sexta-feira, 7 de março de 2014

CAMPANHA DA FRATERNIDADE: IGREJA TENTA SENSIBILIZAR CONTRA TRÁFICO HUMANO

Image-0-Artigo-1561052-1
A Arquidiocese de Fortaleza lançou, ontem, a 51ª Campanha da Fraternidade com o objetivo de identificar as práticas de tráfico humano
FOTO: BRUNO GOMES
O arcebispo da Capital espera que as ações esclareçam à população e levante o debate sobre a legislação do País
Com o objetivo de identificar as práticas de tráfico humano em suas várias formas e denunciá-lo como violação da dignidade e da liberdade humana, a Arquidiocese de Fortaleza lançou, na tarde de ontem, a 51ª Campanha da Fraternidade (CF). Em todo o ano passado, 22 denúncias de tráfico de pessoas foram registradas na Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus). Hoje, existem 12 inquéritos abertos, na Policia Federal, em relação a esse tipo de caso.
Para o arcebispo de Fortaleza, José Antônio Aparecido Tosi Marques, conseguir erradicar esse crime será algo muito difícil de ser realizado. "É preciso um trabalho em rede para conseguirmos acabar com isso. Por isso, estamos mobilizando os cristãos nessa Campanha da Fraternidade", declarou.
O arcebispo acredita que, ao identificar as causas e modalidades do tráfico de humanos, é necessário que isso seja passado para toda a população. "É importante que todos saibam porque acontece e como".
Dessa forma, ressaltou Marques, a campanha conseguirá tocar as pessoas e, consequentemente, a legislação do País. "A campanha deve dar consciência e lançar a realidade".
Número maior
A advogada do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (NETP), que faz parte da Sejus, Ana Cristina Carneiro, afirmou que as autoridades sabem que o número de casos foi maior do que os 22 denunciados no ano passado. "As pessoas não denunciam por medo ou por achar que não foram vítimas".
Portanto, Ana celebrou o tema da Campanha da Fraternidade deste ano. "A igreja pode ir até as comunidades e entrar nas casas das pessoas com mais facilidade que o Estado".
A chefe da Delegacia de Defesa Institucional (Delinst) da Polícia Federal, Juliana Sá, ressaltou que é difícil conseguir efetuar prisões em casos de tráfico de pessoas, pois, além da falta de informação, muitas das vítimas não voltam para o Brasil, já que são revendidas para outros traficantes e não dão mais notícia para as famílias. "Esse é um crime invisível", lamentou.
Thiago Rocha
Repórter
Fonte: Diário do Nordeste

Nenhum comentário: