domingo, 17 de agosto de 2014

PAPA FRANCISCO AOS BISPOS NA ÁSIA: NÃO CAIR NA TENTAÇÃO DO "RELATIVISMO", SUPERFICIALIDADE" E "APARENTE SEGURANÇA"


Haemi (RV) – Penúltimo dia da Viagem Apostólica do Papa Francisco à Coréia. Na manhã deste domingo, o Pontífice deixou a Nunciatura Apostólica, em Seul, dirigindo-se, de helicóptero, para Haemi, a 102km da capital coreana, onde se encontra o Santuário do “Mártir desconhecido”.
Ali, o Santo Padre manteve um encontro com os Bispos do Continente Asiático. Após a celebração da Liturgia das Horas e da saudação do Cardeal Oswald Gracias, arcebispo de Mumbay, na Índia, e Presidente da Federação das Conferências Episcopais da Ásia, o Papa pronunciou seu discurso.
O Papa iniciou seu pronunciamento dirigindo uma fraterna e cordial saudação a todos, agradecendo ao Senhor, que os reuniu naquele lugar sagrado, onde numerosos cristãos deram a sua vida pela sua fidelidade a Cristo. O seu testemunho de caridade se tornou graça e bênção para a Igreja na Coreia e além de suas fronteiras. E acrescentou:
“Neste vasto Continente, onde convive uma grande variedade de culturas, a Igreja é chamada a ser versátil e criativa no seu testemunho do Evangelho, através do diálogo e da abertura a todos. Na verdade, o diálogo faz parte essencial da missão da Igreja na Ásia. Devemos empreender o caminho do diálogo, com indivíduos e culturas, partindo da nossa identidade própria de cristãos, com abertura de mente e de coração.
Neste sentido, o Santo Padre chamou a atenção dos pastores asiáticos para não cair na tentação do espírito do mundo, que se manifesta de três maneiras: o “relativismo”, que obscurece o esplendor da verdade, se infiltra nas comunidades cristãs e enfraquece a nossa identidade; a “superficialidade”, que, numa cultura, exalta o efêmero e oferece numerosos lugares de evasão e fuga, representando um grave problema pastoral; e a “aparente segurança” humana.
Por isso, afirmou o Papa, precisamos de muita fé, que impele à missão e nos dá a capacidade de ser corajosos e humildes no nosso testemunho de esperança e amor. Neste sentido, a identidade dos Pastores das diversas Igrejas consiste no compromisso de adorar a Deus, amar, servir e dar testemunho cristão aos outros.
Enfim, a fé viva em Cristo constitui a nossa identidade mais profunda, da qual brota o diálogo e a simplicidade. Um diálogo autêntico requer capacidade de empatia, fruto de uma vida espiritual e da experiência pessoal. Neste sentido, o diálogo exige um autêntico espírito de contemplação, abertura e receptividade. Somos enriquecidos pela sabedoria da abertura aos outros. E Pontífice concluiu, fazendo um auspício:
“Com este espírito de abertura aos outros, espero firmemente que os países do seu Continente, com os quais a Santa Sé ainda não mantém plenas relações, não hesitem em promover um diálogo em benefício de todos”.
Diante de um grande Continente Asiático como este, disse por fim o Papa, com sua vasta extensão de terra e antigas culturas e tradições, damo-nos conta de que suas comunidades cristãs têm a missão de levar a luz do Evangelho até aos confins da terra. Que o Bom Pastor guie e robusteça seus esforços na missão de reunir o seu rebanho espalhado pelo mundo.
Ao término do encontro com os Bispos da Ásia, o Papa Francisco cumprimentou cada um dos presentes, com os quais, depois, almoçou no refeitório da Residência do Santuário. (MT).
Fonte: Rádio Vaticano

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