15/08/2014 – 6ª. Feira - XIX semana do tempo comum
- Ezequiel 16, 1-15.60.63 – “o Criador e a criatura ”
Através do profeta Ezequiel o Senhor recorda a aliança que fez conosco através de Jesus Cristo, nos tirando da escravidão do pecado, nos dando vestes novas, purificando a nossa alma da penúria em que vivíamos. Assim sendo, a relação entre Deus e
Jerusalém representa aqui a nossa relação com o nosso Criador. Ele, que tomando a Sua criatura, resgata-a, tira-a do pecado e faz com ela uma aliança; dá a ela os tesouros escondidos, enfeitando-a e cobrindo-a de joias, deixa-a bela e perfumada. A criatura, que depois de receber todo o amor que a torna bela, confiando na sua beleza, se prostitui, torna-se infiel e quebra a aliança com o seu Deus. Precisamos, pois, nos situar no contexto da profecia de Ezequiel reconhecendo a nossa infidelidade e deslealdade, admitindo que o Senhor nos tenha dado tudo e que, em troca, nem os nossos próprios pensamentos estão entregues somente a Ele. Jesus Cristo nos salvou, porém, como a “mulher infiel” que se prostitui e por pouca coisa se volta para os ídolos de barro que, hoje existem e que amanhã se tornarão em pó, nós abandonamos o Amor verdadeiro. E apesar da nossa infidelidade e ingratidão o Senhor quer restabelecer conosco uma aliança eterna e nos oferece o Seu perdão e a Sua misericórdia que são infinitas. Por isso, a Palavra de Deus está sempre nos chamando à conversão, e a leitura nos fala de vestimentas de seda bordada, de enfeites de ouro e prata e alimentos como mel e óleo, significando a obra que se realiza no nosso interior quando nos rendemos aos Seus apelos. Muitos ídolos ocupam a nossa mente, muitas ideias insensatas nos assolam. Peçamos que o Senhor nos livre do laço do caçador que são as nossas próprias sugestões e nos ensine a ser fiel como
Ele o é e amá-Lo como Ele nos ama. - Você consegue situar-se no contexto dessa leitura? - Você reconhece que vivia na penúria e que o Senhor o (a) salvou? – Você reconhece também a sua infidelidade? – Você aceita restabelecer com o Senhor uma aliança eterna?
Salmo – Isaias 12 – “Acalmou-se a vossa ira e, enfim, me consolastes.”
Apesar de sermos pecadores insensatos é nosso dever dar graças ao Senhor pela Sua Salvação e porque nos oferece o Seu perdão. O Senhor faz prodígios e portentos na nossa vida e enquanto aqui estamos precisamos expressar a nossa gratidão. Um coração agradecido canta louvores a Deus porque Ele está sempre disposto a nos tirar da lama e assim podemos dizer como o salmista: “Eis o Deus, meu salvador, eu confio e nada temo; o Senhor é minha força, meu louvor e salvação!”
Evangelho – Mateus 19, 3-12 – “Sem amor não existe matrimônio”
A aliança entre o homem e a mulher é a repetição da Aliança entre Deus e o homem, por isso, o Amor de Deus é o vínculo da perfeição do matrimônio. Só o Amor de Deus no coração do homem e da mulher poderá fazer concretizarem-se as palavras que Jesus enfatiza neste Evangelho: “O que Deus uniu o homem não separe!” O homem e a mulher tornam-se uma só carne quando são unidos com o amor que vem do coração de Deus e, assim, ninguém poderá quebrar essa aliança, porque ela é eterna. O amor que une os dois é o motivo pelo qual o Senhor os abençoa e é este amor quem os faz ser uma só carne. Sem amor não existe matrimônio, é falso, é união ilegítima. Só Deus e cada um dos cônjuges poderão mensurar a autenticidade da união entre seus corações e Deus só confirma a união quando há sinceridade, lisura e boa fé. Por conseguinte, homem nenhum poderá desfazer a união que é confirmada por Deus. O matrimônio é a expressão do amor de Deus por nós. Diante do argumento dos discípulos de que: “Se a situação do homem com a mulher é assim, não vale a pena casar-se,” Jesus nos dá o entendimento de que nem todos os homens e mulheres são chamados nem preparados para viver o matrimonio. Alguns não nasceram com o chamado para essa vocação, outros, pelas circunstâncias da vida também não estão aptos para vivenciarem esse estado e há, também, os (as) que se fazem incapazes e se sacrificam em função do reino dos céus. Somente estão preparados (as) aqueles (as) que se comprometem com os encargos e responsabilidades que o matrimônio requer. Portanto, somente quando o homem e a mulher puderem
“deixar pai e mãe”, isto é assumir as exigências pertinentes a cada um, é que poderão unir-se em matrimônio e assim ser “uma só carne.” O amor esponsal exige responsabilidade e compromisso de vida, por isso mesmo, nunca poderá ser banalizado. - Portanto, que cada um tenha bastante consciência quando quiser assumir o sacramento do matrimônio. -
Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho
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