domingo, 20 de abril de 2014

REFLETINDO SOBRE O EVANGELHO



João 20, 1-9

DOMINGO DE PÁSCOA

Com a celebração da Páscoa de Jesus, refletimos: a morte não possui a última e definitiva palavra sobre a existência humana. A última palavra não foi o ódio mas o amor. Não foi a guerra, mas a paz. Não foi a destruição, mas a restauração. Não foi o desespero mas a esperança. Não foi a tristeza, mas a alegria. Assim também não foi a morte, mas a vida. 
A ressurreição de Jesus significa a realização plena de todas as potencialidades latentes na existência humana. Ela significa, para nós cristãos, o sinal de que as grandes aspirações da vida humana não são sonhos inúteis. A ressurreição é o ponto central de nossa fé. São Paulo nos diz: se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa fé, a nossa pregação.
É preciso que estejamos atentos, pois a nossa fé no ressuscitado é um dom que carregamos como em que em vasos de barro e podemos perdê-la até pela vaidade intelectual. Surgiram muitas teorias querendo negar a ressurreição. Chegaram até a proclamar a morte de Deus. Atualmente vivemos num relativismo exacerbado que procura negar o mistério de Deus, a transcendência da salvação, a fé nos sacramentos e tantos outros temas fundamentais para a nossa fé.
É nosso dever de cristãos, tocados pela ressurreição do Senhor Jesus, proclamar alto e bom som que foi exatamente de um túmulo frio e escuro, do seio da terra, que a semente esmagada e pisada brotou vigorosa, triunfante. Foram quebrados os planos dos grandes, sobretudo das autoridades de Jerusalém, que o rejeitaram. É necessário dizer a todos o que aconteceu de fato na ressurreição de Jesus; não foi uma revivificação de um cadáver, mas a radical transformação da realidade terrestre de Jesus, chamada ressurreição, tomamos consciência de que Deus não abandonou Jesus de Nazaré. Não deixou que a grama crescesse no seu túmulo. Deus está do lado daquele que foi considerado maldito pela lei: (cf. Dt. 21,23; Gl. 3,13; Hb. 4,15).
Com a ressurreição de Jesus aprendemos que o cristianismo não se apresentou ao mundo como uma religião que vive da saudade de um fato feliz do passado. Mas surgiu como um anúncio e celebração da alegria, de uma presença: a do Cristo Ressuscitado. Isto nos trás uma série de compromissos. Antes de mais nada, o compromisso de nos empenharmos em defender a vida; o Filho de Deus morreu e ressuscitou para que todos tenham vida!  Cabe a nós cristãos, a tarefa de transformar este projeto e esta promessa em realidade.
Que a ressurreição de Jesus, festa da vida e da esperança, se traduza também em gestos concretos da vida. Que o Evangelho deste domingo de Páscoa (Jo. 20,1-19) nos transforme em testemunhas autênticas do amor de Jesus, espalhando por toda parte, que o centro da vida cristã não é a celebração de um herói morto, mas a presença de um VIVO e VIVENTE, Jesus de Nazaré, o Filho de Deus. Feliz Páscoa.

Pe. Neto
Pároco de São Vicente


                           

Nenhum comentário: