DOMINGO DE PÁSCOA
Com a celebração da
Páscoa de Jesus, refletimos: a morte não possui a última e definitiva palavra
sobre a existência humana. A última palavra não foi o ódio mas o amor. Não foi
a guerra, mas a paz. Não foi a destruição, mas a restauração. Não foi o
desespero mas a esperança. Não foi a tristeza, mas a alegria. Assim também não
foi a morte, mas a vida.
A ressurreição de
Jesus significa a realização plena de todas as potencialidades latentes na
existência humana. Ela significa, para nós cristãos, o sinal de que as grandes
aspirações da vida humana não são sonhos inúteis. A ressurreição é o ponto
central de nossa fé. São Paulo nos diz: se Cristo não ressuscitou, vazia é a
nossa fé, a nossa pregação.
É preciso que
estejamos atentos, pois a nossa fé no ressuscitado é um dom que carregamos como
em que em vasos de barro e podemos perdê-la até pela vaidade intelectual.
Surgiram muitas teorias querendo negar a ressurreição. Chegaram até a proclamar
a morte de Deus. Atualmente vivemos num relativismo exacerbado que procura
negar o mistério de Deus, a transcendência da salvação, a fé nos sacramentos e
tantos outros temas fundamentais para a nossa fé.
É nosso dever de
cristãos, tocados pela ressurreição do Senhor Jesus, proclamar alto e bom som que
foi exatamente de um túmulo frio e escuro, do seio da terra, que a semente
esmagada e pisada brotou vigorosa, triunfante. Foram quebrados os planos dos
grandes, sobretudo das autoridades de Jerusalém, que o rejeitaram. É necessário
dizer a todos o que aconteceu de fato na ressurreição de Jesus; não foi uma
revivificação de um cadáver, mas a radical transformação da realidade terrestre
de Jesus, chamada ressurreição, tomamos consciência de que Deus não abandonou
Jesus de Nazaré. Não deixou que a grama crescesse no seu túmulo. Deus está do
lado daquele que foi considerado maldito pela lei: (cf. Dt. 21,23; Gl. 3,13;
Hb. 4,15).
Com a ressurreição de
Jesus aprendemos que o cristianismo não se apresentou ao mundo como uma
religião que vive da saudade de um fato feliz do passado. Mas surgiu como um
anúncio e celebração da alegria, de uma presença: a do Cristo Ressuscitado.
Isto nos trás uma série de compromissos. Antes de mais nada, o compromisso de
nos empenharmos em defender a vida; o Filho de Deus morreu e ressuscitou para
que todos tenham vida! Cabe a nós
cristãos, a tarefa de transformar este projeto e esta promessa em realidade.
Que a ressurreição de
Jesus, festa da vida e da esperança, se traduza também em gestos concretos da
vida. Que o Evangelho deste domingo de Páscoa (Jo. 20,1-19) nos transforme em
testemunhas autênticas do amor de Jesus, espalhando por toda parte, que o
centro da vida cristã não é a celebração de um herói morto, mas a presença de
um VIVO e VIVENTE, Jesus de Nazaré, o Filho de Deus. Feliz Páscoa.
Pe. Neto
Pároco de
São Vicente
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