João 14,15-21
SEXTO DOMINGO DA PÁSCOA
Estamos vivendo
plenamente as alegrias da Páscoa. A espiritualidade deste tempo é a da
Ressurreição- vida nova em Cristo Jesus, uma espiritualidade de vida nova, de
“vida do alto”, como repete a liturgia, relembrando o ensinamento da carta aos
Colossensses: “Uma vez que ressuscitastes com Cristo – o cristão é alguém que,
no batismo, morreu e ressuscitou com Cristo – buscai as coisas doa alto, onde
Cristo se encontra sentado á direita de Deus” (cf.Cl.3,1). O cristão não pode
rastejar no apego e na sujeição às coisas terrenas, aos prazeres deste mundo.
Tem que saber saborear as coisas do alto e não as coisas da terra.
E para nos ajudar
eficazmente nessa tarefa, a Igreja nos vai fazendo ler o que Jesus ensinou,
numa nova e saborosa leitura, iluminada pela luz da Páscoa, que leva a penetrar
as profundezas da sabedoria de Deus. E, como nem podia ser diversamente,
predominam os textos de S. João com sua sábia teologia e com a sua elevada
mística.
No Evangelho deste 6º Domingo
da Páscoa (João 14,15-21), é apresentada pra nós a Promessa do Espírito, já que
se aproxima a Festa de Pentecostes. O trecho do Evangelho de hoje faz parte do
discurso da despedida de Jesus (João 13-17). É o testamento apresenta dois
pontos importantes: a) O amor; b) O Espírito santo espírito da verdade e
advogado dos cristãos.
O amor não é algo
abstrato. É sim, o fundamento para saber se os cristãos são, de fato,
seguidores de Jesus; se são capazes de amar na comunidade e fora dela. O amor
para Jesus não pode ser vivido em circuito fechado, egoisticamente, mas projeta
para fora, da mesma forma com Jesus agiu, e vai trazer a vida em plenitude para
todos nós. Amor, para Jesus, é dar a vida. É guardar os mandamentos que foram
resumidos no amor a Deus e ao próximo.
O Espírito Santo,
espírito da verdade, a advogado dos cristãos, é o defensor que permanece para
sempre na vida da comunidade.
Ele é chamado o
Espírito da verdade, isto é: aquele que estará presente em todas as ações dos
cristãos em defesa da liberdade e da vida, como fez Jesus. Espírito de verdade
é a memória de fidelidade de Jesus na vida da comunidade cristã. É ele quem nos
protege contra o erro e a mentira, pois o mundo da mentira se opõe ao Espírito
da Verdade.
Ainda neste evangelho
encontramos dois aspectos da realidade de Deus que estavam escondidos até que o
Espírito iluminasse a mente dos Apóstolos: 1) Deus se revela a nós nãon como um
ser solitário, fechado em si mesmo; Deus se revela como Pai, Filho e Espírito
Santo. Deus se revela como comunhão. 2) Deus se revela como o “bem que se
difunde”, o bem que se comunica, diz o grande teólogo da Igreja, Santo Tomás de
Aquino. Deus é amor. Fazer conhecer esse amor, difundir esse amor é a nossa
missão.
Que a prolongada
celebração da Páscoa nos ajude a criar em nós uma forte espiritualidade de
alegria, da vida e da esperança. Um bom domingo a todos.
Pe. Raimundo
Neto
Pároco de
São Vicente de Paulo
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