Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco presidiu nesta segunda-feira, 20, o Consistório para a canonização dos Beatos José Vaz e Maria Cristina da Imaculada Conceição. No mesmo Consistório os membros do Colégio Cardinalício discutiram sobre a atual situação dos cristãos no Oriente Médio e o compromisso da Igreja pela paz na região, com a presença dos Patriarcas do Oriente Médio. Sobre o encontro a Rádio Vaticano ouviu o Cardeal Bechara Boutros Rai, Patriarca de Antioquia dos Maronitas:
R. – “Somos muito gratos ao Santo Padre por esta segunda iniciativa, depois do encontro com os núncios, para conhecer a realidade do Oriente Médio e, agora, pelo Consistório. Isso significa que o Papa tem uma grande preocupação, e com razão, seja pelo Oriente Médio como tal, e a paz, seja também pela presença cristã, que vive momentos muito cruciais. Somos também gratos que ele tenha convidado os Patriarcas para participar. Estamos preparando um documento em nome dos Patriarcas, a partir do encontro com os núncios apostólicos. Então, vamos fazer a nossa leitura sobre as expectativas da Igreja e da comunidade internacional. Eu acho que representa um grande conforto moral para os cristãos do Oriente Médio, mas também para os países do Oriente Médio, que o Papa tenha esse interesse e essa preocupação, porque todos precisam de um apoio moral. É um verdadeiro apoio moral, mas é também um verdadeiro apoio diplomático, porque a Santa Sé também tem um papel a desempenhar, uma influência importante em nível internacional. Nós, então, faremos ouvir a nossa voz e mostraremos que todas estas igrejas do Oriente Médio, sejam católicas, sejam ortodoxas, formam uma só unidade, uma só voz. Realizamos sempre encontros com os lideres muçulmanos para falar, todos juntos, a mesma língua. Isso nós vamos dizer no Consistório”.
P – Preocupa sempre mais o avanço do grupo Estado Islâmico. Este certamente será um tema ao qual será dedicada particular atenção...
R. – “O que dizemos, temos dito e diremos aos governos locais e à comunidade internacional é que detenham a ação do agressor. Não é possível que no século XXI se retorne à lei pré-histórica, em que uma organização chega, arranca você de sua casa, de sua terra, diz que vocês “devem ir embora”, e a comunidade internacional olha inerte e de modo neutro. Não é possível. Nós condenamos tudo isso e solicitamos a contribuição..., mais do que a contribuição, uma ação da comunidade internacional. É preciso deter o agressor. O que nós lamentamos e sentimos muito, e que notamos neste tempo de guerra no Oriente Médio, é que muitos países do Oriente e do Ocidente apoiam as organizações fundamentalistas, os terroristas, por causa de interesses próprios - políticos, econômicos - e apoiam essas organizações terroristas com dinheiro, com armas e politicamente. E isso nos entristece muito. Nós denunciamos isso como já denunciamos no passado. Por isso, pedimos à comunidade internacional que assuma as suas responsabilidades. E quando falamos de comunidade internacional, não falamos de algo anônimo, mas das Nações Unidas, do Conselho de Segurança, do Tribunal Penal Internacional. Eles devem agir, caso contrário, para onde vamos? As Nações Unidas perdem assim a sua razão de ser. Esta assembleia das nações não foi criada para proteger a paz e a justiça no mundo? Agora, no entanto, torna-se um instrumento nas mãos das grandes potências. Isso não se pode aceitar”. (SP).
R. – “Somos muito gratos ao Santo Padre por esta segunda iniciativa, depois do encontro com os núncios, para conhecer a realidade do Oriente Médio e, agora, pelo Consistório. Isso significa que o Papa tem uma grande preocupação, e com razão, seja pelo Oriente Médio como tal, e a paz, seja também pela presença cristã, que vive momentos muito cruciais. Somos também gratos que ele tenha convidado os Patriarcas para participar. Estamos preparando um documento em nome dos Patriarcas, a partir do encontro com os núncios apostólicos. Então, vamos fazer a nossa leitura sobre as expectativas da Igreja e da comunidade internacional. Eu acho que representa um grande conforto moral para os cristãos do Oriente Médio, mas também para os países do Oriente Médio, que o Papa tenha esse interesse e essa preocupação, porque todos precisam de um apoio moral. É um verdadeiro apoio moral, mas é também um verdadeiro apoio diplomático, porque a Santa Sé também tem um papel a desempenhar, uma influência importante em nível internacional. Nós, então, faremos ouvir a nossa voz e mostraremos que todas estas igrejas do Oriente Médio, sejam católicas, sejam ortodoxas, formam uma só unidade, uma só voz. Realizamos sempre encontros com os lideres muçulmanos para falar, todos juntos, a mesma língua. Isso nós vamos dizer no Consistório”.
P – Preocupa sempre mais o avanço do grupo Estado Islâmico. Este certamente será um tema ao qual será dedicada particular atenção...
R. – “O que dizemos, temos dito e diremos aos governos locais e à comunidade internacional é que detenham a ação do agressor. Não é possível que no século XXI se retorne à lei pré-histórica, em que uma organização chega, arranca você de sua casa, de sua terra, diz que vocês “devem ir embora”, e a comunidade internacional olha inerte e de modo neutro. Não é possível. Nós condenamos tudo isso e solicitamos a contribuição..., mais do que a contribuição, uma ação da comunidade internacional. É preciso deter o agressor. O que nós lamentamos e sentimos muito, e que notamos neste tempo de guerra no Oriente Médio, é que muitos países do Oriente e do Ocidente apoiam as organizações fundamentalistas, os terroristas, por causa de interesses próprios - políticos, econômicos - e apoiam essas organizações terroristas com dinheiro, com armas e politicamente. E isso nos entristece muito. Nós denunciamos isso como já denunciamos no passado. Por isso, pedimos à comunidade internacional que assuma as suas responsabilidades. E quando falamos de comunidade internacional, não falamos de algo anônimo, mas das Nações Unidas, do Conselho de Segurança, do Tribunal Penal Internacional. Eles devem agir, caso contrário, para onde vamos? As Nações Unidas perdem assim a sua razão de ser. Esta assembleia das nações não foi criada para proteger a paz e a justiça no mundo? Agora, no entanto, torna-se um instrumento nas mãos das grandes potências. Isso não se pode aceitar”. (SP).
Fonte: Rádio Vaticano
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