No
dia 19 de junho de 2014 a Igreja Católica celebra a Festa de Corpus
Christi, ou como é oficialmente chamada a Festa do Santíssimo Corpo e
Sangue de Cristo. Esta festa nos convida a refletir sobre o amor
incondicional de Deus por nós e nos alegramos pela presença permanente
de Jesus Cristo, o centro de nossa fé, nossa esperança e nossa salvação.
A festa é sempre celebrada na quinta-feira depois da Solenidade da
Santíssima Trindade que, por sua vez, acontece no domingo seguinte ao de
Pentecostes. Pode-se dizer que esta festa se constitui um desdobramento
da Quinta-feira Santa. Quer comemorar a presença de Cristo como
sacrifício eucarístico de seu corpo e de seu sangue. Esta solenidade
deve ser vista em conexão com a devoção do Santíssimo Sacramento, que
desabrochou poderosamente ao longo do século Xll e na qual se realçava
de maneira particular a presença real de Cristo todo no pão e vinho
consagrado.
A procissão pelas vias públicas, quando é
feita, atende uma recomendação do Código de Direito Canônico (art.944)
que determina ao Bispo Diocesano que providencie, onde for possível,
“para testemunhar publicamente a veneração para com a Santíssima
Eucaristia principalmente na Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo”. Em
muitas cidades no Brasil é costume ornamentar as ruas por onde passa a
procissão com tapetes de colorido vivo e desenhos de inspiração
religiosa.
Católicos reverenciam e adoram a hóstia
consagrada, pois de acordo com sua fé, nela está presente o corpo de
Cristo. Esta presença se explica pela transubstanciação do pão e do
vinho no corpo e sangue de Jesus. Não se trata de símbolo, rememoração
ou lembrança apenas, mas de uma transformação real, embora as aparências
permaneçam. A este movimento eucarístico estava ligado um grande desejo
de contemplar a hóstia consagrada por parte do homem da Idade Média.
Desejo este que levou, entre outras coisas, ao costume de elevar a
hóstia depois da consagração, atestado pela primeira vez em 1200. A
origem da Festa de Corpus Christi remonta à história das visões de
Juliana de Mont Cornellon. No ano 1246, o bispo Dom Roberto de Liège,
introduzia essa festa pela primeira vez em sua diocese. Em 1264, o papa
Urbano lV prescreveu-a para toda a Igreja. Na Bula de introdução
“Transciturus” o papa fundamenta a instituição da festa e faz uma
exposição mais ou menos global da doutrina da Eucaristia enquanto
sacrifício e refeição. O mesmo papa solicitou ao Santo Tomás de Aquino
que compusesse os cânticos e orações para festa. O resultado foi algumas
das mais famosas e emocionantes composições da música sacra, entre as
quais podemos citar: “O Sacrum Convivium”, “Lauda Sion”, “Adoro Te
Devote”, “Pange Lingua”, “Sacris Sollemnis” e ”Verbum Supernum” etc. A
Eucaristia é a renovação do sacrifício de Cristo na cruz. É a celebração
do amor infinito de Deus.
O Catecismo da Igreja Católica afirma
que: “O modo de presença de Cristo sob as espécies eucarísticas é único.
Ele eleva a Eucaristia acima de todos os sacramentos e faz com que ela
seja como que o coroamento da vida espiritual e o fim ao qual tendem
todos os sacramentos”. No santíssimo sacramento da Eucaristia estão
“contidos verdadeiramente, realmente e substancialmente o Corpo e Sangue
juntamente com a alma e a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo e, por
conseguinte, o Cristo todo”. (cf. Tomás de Aquino, S.Th., lll, 73,3).
“Esta presença chama-se “real” não por exclusão, como se as outras não
fossem “reais”, mas por antonomásia, porque é substancial e porque por
ela Cristo, Deus e homem, se torna presente completo” (cf. CIC, no.
1374).
Por Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista e Assessor da CNBB Reg.NE1
Nenhum comentário:
Postar um comentário