Os jornalistas Maristela Crispim, Fernando Maia, Iracema
Sales e Melquíades Júnior, da Editoria de Reportagem Especial do Diário do
Nordeste, foram os ganhadores do prêmio Dom Helder Câmara de Imprensa, instituído
pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e que será entregue no
dia 1º de maio, quando da abertura da Assembleia Geral dos Bispos do Brasil,
com a reportagem ”Excluídos – Quilombolas/Indígenas/Ciganos”.
Maristela disse que, na realidade a ideia da pauta foi de um
dos repórteres da Editoria de Reportagem Especial, Fernando Maia, que tem uma
profunda afinidade com questões sociais e “trouxe pra gente a ideia de
trabalhar com públicos que não estão nos noticiários. Pessoas excluídas de
muitos momentos da sociedade. Então a gente viu em três etnias nos quilombolas,
nos indígenas e nos ciganos, localizados na Região Nordeste do Brasil, um público que se poderia trazer
para o noticiário o dia a dia das pessoas, uma realidade que elas não
acompanham muito de perto”.
A Maristela Crispim pegou a equipe – da Editoria de
Reportagem – formada por ela, Fernando Maia, Iracema Sales e o Melquíades
Júnior, que na época era correspondente do jornal em Limoeiro do Norte, e pela formação
dele na área de sociologia e pelo perfil dele os outros acharam que ele teria
muito o que contribuir para esse material.
Dai a equipe foi dividida geograficamente. E passou a viajar
por todo o Nordeste. Mas antes da viagem, eles tiveram um período de pouco mais
de um mês de pesquisas, de leituras, entrevistas, com pessoas que trabalham
nessa área, pesquisadores, professores, ONGs, que tem atuação com essas
populações, para fazer o levantamento. Depois desse levantamento, iniciaram as viagens
e as entrevistas. A Maristela particularmente, viajou pelo Rio Grande do Norte,
Paraíba Pernambuco. “Foi uma experiência muito interessante, inclusive de
conhecer um pouco da construção do nosso povo que os livros nos dizem, a
história que a maioria, ou a maioria com mais dinheiro nos conquistou.
É uma história muito dos brancos, dos portugueses, dos europeus que aqui
chegaram. E ai a gente fica devendo a história por parte dos negros, que vieram
pra cá, dos índios que já estavam aqui. Então o que a gente pode aprender
dessas conversas com essas pessoas e dos ciganos, que chegaram aqui depois, é
que se trata de uma história muito rica e ao mesmo tempo de muita dificuldade,
de afirmação, de direitos, a serem conquistados”. Para eles ainda, segundo Maristela, é muito importante a terra, como elemento de afirmação e de
reprodução da cultura”.
Os quatro repórteres encontraram algumas situações
caminhando a um bom termo, principalmente da Constituição de 1988, a chamada “Constituição Cidadã”. De lá pra cá,
muita coisa progrediu, algumas nem tanto. “A gente tem direitos assegurados
para as populações quilombolas e indígenas, mas elas precisam lutar muito para
conseguir essas coisas. Ainda tem muita gente ai procurando título de terra
para viver. E os ciganos, coitados, são os que não tem direito a nada. Até um
registro de nascimento para matricular uma criança na escola eles tem
dificuldades. São malvistos. São maltratados. Isso vem desde a vida mostrar um
pouco da cultura deles. O que eles tem de bom da dança, da culinária. Das coisas
que todos os povos tem de bom. A gente não vai chamar nem um povo de bom ou
ruim. Todo mundo tem coisas boas e ruins. Nós tentamos trazer um pouco disso,
inclusive em alguns casos, como foi o caso que o Fernando teve no Rio dos
Macacos, na Bahia, que tem um conflito, numa área quilombola, uma área de
marinha, hoje, depois que nós passamos por lá – a primeira equipe de reportagem - a
gente está vendo muita repercussão nacional. Estamos vendo que o pessoal está
mais atento, especialmente o Ministério Público. Já se vê algumas ações. Isto é
só um dos exemplos. Mas depois de todo esse trabalho publicado, foram três
cadernos especiais de oito páginas, um dedicado a cada etnia e pode trazer um
pouco disso para as pessoas.
Sobre o prêmio, recebemos a notícia como um reconhecimento de peso. Ficamos muito felizes. A gente considera isso mais uma possibilidade de se trazer essas histórias. Quando a gente escreve um material desse e inscreve no prêmio a perspectiva não é só do prêmio é também de levar essa história a outros públicos, não só do Ceará e do Nordeste, mas para que outras pessoas tomem conhecimento dessas histórias e quando se é premiado a matéria passa a ser levada para mais pessoas e o poder de multiplicação da notícia é ampliado e a gente fica muito feliz. E no dia 1º maio vamos receber o prêmio: troféu e cerificado da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). “
Sobre o prêmio, recebemos a notícia como um reconhecimento de peso. Ficamos muito felizes. A gente considera isso mais uma possibilidade de se trazer essas histórias. Quando a gente escreve um material desse e inscreve no prêmio a perspectiva não é só do prêmio é também de levar essa história a outros públicos, não só do Ceará e do Nordeste, mas para que outras pessoas tomem conhecimento dessas histórias e quando se é premiado a matéria passa a ser levada para mais pessoas e o poder de multiplicação da notícia é ampliado e a gente fica muito feliz. E no dia 1º maio vamos receber o prêmio: troféu e cerificado da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). “
Vale ressaltar que esse trabalho dos quatros repórteres
especiais do Diário do Nordeste teve a duração de cinco meses percorrendo toda
a Região Nordeste.
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