Francisco aprofundou o tema partindo do trecho do
Evangelho em que Jesus expressa todo o seu desprazer ao ver-se
hostilizado por sua própria gente, pelas cidades que viram as costas
para a sua mensagem. “Se em Tiro e Sidônia tivessem sido realizados os
milagres que em vós se realizaram, há muito tempo teriam se convertido”,
disse Jesus aos de Corazim e Betsaida.
Nesta comparação, observou o Papa, se resume toda a história da salvação. Assim como rejeitaram e mataram os profetas antes dele, “porque eram incômodos”, estavam fazendo o mesmo com Jesus. “É o drama da resistência em ser salvo”, provocado pelos líderes do povo:
“É justamente a classe dirigente aquela que fecha as portas ao modo com o qual Deus quer nos salvar. E assim se entendem os diálogos de Jesus com a classe dirigente do seu tempo: brigam, o colocam à prova, pregam armadilhas para ver se cai, porque é a resistência em ser salvo. Jesus diz a eles: ‘Mas eu não os compreendo! Vocês são como aquelas crianças: tocamos a flauta e não dançaram; cantamos uma lamentação e não choraram. Mas o que querem?’; ‘Queremos fazer a salvação do nosso modo!’. É sempre este fechamento ao modo de Deus”.
Uma atitude que o Papa Francisco difere daquela do “povo crente” que, segundo ele, entende e “aceita” a salvação trazida por Jesus. Salvação que, ao contrário, para os líderes do povo se reduz essencialmente à realização dos 613 preceitos criados, afirma o Papa, pela “febre intelectual e teológica deles”:
“Eles não acreditam na misericórdia e no perdão: acreditam em sacrifícios. Misericórdia eu quero, e não sacrifício. Eles acreditam em tudo ajustado, bem arrumado, tudo claro. Este é o drama da resistência à salvação. Também nós, cada um de nós tem este drama dentro. Mas nos fará bem nos perguntarmos: como eu quero ser salvo? Do meu jeito? Do modo de uma espiritualidade, que é boa, que me faz bem, mas que é fixa, tem tudo claro e não há nenhum risco? Ou do modo divino, isto é, no caminho de Jesus, que sempre nos surpreende, que sempre abre as portas para o mistério da Onipotência de Deus, que é a misericórdia e o perdão?”.
“Vai nos fazer bem – insiste o Papa Francisco – pensar que este drama está no nosso coração”. Refletir sobre o fato, se acontecer de confundir “liberdade com autonomia”, de escolher a salvação que nós acreditamos seja a “adequada”:
“Eu creio que Jesus é o Mestre que nos ensina a salvação, ou vou a todos os lugares para alugar um guru que me ensine outra? Um caminho mais seguro ou me refugio sob o teto das prescrições e dos muitos mandamentos feitos por homens? E então eu me sinto seguro com isso - é um pouco difícil dizer isso – segurança, compro a minha salvação, que Jesus dá de graça com a gratuidade de Deus? Vão nos fazer bem hoje essas perguntas. E a última: eu resisto à salvação de Jesus?”. (BF-SP).
Nesta comparação, observou o Papa, se resume toda a história da salvação. Assim como rejeitaram e mataram os profetas antes dele, “porque eram incômodos”, estavam fazendo o mesmo com Jesus. “É o drama da resistência em ser salvo”, provocado pelos líderes do povo:
“É justamente a classe dirigente aquela que fecha as portas ao modo com o qual Deus quer nos salvar. E assim se entendem os diálogos de Jesus com a classe dirigente do seu tempo: brigam, o colocam à prova, pregam armadilhas para ver se cai, porque é a resistência em ser salvo. Jesus diz a eles: ‘Mas eu não os compreendo! Vocês são como aquelas crianças: tocamos a flauta e não dançaram; cantamos uma lamentação e não choraram. Mas o que querem?’; ‘Queremos fazer a salvação do nosso modo!’. É sempre este fechamento ao modo de Deus”.
Uma atitude que o Papa Francisco difere daquela do “povo crente” que, segundo ele, entende e “aceita” a salvação trazida por Jesus. Salvação que, ao contrário, para os líderes do povo se reduz essencialmente à realização dos 613 preceitos criados, afirma o Papa, pela “febre intelectual e teológica deles”:
“Eles não acreditam na misericórdia e no perdão: acreditam em sacrifícios. Misericórdia eu quero, e não sacrifício. Eles acreditam em tudo ajustado, bem arrumado, tudo claro. Este é o drama da resistência à salvação. Também nós, cada um de nós tem este drama dentro. Mas nos fará bem nos perguntarmos: como eu quero ser salvo? Do meu jeito? Do modo de uma espiritualidade, que é boa, que me faz bem, mas que é fixa, tem tudo claro e não há nenhum risco? Ou do modo divino, isto é, no caminho de Jesus, que sempre nos surpreende, que sempre abre as portas para o mistério da Onipotência de Deus, que é a misericórdia e o perdão?”.
“Vai nos fazer bem – insiste o Papa Francisco – pensar que este drama está no nosso coração”. Refletir sobre o fato, se acontecer de confundir “liberdade com autonomia”, de escolher a salvação que nós acreditamos seja a “adequada”:
“Eu creio que Jesus é o Mestre que nos ensina a salvação, ou vou a todos os lugares para alugar um guru que me ensine outra? Um caminho mais seguro ou me refugio sob o teto das prescrições e dos muitos mandamentos feitos por homens? E então eu me sinto seguro com isso - é um pouco difícil dizer isso – segurança, compro a minha salvação, que Jesus dá de graça com a gratuidade de Deus? Vão nos fazer bem hoje essas perguntas. E a última: eu resisto à salvação de Jesus?”. (BF-SP).
Fonte: Rádio Vaticano
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