez sejam o esquecimento de alguns aspectos essenciais do carisma. O segundo objetivo é aquele de “viver o presente com paixão”, vivendo o Evangelho a fundo e com espírito de comunhão; e o terceiro, “abraçar o futuro com esperança”, sem perder a coragem diante das inúmeras dificuldades que se encontrarão ao longo da vida consagrada, a partir da crise das vocações.
Não cedam – advertiu o Papa aos mais jovens – à tentação dos números e da eficiência, tampouco àquela de confiar exclusivamente nas suas próprias forças. A caridade – não conhece limites e precisa de entusiasmo para levar adiante o sopro do Evangelho nos mais diversos ambientes sociais e culturais.
Saber transmitir a alegria e a felicidade da fé vivida em comunidade, de fato, faz crescer a capacidade de atração da Igreja. É o testemunho do amor fraterno, da solidariedade, da partilha que dá valor à Igreja. Uma Igreja que deve forjar profetas visionários e capazes de interpretar os acontecimentos, denunciando o mal do pecado e da injustiça.
Francisco não tem expectativas de que os consagrados mantenham vivas certas “utopias”, mas que saibam criar “outros lugares”, onde se viva a lógica evangélica do dom, da fraternidade, da diversidade e do amor recíproco. O lugar ideal para que isso aconteça são as comunidades dos Institutos aos quais se pertence e que não deve ser uma realidade isolada. Ao contrário, o Papa expressa seu desejo de que este Ano da Vida Consagrada seja a ocasião para que se estreitem os laços de colaboração entre as diversas comunidades – até mesmo de Igrejas diversas – no acolhimento de refugiados, na proximidade aos pobres, no anúncio do Evangelho, na iniciação à vida de oração”.
Na Carta aos consagrados e às consagradas o Papa não esquece do importante papel dos “leigos que, com os consagrados, partilham ideais, espírito e missão”. Deste ponto, a última exortação da carta de Francisco vai aos irmãos no episcopado para que sejam solícitos no promover nas respectivas comunidades “os carismas distintos, apoiando, animando e ajudando no discernimento para que a beleza e a santidade da vida consagrada resplandeça na Igreja”. (SL/RB)(from Vatican Radio).
Fonte: Rádio Vaticano
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