O Papa Francisco recebeu ao fim da manhã desta segunda-feira os bispos da Conferência episcopal do Zimbabwe, em visita ad Limina apostolorum. Na sua mensagem o Papa deu graças ao Senhor por aquilo que a Igreja no Zimbabwe tem feito e ainda continua a fazer: pequenos centros missionários transformaram-se em paróquias e dioceses, a Igreja tornou-se autóctone - uma árvore jovem e forte no jardim do Senhor, cheia de vida e dando ricos frutos - gerações de zimbabueanos, incluindo muitos líderes políticos, foram formados em escolas da Igreja, foram criados hospitais católicos, muitas vocações ao sacerdócio e à vida religiosa vieram desta terra e ainda continuam a vir.
A Igreja no Zimbabwe – continuou o Papa – esteve sempre ao lado do povo, tanto antes como depois da independência, agora e também nos anos de grande sofrimento quando milhões deixaram o país em frustração e desespero, muitas vidas foram perdidas, e tantas lágrimas derramadas. No exercício do seu ministério profético, os Bispos souberam dar voz dramática a todo o povo em luta no País, especialmente os oprimidos e refugiados, como se lê na Carta pastoral de 2007 “Deus escuta o grito dos oprimidos”.
Como os cristãos se encontram em todos os lados do conflito no Zimbábue, o Papa Francisco instou os Bispos a guiarem a todos com grande ternura rumo à unidade e reconciliação: trata-se de um povo de pretos e brancos, alguns mais ricos, mas a maioria extremamente pobre, povo de numerosas tribos; os seguidores de Cristo pertencem a todos os partidos políticos, alguns em posições de autoridade, muitos outros não. Mas todos em conjunto, como único Povo de Deus peregrino, precisam de conversão e reconciliação, de modo a tornar-se cada vez mais plenamente "um só corpo e um só espírito em Cristo" – sublinha o Papa Francisco.
O Santo Padre recomendou em seguida aos Bispos a proclamarem sem medo o evangelho da esperança, trazendo a mensagem do Senhor ao nosso tempo marcado pela dor, pregando incansavelmente o perdão e a misericórdia de Deus, continuando a encorajar os fiéis a renovarem o seu encontro pessoal com o Senhor ressuscitado, e a voltarem aos sacramentos, especialmente os da reconciliação e da Eucaristia, fonte e ápice da vida cristã. E o Papa insistiu dizendo que o futuro da Igreja no Zimbabwe e em toda a África depende muito da formação dos fiéis, daí a importância, para além de sacerdotes santos, de catequistas zelosos e bem formados, que possam trabalhar com o clero e os leigos, para que aquilo em que a Igreja acredita se possa refletir na maneira como o seu povo vive na sociedade.
O Papa termina a mensagem assegurando a sua oração para que os Bispos regressem a casa fortalecidos na comunhão fraterna, e para que deste encontro com o Sucessor de Pedro, possam sair mais determinados a dar tudo ao serviço da Palavra, de modo que os católicos no Zimbabwe possam tornar-se cada vez mais o sal da terra Africana e a luz do mundo.
Fonte:Rádio Vaticano
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